Tenista considera liderança de Nalbandian exagerada e acha difícil o país ter outra chance como a deste ano
José Eduardo Aguiar em 19 de Dezembro de 2008 às 10:10
Gastón Gaudio foi um dos principais jogadores argentinos nos últimos anos. Sem dúvida nenhuma, representa uma das gerações mais vitoriosas da história do país, conquistando um Grand Slam para a Argentina após mais de uma década. Voltando ao circuito após quase um ano afastado com problemas de contusão, o campeão de Roland Garros em 2004 atirou para todos os lados. Em entrevista a uma rádio local, Gáudio falou sobre a liderança de Nalbandian, o comando de Alberto Mancini e a escolha de Tito Vásquez como novo capitão.
Gaudio foi a grande surpresa da Copa Argentina, disputada na última semana |
Embora não tenha participado dos bastidores da final deste ano, o ex-número cinco do mundo acredita que os argentinos começaram a perder o título três meses antes do confronto final contra os espanhóis. "Não perdemos a Davis em Mar Del Plata. Perdemos desde que começou a se discutir que um queria jogar aqui, o outro lá".
Questionado sobre Alberto Mancini, capitão da equipe desde 2005, o Gato, como é conhecido na Argentina, considerou positiva a passagem do treinador, mas acredita que faltou comando nos momentos decisivos. "Não acho que foi um fracasso, tivemos bons resultados. Mas ele não soube lidar com o líder que David (Nalbandian) é e o que ele representa".
Mesmo com a saída de Mancini, Gaudio acredita que este problema não deve desaparecer. "Não me parece que Tito Vasquez, escolhido pela Associação, poderá fazer de forma melhor", declarou o tenista, que não entende a forma de trabalhodos dirigentes do tênis argentino. "Eles perguntam a todos os jogadores e todos dizem o mesmo. Não sei porque fazem isso se depois escolhem quem eles querem".
Assim como a maioria dos jogadores, o ex-campeão de Roland Garros gostaria de ver Marin Jaite como capitão. Mas reconheceu que o nome de Guillermo Vilas, maior ídolo da modalidade no país, também o agradava. "Se me dissessem que Jaite não poderia ser o treinador, minha outra opção seria Vilas. Daria essa chance a ele. Dos candidatos, Tito era último a ser escolhido".
Como torcedor, Gaudio lamenta muito a derrota para os espanhóis. "Uma chance assim não creio que voltará a acontecer. Na Argentina, na superfície que escolhemos. Difícil se passar outra vez", declarou o ex Top5, que reconhece que seu ciclo na Davis pode ter acabado. "Me encataria voltar, mas vamos ser sinceros. Hoje estou a baixo de qualquer outro. Não me sinto mais parte do grupo".