Brasileiro João Pedro Sorgi sofre com os cabos de suas raquetes, mas não desiste e entra em quadra com dignidade no Rio Open 2017
Um tenista que alcança o posto de oitavo melhor juvenil do mundo certamente tem a ilusão de um dia ser, pelo menos, um Top 10 no circuito profissional. Às vezes, o script traçado pelo jovem jogador em seus sonhos acaba por acontecer perfeitamente na realidade, e uma história de sucesso e conquistas nasce quase que por encanto.
Para outros tantos atletas, no entanto, o destino reserva um roteiro um pouco menos brilhante, mas não necessariamente menos espetacular. O jovem tenista brasileiro João Pedro Sorgi, por exemplo, até agora faz parte desse segundo grupo, mas protagonizou um dos momentos mais nobres e marcantes do Rio Open até agora.
O tenista de 23 anos, natural de Sertãozinho, interior de São Paulo, ganhou um wild card para participar do qualifying do ATP500 da capital fluminense, muito graças ao seu belo ano de 2016, quando subiu mais de 350 posições no ranking da ATP (atualmente, Sorgi ocupa a 344ª colocação). Ocorre que um imprevisto quase impossibilita sua entrada em quadra. Simplesmente todos os cabos de suas raquetes encontravam-se com os cabos quebrados.
Sem patrocínio ou possibilidades imediatas de adquirir novos instrumentos de trabalho, João Pedro não teve dúvidas. Entrou na sala de imprensa montada no Jockey Club do Rio de Janeiro e sem mais delongas perguntou se alguém tinha uma cola do tipo "cola tudo" para emprestar (!). Felizmente, ele conseguiu emprestada a cola e ainda teve tempo de ele mesmo reparar suas raquetes.
Em quadra, no entanto, a derrota para o belga Arthur de Greef por 2 sets a zero (6-4 e 6-3), em uma hora e 37 minutos, partiu ao meio o sonho de Sorgi de ascender à chave principal do Rio Open. Certamente para ele, a derrota é apenas mais um obstáculo em seu caminho. A preocupação do paulista mais urgente, no entanto, é conseguir novas raquetes para seguir na batalha de um dia figurar entre os melhores tenistas da turnê.