Governo ignora título de Murray no US Open e quebra de tabu no feminino e pode cortar investimento no tênis britânico

Apesar de sucesso no profissional, base juvenil deixou a desejar em 2012 e deverá acarretar em redução no apoio financeiro, segundo a Sports England

Da redação em 18 de Dezembro de 2012 às 07:17

Após viver vários anos à espera de um vencedor de Grand Slam - um longo período que se estendeu desde 1936 -, a Grã-Bretanha, finalmente, sorriu no último domingo de um dos quatro maiores torneios do mundo no tênis. Andy Murray quebrou o jejum de canecos - havia perdido quatro decisões - no US Open, em setembro, e elevou ainda mais a autoestima do país.

Murray teve seu primeiro momento de glória em Grand Slams em 2012
Dois meses antes, Murray também havia faturado a histórica medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres em simples e o vice-campeonato em Wimbledon, algo que não acontecia desde 1938. O sucesso não veio apenas no masculino, pois as britânicas Heather Watson e Laura Robson também mostraram respeito na temporada.

Em agosto, Watson, atual 49ª do mundo, abocanhou o primeiro troféu da carreira ao levar a melhor no WTA de Osaka (Japão). Foi apenas o primeiro título de uma tenista da Grã-Bretanha em 24 anos.

No US Open, no final do mês, foi a vez da jovem Robson, 53ª do ranking, surpreender e avançar até as oitavas de final, mostrando um tênis sólido e capaz de derrotar as melhores, como foi o caso da belga Kim Clijsters logo na segunda rodada.

Além disso, a atleta de 18 anos abocanhou a prata olímpica em duplas mistas nos Jogos de Londres ao lado de Andy Murray e foi vice-campeã no Torneio de Guagzhou (China).

Jovem Laura Robson foi um dos destaques do tênis feminino da Grã-Bretanha
Porém, parece que nada dessas conquistas impressionou as autoridades britânicas. A Sports England, órgão responsável, dentre outras ações, em repassar o dinheiro de loterias para 46 esportes, declarou que pretende cortar o investimento para o tênis e mais cinco modalidades por conta de "não terem alcançado resultados satisfatórios".

"A Lawn Tennis Association (Federação Britânica de Tênis) simplesmente não foi boa o suficiente", disse Jenny Price, chefe do Sports England, em entrevista ao jornal The Guardian.

Para o governo local, a base do tênis britânico não seguiu o mesmo passo dos jogadores profissionais e, por isso, a entidade vai observar a modalidade por mais uma temporada para que prove, através de bons resultados, que merece voltar a ter o status de esporte de elite para o órgão.

Além do tênis, a natação, o squash, a esgrima, o basquete e o tênis de mesa podem ter seus respectivos investimentos cortados.

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