Brasil leva azar no sorteio e enfrenta a Rússia, fora de casa, pelos Playoffs da Davis

Brasil terá que viajar a Rússia para disputar vaga nos Playoffs do Grupo Mundial da Davis

Parece que a sorte não quis ficar ao lado do Brasil no sorteio da Copa Davis nessa quarta-feira. Mesmo com uma probabilidade de quase 90% de jogar o confronto de Playoff em casa entre os dias 16 e 18 de setembro, o país levou um baita "azar" ao cruzar com a forte Rússia e terá que vencer fora de casa para voltar ao Grupo Mundial em 2012.

Como os dois países nunca se enfrentaram antes, foi necessário a realização de outro sorteio para definir a sede e, assim, o time de João Zwetsch foi designado como visitante no confronto decisivo. Será a sexta vez consecutiva que o time brasileiro disputará a fase de Repescagem do torneio e a quarta vez que joga fora de seus domínios (jogou contra Áustria, Croácia e Índia).

Davydenko já foi campeão da ATP Finals (2009) e deve ser escalado na Davis

Sétima colocada no ranking da Davis, a Rússia foi campeã da competição em duas oportunidades - em 2002 e 2006 - e ficou com o vice em outras três ocasiões. Nesta temporada, o time comandado por Shamil Tarpischev foi derrotado na primeira rodada do Grupo Mundial por 3 a 2 frente à Suécia, em Boras.

A expectativa é que a nação europeia escolha um piso rápido e coberto para o duelo em setembro, já que a maioria dos jogadores brasileiros se adaptam melhor ao saibro. Os melhores atletas do ranking são Mikhail Youzhny, em 19º, e Nikolay Davydenko, ex-top3 e campeão da ATP Finals, que mesmo em má fase, está em

29º. Mas, recentemente, Youzhny declarou que não atuará mais na Davis, então Dmitry Tursunov (47º) deve herdar a vaga.

O time brasileiro conseguiu sua vaga graças à vitória contra o Uruguai em Montevidéu no último fim de semana. Thomaz Bellucci e Rogério Dutra da Silva garantiram os pontos no primeiro dia e Bruno Soares, ao lado de Thomaz, fecharam o duelo nas duplas. Os triunfos de Rogerinho e Soares no terceiro dia serviram para completar os 5 a 0 sobre o grupo uruguaio.

Os demais duelos pela Repescagem do Grupo Mundial são:

República Tcheca* x Romênia, na Romênia

Israel* x Canadá, em Israel

Croácia* x África do Sul, na África do Sul

Chile* x Itália, no Chile

Índia* x Japão, no Japão

Áustria* x Bélgica, na Bélgica

Suíça* x Austrália, na Austrália

(*) cabeças de chave

ANTECEDENTES

Bellucci será mais uma vez o principal atleta do país

A última vez que o Brasil jogou a primeira divisão do torneio entre nações ocorreu em 2003, ainda com Gustavo Kuerten na equipe. Na ocasião, o grupo comandado por Ricardo Acioly, o Pardal, foi derrotado por 3 a 2 para o Canadá no piso rápido e coberto de Calgary e começou sua fase negra na modalidade.

No ano seguinte, Guga e os principais jogadores lideraram um boicote em massa contra o presidente da CBT na época, Nelson Nastás, por vários atos corruptos praticados durante sua administração. Dessa forma, o tênis brasileiro parou na terceira divisão da Davis.

Com nova gestão, o país retornou ao Zonal Americano I em 2006, onde teve a possibilidade de disputar a repescagem do Grupo Mundial naquele ano. Porém, o grupo chefiado por Fernando Meligeni não conseguiu superar o ímpeto da forte Suécia, mesmo jogando em Belo Horizonte, e permaneceu na segunda divisão. Em 2007 e 2008, as chances se esgotaram com quedas frente às fortes Áustria e Croácia em jogos disputados em quadras rapidíssimas na Europa.

Time russo será o adversário do Brasil em setembro por uma vaga no Grupo Mundial em 2012

Uma das maiores possibilidades de retorno ao Grupo Mundialocorreu em 2009, quando o Brasil foi designado a encarar o Equador em casa. Mesmo com um tenista consagrado no elenco adversário, o veterano Nicolas Lapentti, os brasileiros eram favoritos para o embate em Porto Alegre. No entanto, a estrela de Nico fez a diferença e os visitantes saíram com o triunfo por 3 a 2.

Em 2010, com Thomaz Bellucci mais maduro no circuito, a expectativa também era certa da vitória contra os indianos, mesmo jogando em um piso rápido e fora de casa. Ao término do 1º dia, 2 a 0 para os brasucas e a "quase" garantia de missão cumprida. Porém, em uma das maiores viradas da história do torneio, os anfitriões aproveitaram o clima e a vantagem da torcida para virar o confronto e frustrar novamente os planos do time de João Zwetsch.

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