Medicina cotidiana
Entenda mais sobre os sete incômodos mais comuns que o esporte causa no nosso corpo
Sentir algumas dores após a prática do tênis, assim como em qualquer outro esporte, é considerado normal, porém, quando elas persistem, é um sinal enviado pelo nosso corpo nos alertando de que algo pode estar errado. Sendo assim, fique atento as principais causas de dores que podem atrapalhar o seu jogo:
As lesões de origem tendínea são bastante comuns na população em geral e mais ainda entre os atletas. O ombro é a articulação mais instável e com o maior grau de mobilidade do nosso corpo. Agora, imagine a sobrecarga gerada por esforços e movimentos repetitivos durante uma simples partida de tênis associada às nossas atividades diárias.
O manguito rotador é o nome dado a um grupo de quatro músculos que revestem a parte superior do ombro e que tem como função garantir a estabilidade dinamicamente e garantir uma coaptação adequada do ombro com o tronco.
Um esportista que esteja apresentando essa sobrecarga exacerbada no ombro relata inicialmente dor intensa durante alguns movimentos, sendo que o incômodo diminui após o exercício. Porém, com a execução de movimentos repetitivos e inadequados, a dor poderá se agravar e persistir mesmo com o atleta em repouso, gerando incapacidade de realizar os movimentos que o esporte exige, dificuldade para dormir e sensação de peso e "cansaço" no ombro - levando a um quadro de atrofia muscular.
Conhece alguém ou já sentiu dores ou um incômodo persistente na região lateral do cotovelo após uma partida ou treino de tênis? E essa dor era maior no movimento do backhand (com uma mão) ou no slice? Então, você pode estar sofrendo do famoso "Tennis Elbow", também conhecido como "cotovelo de tenista".
Essa dor ao redor do cotovelo (na região conhecida anatomicamente como epicôndilo lateral) já foi descrita como uma periostite, tendinosis e epicondilite. Porém, estudos recentes feitos via biópsia do tendão demonstram a presença de degeneração angiofibroblástica do tendão do músculo extensor radial curto do carpo, que pode ser o responsável pela dor devido ao aumento da inervação e sensibilidade a neurotransmissores. Ou seja, não é uma condição de inflamação. Segundo os especialistas Gilbert Bang e Pil Choi, a recomendação para esses casos é o uso de analgésicos para alívio da dor, e não de anti-inflamatórios ou corticoides.
O excesso de força nas rotações e flexões exigidas pelos golpes do tênis, principalmente o saque, a longo prazo, pode levar o esportista a desenvolver uma lombalgia, que é uma das queixas mais comuns encontradas em relação à coluna - aquela famosa dor na parte de baixo das costas. Numa crise de dor lombar (que dependendo da intensidade pode até "travar" o indivíduo), a maioria das pessoas sente dor inicialmente na região lombar, e pode se espalhar para os glúteos, coxas e joelhos.
O impacto femoroacetabular é uma lesão do quadril, cuja grande importância se deve à sua incidência na população e às suas consequências. É a lesão que afastou Guga das quadras. Trata-se de uma predisposição anatômica do indivíduo gerando alavancas anormais, que irão alterar o sentido das forças atuantes na articulação quadril. E isso, além de provocar dor e limitação de certos movimentos, implicará possivelmente em um desgaste da cartilagem e do "labrum" do acetábulo, podendo levar à degeneração precoce da cartilagem (artrose) do quadril.
A tendinite patelar é uma patologia bastante comum em atletas de diversas modalidades, mas principalmente em corredores e saltadores. A dor no tendão patelar é de fácil localização. Acomete geralmente a parte inferior da patela e mais raramente a sua borda superior. Ela aparece, inicialmente, como um leve desconforto local e que, nessa fase, não prejudica as atividades esportivas e nem as do dia-a-dia.
Os principais sintomas são: dor e sensibilidade ao redor do tendão patelar, edema no joelho, dor ao saltar, correr, caminhar e, especialmente, subir ladeira e descer escadas, dor ao dobrar ou esticar a perna e sensibilidade na parte de trás da patela. Diversas causas podem levar a essa tendinopatia: sobrecarga excessiva no tendão, fraqueza muscular, execução inadequada de exercícios, traumas diretos na região, entre outros.
Entorse de tornozelo
É a lesão de origem traumática mais comum da articulação do tornozelo e dos esportes. Ela ocorre principalmente em pisos rápidos (pelo maior atrito do pé com o solo), na parada brusca e nas mudanças de direção. Isso naturalmente exige sobrecargas elevadas na articulação do tornozelo durante a movimentação do jogo.
As lesões do tornozelo são causadas por uma súbita aplicação de força maior que a resistência dos ligamentos, virando o pé para dentro (em inversão) ou para fora (em eversão). A entorse por eversão é menos frequente do que em inversão, pois os ligamentos que limitam a eversão são muito mais rígidos. Por isso, geralmente quando há uma lesão ligamentar após uma eversão, existe uma probabilidade maior de encontramos fratura ou também avulsão no osso da perna.
Os pés e os tornozelos são as primeiras articulações que têm contato com o solo, o que os faz responsáveis pelo suporte de todo o peso do corpo. Então, mesmo uma pequena lesão pode tirar o tenista do treino. Justamente por isso, lesões no tornozelo e no pé podem levar a traumas em outras articulações, como joelhos, quadris e coluna vertebral.
Estiramento muscular é uma lesão muscular indireta em que ocorre um alongamento das fibras musculares superior ao seu alongamento fisiológico, porém, sem causar ruptura. A região fica dolorida e a musculatura ao redor fica contraída, como mecanismo de proteção do corpo.
Já distensão muscular é uma ruptura parcial do músculo, ocasionada por atividades de grande esforço ou velocidade. Acomete normalmente a musculatura da panturrilha, coxa e braços, e tem como manifestações clínicas: dor intensa e diminuição da função muscular. Podem surgir hematomas na região e o clássico "sinal da pedrada" (descrita como a sensação de que você foi acertado por uma pedra).
Publicado em 9 de Março de 2016 às 17:30