Paulista Júlio Silva opta por aposentadoria do tênis em busca de estabilidade financeira

Tenista de 33 anos conquistou quatro Challengers e 16 Futures em 14 anos como profissional, além de ter jogado dois Grand Slams e a Copa Davis

Da Redação, Em São Paulo em 5 de Março de 2013 às 07:35

Lutador desde o início da carreira profissional, em 1999, o paulista Júlio Silva está próximo de sua aposentadoria do tênis. Aos 33 anos, o jogador natural de Jundiaí se disse cansado da rotina desgastante de torneios no exterior, além de viajar sem técnico e preparador físico.

Dentre um dos feitos na carreira, Júlio Silva participou da chave principal do US Open em 2010
No entanto, ele quer ficar próximo do esporte que escolheu seguir para sua vida. "Neste ano vou disputar apenas torneios no Brasil. Enquanto isso, vou vendo quais oportunidades ligadas ao esporte surgem para mim. Tomei essa decisão [sua aposentadoria] porque, apesar de ter patrocínio de roupa e equipamento, me falta ajuda para custear as viagens. Quando você viaja como atleta ganha dinheiro com os prêmios, mas tem muitos gastos também. Preciso de algo mais estável", confessou Júlio.

O jogador, que já é casado e tem um filho em Itatiba/SP, venceu um total de 20 torneios na carreira, sendo quatro Challengers e 16 Futures. Seu grande momento aconteceu em 2009, quando chegou a ser 144º do ranking. Júlio representou o Brasil na Copa Davis em 2004, quando a elite do tênis nacional participava de um boicote contra a gestão do então presidente da CBT, Nelson Nastás.

Nos Grand Slams, Julinho, como era chamado, furou o qualifying em duas ocasiões - em Roland Garros/2006 e no US Open/2010, onde perdeu na 1ª rodada em ambas. O atleta, hoje o 413º do mundo, foi convidado para jogar a temporada do Itaú Masters Tour (circuito nacional de veteranos), que tem sua primeira etapa em Curitiba/PR a partir de sexta-feira.

Em 14 anos de profissionalismo, Júlio passou por vários momentos conturbados, com direito a atitudes de racismo por parte do austríaco Daniel Koellerer, o "Crazy Dani", que foi bandido do esporte em 2011, e também pelas dificuldades financeiras que encontrou ao longo de grande parte da sua caminhada como esportista.

"Já fiz muitas viagens sem dinheiro, andando de ônibus para economizar o dinheiro do táxi, lavando a roupa na pia do banheiro do hotel, levando uma máquina de encordoar na bagagem para economizar com o encordoamento. Mas, graças a esses acontecimentos, entendo que tudo é possível para todo mundo", concluiu o tenista, que não joga pelo circuito desde o Aberto de São Paulo, onde caiu logo no qualifying.

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