Brasil não teme favoritismo russo e aposta em "polivalência" do time para vencer na Davis

Equipe brasileira embarca confiante em surpreender no piso rápido de Kazan e João Zwetsch defende Bellucci de críticas após má fase no circuito

Da redação em 8 de Setembro de 2011 às 15:07

Equipe brasileira concedeu entrevista em São Paulo antes do embarque para a Rússia
A equipe brasileira que busca vaga no Grupo Mundial da Copa Davis concedeu entrevista coletiva na manhã dessa quinta-feira no centro de São Paulo. Apesar de tentarem negar o favoritismo da Rússia, o capitão João Zwetsch juntamente com Thomaz Bellucci, Ricardo Mello e Marcelo Melo admitiram que vão para surpreender. A equipe brasileira embarca ainda na tarde dessa quinta para Kazan e vão encontrar Bruno Soares, ainda nos EUA, na Europa.

Em cerca de uma hora de coletiva, o capitão e os jogadores declararam que Mikhail Youzhny, número 1 da Rússia, e companhia não são imbatíveis, mas reconheceram a vantagem de jogar em casa e de ranking na ATP. "Foi um sorteio difícil, a Rússia é uma equipe que, normalmente, poderia até lutar pelo título, pelos jogadores que tem à disposição. Mas o favoritismo é muito relativo na Davis. Existem muitos casos de vitórias inesperadas que aconteceram e muitos casos de vitórias esperadas que não aconteceram. Temos que saber que os jogadores deles têm alto nível, mas os nossos também têm", garantiu Zwetsch.

Mesmo em má fase, Bellucci tem o apoio de João Zwetsch
O capitão brasileiro também comentou sobre as críticas da imprensa ao número 1 do país, Thomaz Bellucci. Com fracas campanhas na temporada de quadras rápidas da América do Norte, culminando com a eliminação precoce no US Open, o desempenho do pupilo de Larri Passos não assusta Zwetsch.

"Não me abala nenhum pouco. Esses resultados que não foram bons são normais na carreira de qualquer atleta, sempre tem altos e baixos. O importante é melhorar a cada dia e eu estou sempre tentando evoluir tanto na parte técnica quanto na mental", afirmou Bellucci.

De seus últimos oito jogos, todos no piso rápido, o mesmo que será usado no duelo diante dos russos, Bellucci ganhou apenas três. Em 2011, o melhor resultado na quadra dura foram as quartas de final nos ATP 250 de Auckland e Los Angeles.

"Esses últimos jogos acabaram escapando um pouco. Eu estava ganhando alguns e acabei levando a virada. Acho que isso é um pouco de ansiedade em pontos importantes e tem atrapalhado um pouco", disse Bellucci, sem perder o otimismo. "Contamos com um time competitivo em qualquer tipo de quadra e temos condições de voltar ao Grupo Mundial", disse.

Bellucci e Cia sentiram a alta umidade de Chennai e perderam para a Índia nos Playoffs
Para Bellucci, o clima entre o time nacional pode contribuir no aspecto mental e fazer a diferença. "Vai estar a equipe toda fora da quadra me dando ânimo e isso é essencial", disse o jovem quando questionado sobre a parte emocional. "Nosso ranking é inferior, mas vamos com uma união muito grande e isso pode trazer resultados surpreendentes", completou.

No ano passado, o Brasil perdeu nos Playoffs pelo quinto ano seguido ao cair diante da Índia, em Chennai. Depois de sofrer com o forte calor e a intensa umidade em 2010, Zwetsch se preocupa com a adaptação a Kazan, sede do duelo entre os dias 16 e 18 de setembro.

"A dificuldade maior é sempre a adaptação, teremos sete horas de diferença no fuso horário e os primeiros dias serão difíceis. Por isso, estamos viajando com antecedência", disse Zwetsch, apostando no Brasil. "A Rússia é muito forte e poderia até lutar pelo título, mas hoje nossa equipe está num patamar em que pode enfrentar qualquer adversário", afirmou.

Os retornos de Marcelo Melo e Ricardo Mello nos lugares de João Souza, o Feijão, e Rogério Dutra da Silva são as mudanças promovidas pelo treinador em relação ao confronto anterior diante do Uruguai. Experiente, Mello vem embalado pelo recente confronto com o francês Gilles Simon, 12º do mundo, no US Open.

Mello retorna ao time da Davis e vem de partida dura contra Simon no US Open
"Estou bastante contente por voltar à Copa Davis. A Rússia leva vantagem de jogar em casa, mas temos um time capaz de chegar lá e surpreender. Estou bastante motivado e venho de um bom jogo, que mostra que posso jogar de igual para igual com o Youzhny", declarou o tenista de Campinas, que perdeu para Simon apenas no quinto set.

Parceiro de Bruno Soares, Marcelo Melo aposta que Youzhny será escalado para formar a parceria russa. "Nossa dupla vem jogando muito bem. Nos Estados Unidos, vi vários treinos do Youzhny e acho que ele deve jogar. Temos que estar preparados para receber as bombas e jogar outras para eles", afirmou o duplista.

Além de Youzhny, herói na conquista do torneio em 2002, o time russo será formado também por Dmitry Tursunov (43º), Igor Kunitsyn (62º) e Igor Andreev (78º). A grande ausência será o ex-top3 e campeão da ATP Finals de 2009, Nikolay Davydenko.

Confira as últimas notícias sobre a Copa Davis...

Davydenko não é chamado e Youzhny lidera time russo contra o Brasil na Davis

Del Potro esquece decepção no US Open e volta atenção para semifinal da Davis

Federer acaba com mistério e confirma presença nos Playoffs contra a Austrália

Youzhny e Davydenko confirmam e time russo vai com força total contra o Brasil na Davis

Jornal suíço aponta que Federer jogará Playoffs da Davis contra Austrália

ESPECIAL:Na trave, de novo... - Brasil abre 2 a 0 no primeiro dia, mas toma virada espetacular dos indianos e perde mais uma chance de ouro de voltar ao Grupo Mundial (Confira!)

Notícias

Mais Notícias