Influente, Federer defende ATP e não concorda com boicote de atletas por conta do calendário

Federer declarou que é contra as reivindicações de alguns tenistas para diminuir calendário da ATP

Representante dos atletas no Conselho Diretivo da ATP, Roger Federer afirmou após a vitória contra o americano Mardy Fish, na última quinta-feira, que não apoia a atitude de vários jogadores do circuito, como Andy Murray, Rafael Nadal e Andy Roddick, em realizar uma greve em favor da entidade diminuir o calendário do circuito ao longo da temporada.

"Essa coisa de boicote surgiu alguns meses atrás, mas não tem o menor sentido e não vai acontecer, ao menos a curto prazo. Não vejo razões para se falar em uma atitude extrema agora. As coisas estão evoluindo. Já teremos duas semanas a mais de descanso em 2012", afirmou o número 4 do ranking.

O campeão de 16 Grand Slams também comentou sobre a possibilidade de alteração do sistema do ranking para a comparação com os últimos dois anos, ao invés de se levar em conta apenas as últimas 52 semanas. Novamente, Federer pareceu não ter aderido à causa.

Nadal é um dos principais jogadores que reclamam de calendário da ATP

"O calendário sempre foi assim. Durante os últimos 10 anos, fiz muitas vezes 60 partidas, talvez até 90 em algumas temporadas. Acho que tudo depende de como você monta sua programação. Quem sabe Novak (Djokovic) ainda não ganha o torneio aqui? Ou Rafa (Nadal)?", indagou.

Consciente, Federer declarou que uma mudança na comparação de ranking a essa altura favoreceria apenas os melhores jogadores da atualidade, fato que já acontece no golfe e não é aprovado pelo tenista de 30 anos. "Isso vai prejudicar os que estão atrás, tornando muito mais difícil a possibilidade de alguém ter uma ascensão rápida. O golfe possui esse sistema de dois anos e não sei quem são os top 10, nem sou capaz de mencionar quatro deles. O tênis vive do ranking semanal e vocês jornalistas são os que mais gostam disso", argumentou.

"Esse sistema certamente favoreceria os tops do ranking, como eu ou o Rafa. Ficaríamos muito mais tempo lá, mudanças seriam raras. Como presidente do Conselho, não posso aderir a essa ideia. Não conseguiria olhar os outros tenistas nos olhos se aprovarmos algo assim", encerrou o suíço, que ficou cerca de quatro anos no topo do esporte.

Em Londres, Federer se classificou para as semifinais do ATP Finals após fazer uma campanha perfeita na fase de grupos. Com três vitórias [sobre Tsonga, Nadal e Fish], o atleta ficou em primeiro lugar na Chave B e aguarda o segundo colocado do Grupo A, de Novak Djokovic, que será definido nessa sexta-feira.

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