Ausente desde 2009, Coria confessa: "Se Muster voltou aos 40, ainda tenho chances!"

Derrota na final de Roland Garros em 2004 foi o "começo" do fim da carreira de Coria nas quadras

Um dos maiores talentos do tênis argentino nos últimos tempos parece deixado de lado na atualidade. Ex-top3 do ranking mundial, acumulou 218 triunfos e 114 derrotas em mais de nove anos no circuito profissional. A carreira de Guillermo Coria é marcada por todos os números de um exímio campeão nas quadras de todo o mundo, mas ainda carrega o peso de nunca ter conquistado um sonhado Grand Slam.

Em maio de 2004, no auge de sua carreira, considerado por muitos o sucessor de Guga como "Rei do Saibro", chegava à Roland Garros como grande favorito a vencer na terra batida de Paris. Alcançava a decisão com propriedade e fazia o clássico argentino na Phillipe Chatrier diante da 'zebra' Gaston Gaudio. Com dois sets de vantagem, era esperada uma fácil vitória aos olhos do ídolo Villas nas tribunas. Mas, surpreendentemente, a pressão e as câimbras apareceram e o talentoso hermano se arrastava em quadra, vendo sua maior chance na carreira virar pó e começar um declínio no circuito profissional. Para muitos especialistas, esse fato sobrepõe-se aos nove troféus conquistados e foi um dos fatores que causaram o fim da sua curta jornada no tênis.

Coria chegou a ser terceiro no ranking mundial em 2004

Mas, está enganado quem pensa que Coria não tenha chances de retornar às competições. Com apenas 28 anos, o tenista natural de Rufino se espelhou no austríaco Thomas Muster, de 43, que voltou a disputar torneios profissionais. "Se Muster voltou aos 43 anos, ainda tenho uma chance. Tenho 28 anos. Obviamente que não vou ser tão 'tarado' de voltar aos 40, mas até os 29 e 30 anos, não descarto nada'', confessou ao diário Olé. Ele ainda aproveitou para explicar o que pesou a ele na hora de decidir pela retirada do esporte. ''O tênis já havia me saturado. Não era mais feliz dentro de quadra. Sentia que havia cumprido um ciclo. Despedi-me bem comigo mesmo", completou Coria.

Após a melancólica final de Paris, o argentino também começou a sofrer com problemas crônicos no ombro direito, que acabaram minando sua confiança no serviço. Assim, eram normais muitas duplas-faltas em suas partidas, que acabaram dificultando a vida de Coria nos eventos ao longo do ano, o que fizeram com que a decisão da aposentadoria fosse mais coerente. Para os fãs, o argentino não promete o que não irá cumprir, mas deixa claro que gostaria de sentir novamente como é participar de um evento importante dentro do esporte que ama e se diz mais maduro para lidar com a situação. "Sempre tenho a esperança de voltar a jogar uma partida importante. Sei que se retornar, o dia de amanhã será diferente, com outra maturidade. Mas, nesse tempo que estou fora fiquei mais maduro".

E, finalmente, o atleta enfatizou o reconhecimento que tem ainda em seu país por seus feitos e comenta um pouco sobre os projetos em que está envolvido nos dias atuais. "Agora tenho a mente ocupada em projetos e não penso muito em voltar a jogar. Eu nunca disse que havia me retirado definitivamente. Só que hoje me vejo mais longe. Cada vez que passa o tempo, fica mais difícil. Ainda que me dê vontade, porque as pessoas nas ruas pedem minha volta, é muito lindo ver que deixei algo para o tênis".

Confira as últimas notícias do tênis sulamericano...

+ "Celeiro" de campeões, Buenos Aires confirma Ferrer, Nalbandian e Wawrinka para 2011

+ Bellucci encara ''carrasco'' em sua primeira vez no Masters 1000 de Paris

+ Nalbandian não se contenta com quartas na Suíça e afirma: "Eu quero títulos!"

+ Bellucci terá Monaco e Nalbandian no caminho pelo bi em Santiago

+ Nalbandian não quer saber de aposentadoria e desafia: "Quero o top10!"

ESPECIAL:Campanhas mirabolantes dos anos 2000 - A revista tênis fez uma seleção de 40 zebras que ocorreram desde o ano 2000 nos quatro principais torneios do mundo   (Confira!)