Em lançamento de marca de óculos, ex-tenista analisou situação do tênis nacional e ainda brincou sobre hipotético duelo contra Nadal
Da redação em 12 de Julho de 2011 às 11:13
Durante lançamento de linha de óculos de sua grife em Belo Horizonte, no último fim de semana, Gustavo Kuerten fez uma avaliação das condições do Brasil na Copa Davis e do futuro do tênis brasileiro.
O tricampeão de Roland Garros e também da Masters Cup (hoje, ATP Finals) de 2000 em Lisboa ficou satisfeito com a classificação do grupo de João Zwetsch à repescagem do Grupo Mundial e avaliou as chances do país em ascender à elite do tênis mundial.
"A expectativa é boa. Eu vejo o Brasil ainda flutuando entre o Grupo Mundial e o Grupo 1, mas em um futuro não tão distante, média de cinco anos, a tendência é estarmos mais próximos do Grupo Mundial do que do 1. Hoje, vivemos o contrário. Eu vejo que talvez na próxima Olimpíada tenhamos um time forte e mais consolidado e possamos beliscar já resultados no Mundial também", disse.
Aposentado desde 2008, o ídolo do tênis aproveita o tempo livre para fazer alguns jogos comemorativos e participar de um projeto para revelar talentos juvenis do esporte com Larri Passos, que o treinou dos 14 anos aos 29 anos. Hoje em dia, o técnico gaúcho treina a principal esperança do tênis no Brasil - Thomaz Bellucci.
Grande nome do tênis brasileiro na atualidade, Bellucci convive com a pressão para alcançar resultados positivos como os de Guga. O veterano catarinense não acredita que essa cobrança possa atrapalhar a carreira do atual número 1 do país.
"As comparações são inevitáveis. No futebol, surgiu o Neymar e já comparam com o Pelé, depois de 50 anos. Além de ter o Ganso e muitos. Há comparações com vários atletas e isso dissipa um pouco esse tipo de pressão sobre apenas um. Acho que todos são muito bons. O caminho é não depender só de um cara para carregar a bandeira como foi comigo e o Meligeni", analisou.
Para o ex-número 1, o objetivo do tênis brasileiro é aumentar a quantidade de tenistas bem pontuados no ranking. "A ideia é colocar pelo menos quatro brasileiros entre os 100 melhores do mundo nos próximos anos. Por mais que tenha a referência que sempre vai existir o Guga e os resultados. Mas a gente vai ter qualidade para lutar por Copa Davis e criar um grupo de jogadores para não ser refém de um caso esporádico", afirmou.
Guga também aproveitou para relembrar da inesquecível campanha na Masters Cup de Lisboa. Na ocasião, ele derrotou os consagrados Sampras e Agassi, embora seus confrontos mais marcantes tenham sido no saibro de Roland Garros.
Na atualidade, o posto de Rei do saibro fica com Rafael Nadal. Instigado a respeito de como seria um duelo com o espanhol, o catarinense brincou. "Ah, duraria muitas horas, até dois dias..."
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