Ex-treinadora de Patricia Medrado, espanhola Carmen Perea está desiludida quanto ao momento do tênis feminino
José Eduardo Aguiar em 21 de Julho de 2009 às 07:30
Carmen Perea foi um dos maiores nomes da história do tênis feminino espanhol. No Brasil, a ex-tenista ficou conhecido por treinar Patricia Medrado, levando a brasileira a figurar entre as 50 melhores do mundo. Agora, seguindo como treinadora em seu país, Perea se diz desiludida com o tênis feminino atual.Perea atualmente é diretora técnica na Espanha
Em entrevista exclusiva ao diário Marca, a ex-número um do tênis espanhol lembra como as coisas funcionavam em sua época. "Para as tenistas de meu tempo, ou você estava entre as 10 do mundo ou apenas te conheciam em seu país", conta Perea, que dominou o tênis espanhol durante 10 anos.
Bem humorada, a espanhola lembra como foi o dia em que resolveu abandonar as quadras. "Tinha 32 anos e foi uma decisão difícil. Um dia fui jogar um torneio na Alemanha e perdi para uma garota de 12 anos chamada Steffi Graf", lembra a treinadora, que logo em seguida resolveu pendurar as raquetes. "Quando cheguei para tomar minha ducha decidi que era o momento de parar, nunca havia pensado nisso antes".
A partir daí, a carreira como técnica deslanchou. Foram cinco anos de sucesso ao lado de Patricia Medrado. Após o fim da parceria com a brasileira, voltou para a Espanha e trabalhou ainda com Sergi Bruguera e Nuria Llagostera. Atualmente é diretora técnica e vê com tristeza o momento do tênis feminino.
"Vejo o tênis órfão de uma líder, creio que existe muita gente hoje podendo ser número um", critica a espanhola. "Não sou muito fã das irmãs Willians, mas elas têm um grande saque e são muito competitivas. Dinara Safina não tem muito talento, mas se entrega bastante e chegou aonde chegou. Gosto bastante de Ana Ivanovic, mas ela parece não querer muito as coisas".
Embora reconheça que existem ainda alguns talentos, Perea afirma que o momento atual da modalidade não se compara com outros tempos. "O tênis se converteu em um esporte mais físico e menos talentoso. Já não faz falta ter uma boa técnica para vencer uma partida", critica a ex-tenista.
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