Tio de Nadal defende postura rígida com pupilo: "É preciso quando se trata de um campeão"

Toni Nadal negou que sobrinho baseie seu jogo apenas na parte física e citou a questão mental, ponte forte do jogo de Rafa segundo o treinador

Da redação em 28 de Outubro de 2011 às 08:20

Para Toni, Nadal não baseia seu jogo só no físico e apontou o mental como primordial no tênis
Muitos leigos em relação ao tênis podem ver a ascensão de Rafael Nadal ao topo do tênis unicamente pela sua excepcional condição física e nada mais. Mas será que para um jogador de tênis, exposto a um rigoroso circuito e sujeito a sofrer diversas lesões, pode sobreviver entre os melhores apenas com seu físico? O tio e técnico do espanhol, Toni nega e diz que Rafa tem muito mais do que isso.

O treinador afirmou que, para um atleta top, não há como se sustentar no melhor de seu nível apenas baseando o jogo em um aspecto. "À medida que o tempo foi passando, sua condição técnica [de Nadal] melhorou consideravelmente. Não é tão plástico quanto Federer? Claramente. Mas não se pode achar que se baseia no físico. Isso não faz tanto sentido", analisou.

Toni aproveitou para opinar sobre o que considera essencial para um jogador ser "perfeito" em quadra e mencionou dois rivais conhecidos de Rafa no circuito.  "O tenista perfeito teria a coordenação e facilidade de golpear de Federer, a tática e sacrifício de Djokovic e a parte mental de Rafael", comentou.

Quando a questão é ser um campeão como acontece com Nadal, o papel do técnico é muito mais importante nessas ocasiões. Por isso, Toni confirma que sempre procura ser o mais rigoroso possível com o pupilo para que continue a evoluir no esporte.

Tio de Nadal afirmou que sobrinho chegou ao topo do tênis por ser disciplinado
"Fui duro com Rafael porque ele é meu sobrinho. Com outros jogadores não fui tão rigoroso. É necessário ser exigente ao máximo para estar entre os melhores, chegar cada vez mais alto e não se conformar nunca. Gosto de treinar o que é necessário, mas sempre dei muita importância a falar e motivar, não só para jogos, mas também para continuar progredindo. É fundamental que nunca esteja satisfeito com o que foi feito."

Segundo Toni, a disciplina é algo essencial para o sucesso de um jogador e a parte mental é o que mais destaca Nadal dos demais atletas. "Nadal jamais jogou uma raquete no chão. Primeiro, porque seria um prejuízo econômico. Segundo, porque isso significa se curvar diante das adversidades e isso nunca foi permitido para ele", revelou.

Para concluir, Toni explicou a recente dificuldade do sobrinho em seus jogos nessa reta final da temporada. Para o treinador, o saque de Nadal não teve o efeito esperado por ambos muito mais pela coordenação do atleta, que assim como Carlos Moyá, também ex-número 1 do mundo e amigo de Nadal, é ambidestro.

"Ele tem dificuldade com o saque por ser destro e jogar com a esquerda. Para ele, a coordenação é difícil e, por isso, fica complicado manter a regularidade no serviço. Quanto às lesões, só resta a ele se adaptar e saber lidar com as dores", encerrou.

 

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