Selecionamos os 10 principais tenistas da última década e mostramos como eles influenciaram os rumos do esporte
Arnaldo Grizzo E Felipe Queiroz em 5 de Maio de 2011 às 07:32
O QUE LEVA VOCÊ A ESCOLHER UM HERÓI, UM ÍDOLO? Que tipo de empatia faz com que escolhamos alguém e o admiremos? Ter seu pai como seu herói é algo natural, assim como pinçar um ícone do esporte para ser seu espelho quando criança também é algo comum. Todos escolhemos nossos ídolos por algum tipo de identificação, seja por sua personalidade ser exatamente como a nossa, seja por ser totalmente o oposto.
Selecionar os maiores nomes de uma geração no esporte não é tarefa fácil. Desde o surgimento do tênis moderno no final do século XIX, são diversos os personagens que marcaram o imaginário dos fãs de todas as eras. Gente que dominou o esporte de alguma maneira ou então mudou seus parâmetros. Pessoas cujos nomes viraram lendas, como, por exemplo, Bill Tilden, Suzanne Lenglen, os Mosqueteiros franceses (Rene Lacoste, Jean Borotra, Henri Cochet e Jacques Brugnon), Hellen Wills, Don Budge, Maureen Connolly, Rod Laver, Martina Navratilova, Roy Emerson, Billie Jean King e diversos outros.
Cada geração tem um ou mais ícones que ficarão gravados na memória dos fãs e nas linhas dos livros de história do esporte. E esta última década foi pródigo em ídolos, atletas que certamente mudaram a maneira como o jogo é jogado e reescreveram trechos dos livros que contam as proezas realizadas pelos gênios que já empunharam uma raquete.
Diante de tantos homens que ganharam notoriedade desde 2001, foi uma tarefa bastante difícil selecionar os 10 nomes que definitivamente ficarão no imaginário de todos aqueles que apreciam tênis. O ponto principal, obviamente, foram os tenistas que se tornaram número um durante este período e os maiores vencedores de torneios do Grand Slam - ou seja, Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open.
Ainda assim não foi simples delimitar em 10 homens esta escolha e sabemos que deixamos de lado alguns bons jogadores como Albert Costa, Gaston Gaudio, Goran Ivanisevic, Juan Martin del Potro e Thomas Johansson, entre outros que tiveram muita relevância neste período que estamos analisando, mas que aqui somente receberão uma menção honrosa, pois acreditamos que outros nomes acabaram sendo mais decisivos para o tênis quando contado apenas desde 2001.
Sendo assim, esperamos que os fãs destes e de outros tantos atletas que deixaram algum legado na história recente do esporte perdoem-nos, mas que também aproveitem este trabalho que traz o perfil dos principais tenistas desta era e como eles modicaram o tênis e, de uma forma ou de outra, influenciaram sua maneira de jogar.
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NOME COMPLETO: ROGER FEDERER
NASCIMENTO: 8 DE AGOSTO DE 1981 EM BASEL, SUÍÇA
ALTURA: 1,85M
PESO: 85 KG
DESTRO (BACKHAND DE UMA MÃO)
ANO EM QUE SE PROFISSIONALIZOU: 1998
TÍTULOS NA CARREIRA: 67
PREMIAÇÃO NA CARREIRA (ATÉ 2010): US$ 61,060,358
TÍTULOS DESDE 2001 ATÉ 2010:
66 (16 GRAND SLAMS, 5 ATP TOUR FINALS E 17 MASTERS 1000)
O QUE APRENDEMOS COM FEDERER?
- Leia o jogo e antecipe-se sempre que possível. Se conseguir ter boas pernas e uma movimentação inteligente, você chegará bem em todas as bolas e conseguirá executar seus melhores golpes;
- Use o slice com sabedoria. Este golpe não serve somente para defesa, mas também para atacar e tirar o ritmo dos adversários;
- Tente construir um jogo completo. Seja capaz de jogar de todas as posições da quadra. Saiba atacar quando for preciso e também se defender quando necessário;
- Não tenha medo de tentar novos golpes, arriscar. Mas faça isso com consciência, em momentos em que é possível buscar algo a mais sem correr o risco de perder um pontochave;
- Não se abale ao perder pontos. Tente manter a mesma feição diante de todas as circunstâncias para que seu oponente nunca saiba quando você está pouco confiante em seu jogo;
- Respeite o tênis, os tenistas, o público. Este é um esporte tradicional com regras de etiqueta que, se seguidas, moldam o bom caráter de uma pessoa.
QUEM ACOMPANHOU OS PRIMEIROS ANOS DE TÊNIS de Roger Federer certamente acreditava no seu incrível potencial, mas dificilmente imaginaria que aquele rapaz talentoso, mas genioso - que tinha acessos de raiva em quadra que culminavam com raquetes destruídas no melhor estilo Marat Safin - viria a se tornar um exemplo de elegância.
Foi exatamente este gênio instável que impediu o suíço de alcançar seu destino glorioso tão logo se tornou profissional. Porém, assim que sua cabeça começou a trabalhar em conformidade com suas tremendas habilidades em quadra, o mundo passou a presenciar o que muitos consideram o melhor tênis já exibido na história.
No início dos anos 2000, o tênis parecia destinado a se dividir entre os grandes sacadores e os grandes devolvedores. Foi então que surgiu alguém que unia com maestria o tênis clássico - de técnica perfeita, nuances de saque-e-voleio - ao tênis força - de regularidade, precisão. Federer reuniu o que de melhor havia surgido nas últimas décadas: um saque devastador, uma movimentação de pernas fantástica, uma direita definidora, uma esquerda belíssima, jogo de rede espetacular... Logo ele se tornou sinônimo de versatilidade e perfeição - como um legitimo relógio suíço.
Mais do que isso, além de apresentar uma técnica fenomenal, que a toda partida exibe jogadas magistrais que deixam qualquer um de queixo caído, o suíço ainda possui grande finesse e um sangue-frio incrível nas horas mais preciosas.
Seu primeiro Grand Slam veio em Wimbledon 2003 e não demorou para que dominasse o circuito nos anos seguintes com uma facilidade impressionante. Entre 2004, 2005, 2006 e 2007 ele venceu 315 jogos, perdendo apenas 24. Assim, quebrou uma quantidade de recordes sem igual. Neste período, contudo surgiu seu grande rival, Rafael Nadal, que viria a interromper seu reinado em 2008.
Todavia, Federer se consagraria como o maior de todos de nitivamente no ano seguinte, quando conquistou Roland Garros - o único Grand Slam que faltava em sua galeria - e, em seguida, Wimbledon pela sexta vez - feito que representou seu 15º título de Grand
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NOME COMPLETO: RAFAEL NADAL PARERA
NASCIMENTO: 3 DE JUNHO DE 1986, EM MANACOR, ESPANHA
ALTURA: 1,85M
PESO: 85 KG
CANHOTO (BACKHAND DE DUAS MÃOS)
ANO EM QUE SE PROFISSIONALIZOU: 2001
TÍTULOS NA CARREIRA: 44
PREMIAÇÃO NA CARREIRA (ATÉ 2010): US$ 37,396,162
TÍTULOS DESDE 2001 ATÉ 2010:
36 (9 GRAND SLAMS E 18 MASTERS 1000)
O QUE APRENDEMOS COM NADAL?
- Seja o mais rápido que conseguir, chegue em todas as bolas e coloque tudo para o outro lado;
- Use e abuse do topspin. Isso vai dar peso à sua bola e impedir que seus adversários ataquem;
- Se você é canhoto, use essa "vantagem natural" para complicar a vida dos rivais;
- Comece a partida já com intensidade máxima para aproveitar as bobeadas do oponente;
- Aprenda a intimidar seus adversários com seu jogo e sua força mental. Não se abale por nada;
- Mesmo que você não tenha muita habilidade, desenvolva seu próprio estilo e tiro o máximo dele;
- Nunca desista de nenhuma bola, nenhum ponto, nenhum game, nenhum set, nenhuma partida.
SEGUNDO A MITOLOGIA, PARA QUE HAJA UM HERÓI, é preciso um anti-herói. Mas seria uma imensa injustiça taxar Rafael Nadal assim. Ainda aos 18 anos, o garoto prodígio resolveu se interpor entre Roger Federer e alguns dos recordes que ele tanto almejava. Contudo, a intenção do "Touro", como ficou conhecido, não era impedir o suíço de alcançar seus feitos, apenas obter os seus próprios.
A ascensão de Rafa foi impressionante. Aos 15 anos já jogava profissionalmente e apenas três anos depois, ele estava na quadra central de Roland Garros levantando seu primeiro troféu de Grand Slam. Em 2005, o garoto ainda venceu mais 10 torneios além do Aberto da França e, assim como Federer, que era o número um incontestável, Rafa era o dois.
Nos quatro anos seguintes, ninguém mais venceria em Roland Garros senão ele. O saibro de Paris é sua casa. Porém, seu império não se deu apenas na terra batida francesa, mas em todos os principais torneios disputados nesta superfície - onde ele cou invicto por 81 jogos consecutivos.
Quando despontou, Nadal trazia em seu estilo um tênis revolucionário e amadurecido. Sua velocidade e regularidade logo o associariam a Lleyton Hewitt, mas havia algo a mais do que apenas um excelente trabalho de pernas e os contra-ataques mortais que caracterizavam o australiano. O efeito topspin extremo e a capacidade de se defender atacando fez com que o "Touro" fosse imbatível nas quadras lentas. A isso se soma seu espírito guerreiro e sua energia ímpar, que lhe dão um ar incansável em quadra, abalando a confiança de qualquer adversário, antes mesmo de entrar em quadra.
No entanto, o destino de Nadal não era ser um mero coadjuvante de Federer e, em 2008, provou que seu jogo era, sim, completo. Mais ágil e agressivo, ganhou Wimbledon ao vencer o suíço numa final que entrou para a história do esporte como um dos jogos mais espetaculares já vistos. Depois, ainda foi medalhista de ouro nas Olimpíadas de Pequim, alcançando, assim, a tão almejada liderança do ranking.
Assim como a grande rivalidade entre Agassi e Sampras, a disputa entre o espanhol e o suíço também marca uma época. Para muitos, é a graça contra a força, tese e antítese. Contudo, Nadal não entrará para a história do esporte como um anti-herói, mas também um herói.
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NOME COMPLETO: ANDRE KIRCK AGASSI
NASCIMENTO: 29 DE ABRIL DE 1970 EM LAS VEGAS,
ESTADOS UNIDOS
ALTURA: 1,80M
PESO: 80 KG
DESTRO (BACKHAND DE DUAS MÃOS)
ANO EM QUE SE PROFISSIONALIZOU: 1986
TÍTULOS NA CARREIRA: 60
PREMIAÇÃO NA CARREIRA (ATÉ 2010): US$ 31,152,975
TÍTULOS DESDE 2001 ATÉ 2010:
15 (2 GRAND SLAMS E 7 MASTERS 1000)
O QUE APRENDEMOS COM AGASSI?
- Trabalhar a devolução de saque ao máximo. Cortando ângulos, pegando a bola dentro da quadra e na subida, atacando sempre que possível;
- Jogar dentro da quadra, pegar a bola na subida e trocá-la de direção para diminuir o tempo do adversário e pressionar;
- Mesmo não sendo um grande voleador, ir para cima o tempo todo, para dominar o ponto e a posição na quadra, definindo o ponto na rede quando perceber uma oportunidade;
- Jogar plano, sem muito efeito, usando o peso da bola do oponente.
DA REBELDIA DOS CABELOS COMPRIDOS E ROUPAS chamativas para a sóbria serenidade de um pai de família. Andre Agassi é um dos mais carismáticos tenistas de todos os tempos. Seu início de carreira no fim dos anos 80 foi meteórico. Seu cabelo, seus trajes exuberantes, seu estilo playboy rebelde e sua direita excepcional logo se tornaram uma atração no circuito.
Um dos garotos prodígio do famoso técnico Nick Bollettieri, Agassi foi um dos personagens que mais marcou o tênis nas últimas três décadas, seja dentro, seja fora das quadras. Dentro, ao instituir uma forma de jogar sempre agressiva. Ainda na era dos grandes sacadores, o norte-americano devolvia os saques de dentro da quadra para diminuir o tempo do adversário. Jogando sempre em cima da linha de base, Agassi controlava os pontos pegando as bolas na subida e encurralando os rivais no fundo.
Fora das quadras, viveu altos e baixos. Chocou o mundo conservador do tênis com suas roupas coloridas e seus longos cabelos loiros. Boa pinta e no auge da fama, casou-se com a atriz Brooke Shields em 1997. Pouco depois, sua carreira despencou. Mas ele voltou, já com uma nova aura, agora de bom moço (em 2001 ele se casaria com a alemã Steffi Graf, uma das maiores tenistas de todos os tempos, com quem tem dois filhos) e careca.
Na última década, Agassi venceu duas vezes o Australian Open (2001 e 2003) e terminou a carreira com oito troféus de Grand Slam - sendo um dos poucos na história a ter conquistado todos os quatro principais torneios do mundo. Mesmo sem a agilidade que exibia nas décadas de 80 e 90, ele ainda dominava os oponentes com suas bolas rápidas e anguladas. Agassi também fez duas finais no US Open (2002 e 2005) e uma no ATP Finals (2003) nos últimos 10 anos. Sua aposentadoria em 2006 comoveu o mundo do tênis, que chorou com ele em sua despedida no US Open.
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NOME COMPLETO: LLEYTON GLYNN HEWITT
NASCIMENTO: 24 DE FEVEREIRO DE 1981
EM ADELAIDE, AUSTRÁLIA
ALTURA: 1,80M
PESO: 77 KG
DESTRO (BACKHAND DE DUAS MÃOS)
ANO EM QUE SE PROFISSIONALIZOU: 1998
TÍTULOS NA CARREIRA: 28
PREMIAÇÃO NA CARREIRA (ATÉ 2010): US$ 18,843,702
TÍTULOS DESDE 2001 ATÉ 2010:
22 (2 GRAND SLAMS, 2 ATP TOUR FINALS E 2 MASTERS 1000)
O QUE APRENDER COM HEWITT?
- Use a força dos golpes dos adversários em seu favor. Para isso, jogue dentro da quadra (sempre que possível), com pouco efeito e pegando a bola na subida;
- Entre em quadra para uma partida como se fosse para a guerra. É vida ou morte;
- Mais do que atacar, saiba contra-atacar, isso desmoraliza o oponente;
- Vibre, grite, comemore os pontos;
- Não se intimide com adversários mais altos, mais fortes, mais habilidosos, não são somente esses fatores que fazem com se vença uma partida de tênis;
- Pense taticamente. Ataque os pontos fracos dos rivais a todo momento. Leve-os à loucura;
- Seja rápido e consistente. Faça seus adversários errarem.
O GAROTO PRODÍGIO LLEYTON HEWITT TOMOU DE assalto o circuito da ATP no começo dos 2000. Aos 17, ele já assombrava o mundo pela velocidade de seus passos irrequietos em quadra e pelo ritmo alucinante de seu jogo. Com 20 anos e oito meses, ele se tornaria o mais jovem número um da história do tênis.
Em quadra, o australiano sempre foi notado e não apenas por causa de seu jogo. Além de ágil - capaz de imprimir uma velocidade que revolucionaria o jeito de se jogar tênis no início dos anos 2000 -, o garoto era temperamental e performático. Seus famosos "C''mon" (Vamos!) estridentes e agressivos despertavam sentimentos oscilantes no público, numa variável pendular que ia do amor ao ódio. Nos adversários, os gritos de Hewitt causavam raiva, pois ele nem sempre respeitava a etiqueta do jogo e comemorava os erros do oponente e não só seus acertos, como preza os bons modos do tênis.
Assim, o australiano se tornou, logo após o surgimento de Guga, o segundo tenista a dominar o circuito mundial, entre 2001 e 2002. O jogo ao mesmo tempo elegante e agressivo de atletas como Sampras, Agassi, Guga e Safin não foi páreo naquele biênio para o tênis de muita correria, excelente golpes de base e contragolpes milimétricos.
A falta de agressividade era compensada por uma personalidade às vezes irascível, e costumeiramente inabalável, mas também por um jogo de pernas fenomenal e a capacidade de saber usar as armas de seus oponentes a seu favor, levando-os à loucura por não conseguirem definir os pontos com winners, deixando-os atordoados com passadas e contra-ataques que pareciam impossíveis. No entanto, mais que vontade, ele tinha a certeza de que poderia vencer qualquer adversário.
E por alguns anos, mais precisamente até o surgimento de Roger Federer, foi Lleyton Hewitt justamente o homem a ser batido, conquistando, além do US Open de 2001, o título de Wimbledon, no ano seguinte, e dois ATP Tour Finals, neste mesmo biênio.
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NOME COMPLETO: ANDREW STEPHEN RODDICK
NASCIMENTO: 30 DE AGOSTO DE 1982 EM OMAHA,
ESTADOS UNIDOS
ALTURA: 1,88M
PESO: 88 KG
DESTRO (BACKHAND DE DUAS MÃOS)
ANO EM QUE SE PROFISSIONALIZOU: 2000
TÍTULOS NA CARREIRA: 30
PREMIAÇÃO NA CARREIRA (ATÉ 2010): US$ 19,026,697
TÍTULOS DESDE 2001 ATÉ 2010:
27 (1 GRAND SLAM E 5 MASTERS 1000)
O QUE APRENDEMOS COM RODDICK?
- Nada melhor do que ter um grande serviço, seja para ganhar pontos de graça, seja para dominar os pontos na segunda bola;
- Aprimore sua principal arma, mas não se esqueça de lapidar os outros golpes e tentar ser minimamente regular com eles;
- Quando estiver em dificuldade, não tenha medo de usar seu principal golpe;
- Se fizer seus games de saque com facilidade, jogue solto e tente pôr pressão no adversário com a devolução;
PARA MUITOS, O SAQUE É O PRINCIPAL GOLPE DO TÊNIS.
Nos anos 90, diversos grandes sacadores surgiram e dominaram o circuito. A potência do serviço - que combinada com estratégias de saque-e-voleio ou o famoso one-two punch (saque e nalização com a direita) - parecia que ditaria a tônica do tênis para sempre. Contudo, nos anos 2000, as devoluções evoluíram e o cenário começou a ficar mais equilibrado.
Rebento ainda de uma geração de grandes sacadores, Andy Roddick (que nasceu e viveu nos estados do Meio-Oeste dos Estados Unidos) virou sinônimo do que significa ter um serviço devastador. Ainda juvenil, sua técnica de saque impressionava e ele já vencia seus adversários com um jogo baseado quase que somente nesse golpe. Como profissional, seus outros fundamentos evoluíram e ele logo ingressou no top 10.
Apesar do saque potente, a instabilidade emocional do garoto ainda o privava de ir mais adiante. Uma marcação errada dos juízes deixava-o transtornado durante horas e fazia com que perdesse a cabeça. Foi então que, em 2003, treinando com Brad Gilbert, ele começou a se portar melhor em quadra, a construir uma estratégia que não era somente "sacar forte" e, com isso, venceu o US Open (e mais cinco outros torneios). Assim, tornou-se número um do mundo aos 21 anos - o quarto mais jovem da história.
Com seu saque, Roddick manteve-se entre os 10 primeiros do ranking desde então. Apesar desta arma poderosa e que é considerada mortal em pisos mais rápidos, como a grama de Wimbledon, o norte-americano nunca conseguiu levantar o título do Grand Slam inglês. Em três finais, ele acabou sempre derrotado por Roger Federer.
O saque mais rápido de Roddick (um dos mais rápidos da história do tênis) ocorreu em Charleston, 2004, durante a disputa da Copa Davis contra a Bielorússia. A velocidade? 249 km/h. Até hoje, quando o norte-americano está em quadra, seus fãs gritam valores (220! 230! 240! 250!)) como que apostando qual será a velocidade atingida por seu próximo serviço. Roddick e seu saque certamente marcaram o tênis da última década.
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NOME COMPLETO: NOVAK DJOKOVIC
NASCIMENTO: 22 DE MAIO DE 1987 EM BELGRADO, SÉRVIA
ALTURA: 1,87M
PESO: 80 KG
DESTRO (BACKHAND DE DUAS MÃOS)
ANO EM QUE SE PROFISSIONALIZOU: 2003
TÍTULOS NA CARREIRA: 22
PREMIAÇÃO NA CARREIRA (ATÉ 2010): US$ 20,262,956
TÍTULOS DESDE 2001 ATÉ 2010:
18 (1 GRAND SLAM, 1 ATP TOUR FINALS E 5 MASTERS 1000)
O QUE APRENDEMOS COM DJOKOVIC?
- Caso você não consiga esconder suas emoções em quadra, tente sempre ser com atitudes positivas;
- Mesmo que você não tenha nenhum golpe monstruoso, construa um jogo sólido e regular, sem muitas brechas. Isso vai incomodar muita gente;
- Saiba mudar a forma de jogar durante a partida, alternando bolas com efeitos topspin, chapadas e slices;
- Lembre-se: tênis é diversão. Mesmo que seja um jogo duro, cujas derrotas são doídas, pense que um de seus objeti vos em quadra é desfrutar de cada momento.
A ANTIGA IUGOSLÁVIA SOFREU MUITO DESDE O FIM da Guerra Fria. O país balcânico se dividiu em diversas nações, mas não sem violentos conflitos étnico-religiosos que devastaram algumas regiões e ainda estão latentes nos dias atuais. E foi ouvindo bombas e disparos que uma talentosa geração de tenistas brotou na Sérvia.
Diante das terríveis guerras que assolavam sua nação, um jovem despontou com seus golpes potentes e regulares, uma habilidade tremenda e, apesar de viver os horrores dos conflitos armados, uma irreverência marcante. Logo Novak Djokovic, além de um tênis exuberante, trouxe de volta o bom humor ao circuito.
Assim que alcançou as primeiras posições no ranking, em 2007, não foi apenas seu estilo em quadra que chamou a atenção do público, mas suas brincadeiras e imitações. Rapidamente a internet ficou repleta de vídeos do sérvio imitando os trejeitos de alguns de seus colegas de profissão como Maria Sharapova, Andy Roddick, Rafael Nadal, Roger Federer etc. Alguns tenistas não gostaram muito no começo, mas aprenderam a aceitar isso como uma brincadeira.
Em quadra, Nole, como costuma ser chamado, é tão espontâneo quanto fora dela. Ele demonstra seus sentimentos, bons ou ruins, a cada ponto e, mesmo diante da derrota, ainda assim consegue rir de si mesmo. Isso faz com que ele seja um dos jogadores mais carismáticos do circuito, seja na opinião dos fãs, seja na de seus colegas.
Djokovic, no entanto, não é meramente um "palhaço" que quer divertir o público e sabe que a principal forma de fazer a plateia ficar encantada é com seu jogo. O sérvio tem golpes muito consistentes, sabe ser agressivo e jogar de todos pontos da quadra devido à grande habilidade que possui com a raquete. Ele mescla a regularidade com a imprevisibilidade em suas batidas sempre nos momentos certos, o que comprova sua genialidade "artística". Tudo isso lhe rendeu um título no Australian Open e um no ATP Tour Finals durante esta década.
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NOME COMPLETO: MARAT MIKHAYLOVICH SAFIN
NASCIMENTO: 27 DE JANEIRO DE 1980 EM MOSCOU,
RÚSSIA
ALTURA: 1,93M
PESO: 88 KG
DESTRO (BACKHAND DE DUAS MÃOS)
ANO EM QUE SE PROFISSIONALIZOU: 1997
TÍTULOS NA CARREIRA: 15
PREMIAÇÃO NA CARREIRA (ATÉ 2010): US$14,373,291
TÍTULOS DESDE 2001 ATÉ 2010:
7 (1 GRAND SLAM E 3 MASTERS 1000)
O QUE APRENDER COM SAFIN?
- Se esti ver em um dia inspirado, jogue no limite. Não tenha medo de errar, pois, o máximo que vai acontecer é: errar;
- Construa golpes fortes e sólidos do fundo de quadra. Assim que os tiver, não tenha receio de atacar bolas mais curtas dos oponentes;
- Jogue por prazer. Seu compromisso é apenas consigo mesmo e não com os outros. Então, faça o que tiver que fazer;
- Quando enfrentar um oponente com golpes nitidamente mais fracos, não tenha vergonha de o derrotá-lo usando a força;
- Se o seu forte é a potência dos golpes, jamais se intimide com o ritmo de uma troca de bolas. Aliás, dite você o ritmo de cada ponto;
- Ataque, sempre.
UM ETERNO ROMÂNTICO. ESSE É MARAT SAFIN. O RUSSO, nascido em Moscou e criado em Valência, na Espanha, viveu seus 13 anos de carreira no ritmo de Monte Carlo, onde reside. Galã e "bon vivant", o tênis foi apenas um de seus tantos amores na vida. Suas conquistas sempre foram seguidas de grandes festas e sua conduta extra-quadra foi alvo de alvoroço e polêmica, servindo de prato cheio para revistas de fofocas.
Assim era personalidade do russo. Safin fazia tudo a seu jeito, sem concessões, como um artista genial e genioso. No auge de sua forma e inspiração, foi sublime, colocando o mundo do tênis a seus pés. Em 2000, aos 20 anos, derrotou facilmente Pete Sampras no US Open, sendo consagrado, logo em seguida, número um do mundo.
Seus golpes de bases pesados e firmes estabeleceram um novo padrão no jogo de fundo de quadra. O russo jogava atacando, sempre. Batia reto, como se buscasse o winner a cada bola, como se fizesse questão, sempre, de viver no limite. Sempre à sua maneira. Recuar, jamais. Defender-se, somente com contragolpes fulminantes. A ordem era disparar potentes mísseis de direita e esquerda a cada bola.
Mas, como nem só de inspiração vivem os tenistas, as dificuldades crônicas de concentração e sua personalidade irascível transformaram grande parte de sua carreira em uma comédia de erros, uma coletânea de causos e raquetes quebradas (sua marca registrada). Carismático, Safin atraia os fãs tanto por seu estilo de jogo impetuoso e voraz, quanto por seu temperamento imprevisível e explosivo; ou ainda agradava as mulheres com sua beleza, sendo apontado como um dos mais bonitos do circuito.
Vivendo de momentos esporádicos em que seu físico e sua mente permitiram a seu talento aflorar, Safin conquistou ainda outros ótimos resultados. O principal deles foi título do Australian Open, em 2005, após derrotar Federer nas semifinais (massacrando-o com seus golpes) e impedir Hewitt de levantar o título diante de sua torcida. Nessa época ainda era apontado como um dos poucos que podia barrar Federer. Porém, a personalidade forte certamente o impediu de ir ainda mais longe e os dois títulos de Grand Slam não traduzem o quão grande ele foi para o tênis.
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NOME COMPLETO: GUSTAVO KUERTEN
NASCIMENTO: 10 DE SETEMBRO DE 1976, EM
FLORIANÓPOLIS, BRASIL
ALTURA: 1,90M
PESO: 83
DESTRO (BACKHAND DE UMA MÃO)
ANO EM QUE SE PROFISSIONALIZOU: 1995
TÍTULOS NA CARREIRA: 20
PREMIAÇÃO NA CARREIRA (ATÉ 2010): US$14,807,000
TÍTULOS DESDE 2001 ATÉ 2010:
10 (1 GRAND SLAM E 2 MASTERS 1000)
O QUE APRENDEMOS COM KUERTEN?
- Não é porque você é um jogador de saibro que precisa jogar sempre conservadoramente. Seja agressivo. Não espere que o oponente erre. Busque a definição dos pontos;
- Se você tem golpes potentes e coloca seus adversários correndo bem atrás da linha de base, experimente dar curti nhas;
- Construa o ponto na cruzada e defina na paralela;
- Caso seu estilo seja voltado para o saibro, é, sim, possível adaptá-lo às quadras rápidas, mas saiba que não será fácil e exigirá bastante rigor técnico;
- Varie bem as jogadas. Tente ângulos. Use um saque-e-voleio no segundo saque. Não deixe que seu adversário acostume com seu padrão de jogo;
- Tenha um bom saque e domine os pontos na segunda bola. Faça os rivais correrem para você não precisar correr;
DURANTE OS ANOS DE 1990, A ESCOLA ESPANHOLA determinava a maneira de se jogar tênis em quadras de saibro. Os espanhóis baseavam seu jogo em uma movimentação alucinante no fundo de quadra, contragolpes perfeitos, em uma tática conservadora que dava resultado.
No entanto, em 1997, um brasileiro de cabelos desalinhados, visual espalhafatoso, roupas coloridas e muito carisma resolveu reescrever a maneira como se jogava sobre a terra batida. Ao vencer Roland Garros com seu jogo agressivo, Gustavo Kuerten, aos 21 anos, moldou o que viria a ser o estilo usado nessa superfície daí em diante.
Seus golpes ofensivos colocaram no passado o estilo defensivo e conservador que grassava até o final dos anos 1990. Ao vencer por duas vezes consecutivas o Aberto da França (em 2000 e 2001) e se firmar como tenista número um do mundo, Guga reinventou o jogo, colocando a agressividade como elemento preponderante também no saibro.
Kuerten baseou seu estilo em um saque implacável e em dois poderosos e vencedores golpes de base: o forehand (com que dominava e definia os pontos, sem dar chances nas bolas que sobravam no meio da quadra) e o backhand de esquerda com uma mão (considerado o melhor golpe de sua geração, em especial a esquerda na paralela, que surpreendia e machucava muito os adversários). Aliado a tudo isso, percebendo que seus oponentes ficavam acuados no fundo da quadra, ele desenvolveu curtinhas de deixar qualquer adversário envergonhado.
Foi assim que Guga conseguiu se tornar o segundo sul-americano número um do mundo, em dezembro do ano 2000, e um dos tenistas mais carismáticos do circuito. Apesar do jogo perfeito para o saibro, o brasileiro não ficou restrito somente a essa superfície, adaptando seu jogo às quadras rápidas e conquistando resultados impressionantes. Quem não se lembra da Masters Cup de 2000, em Lisboa (jogada em quadra rápida), quando derrotou Pete Sampras (na semifinal) e Andre Agassi (na decisão) para ser número um.
Maior nome do tênis masculino brasileiro, Guga sofreu com um grave problema na cartilagem do quadril, o que o levou a duas operações e, mais tarde, à aposentadoria. No entanto, seu legado para o tênis deve perdurar por gerações.
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NOME COMPLETO: PETROS SAMPRAS
NASCIMENTO: 12 DE AGOSTO DE 1971,
EM WASHINGTON, ESTADOS UNIDOS
ALTURA: 1,85M
PESO: 77 KG
DESTRO (BACKHAND DE UMA MÃO)
ANO EM QUE SE PROFISSIONALIZOU: 1988
TÍTULOS NA CARREIRA: 64
PREMIAÇÃO NA CARREIRA (ATÉ 2010): US$ 43,280,489
TÍTULOS DESDE 2001 ATÉ 2010:
1 (1 GRAND SLAM)
O QUE APRENDEMOS COM SAMPRAS?
- Aprenda a crescer, a desenvolver seu jogo, diante de rivais duros;
- Tenha um saque preciso e eficaz, tanto no primeiro quanto no segundo serviço;
- Se tiver um bom saque, não tenha medo de fazer um saque-e-voleio;
- Não se incomode com passadas. Mantenha a pressão sobre o adversário. Ele não vai acertar sempre;
- Não tenha medo de suas fraquezas. Saiba que as têm e tente aprimorá-las. Mas, sempre que possível, construa o ponto para poder usar seu melhor golpe;
- Seja impassível em quadra. Não deixe seu oponente perceber seus sentimentos;
- Jogue com seriedade o tempo todo para não dar brechas ao rival;
- Saiba impor o seu jogo e sua tática diante de qualquer adversário.
EM 1990, PETE SAMPRAS AINDA ERA UM GAROTO. Mas isso não o impediu de vencer algumas lendas do tênis e se tornar o mais jovem a vencer o US Open, com apenas 19 anos. Três anos depois, ele já se tornaria número um do mundo, posição que, nos cinco anos seguintes, dificilmente sairia de suas mãos.
Pistol Pete, como alguns gostavam de chamá-lo, resolveu não somente desafiar os tenistas de sua geração, mas os das gerações passadas. Em pouco tempo, dominou o circuito de tal maneira com seu saque-e-voleio pesado e efetivo que, toda vez que entrava em quadra, jogava não somente contra os adversários, mas contra os livros de história do tênis.
Sampras reescreveu os recordes. Superou números que estavam esquecidos, de outras eras e que se pensavam inalcançáveis. Assim como reescreveu a forma de se jogar com o saque-e-voleio. Dono do serviço mais eficiente de todos os tempos, ele se aproveitou da época em que a velocidade do jogo era enorme para ditar novas regras, soltando bombas - quando não indefensáveis - tão poderosas que impediam um ataque de devolução, facilitando a definição do ponto na rede. E se não bastasse a constância e precisão do saque, ele ainda era um exímio voleador.
Durante seu reinado, poucos puderam confrontá-lo. Seu maior rival, Andre Agassi, vivia altos e baixos. Quando ambos estavam em boa fase, seus duelos eram épicos. Tanto que Sampras chegou a dizer por várias vezes a rivalidade com Agassi o fez ser um melhor jogador.
E é verdade. Rei da grama, com sete títulos em Wimbledon, Pete tinha pontos fracos. Sua esquerda de uma mão era um deles. No entanto, ele soube trabalhar tão bem essa "deficiência" que chegou a ser capaz de enfrentar adversários sem fugir do backhand. Ainda assim, seu jogo agressivo acabou não sendo su ciente para lhe render dividendos no saibro. E Roland Garros sempre o ludibriou.
Mesmo no fim de carreira no começo dos anos 2000, sua força e sua áurea de melhor do mundo ainda eram poderosas. Depois de perder duas finais do US Open em 2000 e 2001 para representantes de uma geração mais veloz e determinada, mostrou todo o seu valor ao conquistar o Aberto norte-americano em 2002 para selar sua gloriosa carreira.
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NOME COMPLETO: JUAN CARLOS FERRERO DONAT
NASCIMENTO: 12 DE FEVEREIRO DE 1980 EM
ONTENIENTE, ESPANHA
ALTURA: 1,83M
PESO: 73 KG
DESTRO (BACKHAND DE DUAS MÃOS)
ANO EM QUE SE PROFISSIONALIZOU: 1998
TÍTULOS NA CARREIRA: 15
PREMIAÇÃO NA CARREIRA (ATÉ 2010): US$ 13,320,292
TÍTULOS DESDE 2001 ATÉ 2010:
14 (1 GRAND SLAM E 4 MASTERS 1000)
O QUE APRENDEMOS COM FERRERO?
- Não se limite a apenas um estilo de jogo e um tipo de superfície. Busque sempre mais de si mesmo em tudo;
- Tente desenvolver um golpe de definição e molde seu jogo para sempre que possível usá-lo;
- Caso seu saque não seja devastador, abuse dos efeitos e das variações para evitar que seus adversários ataquem com a devolução;
- Antes de ser agressivo, pense em ser constante;
- Seja rápido e devolva tudo para o outro lado da rede. Seu oponente vai ficar louco.
OS DIVERSOS TENISTAS DA ESCOLA ESPANHOLA - que começou a dominar o jogo no saibro durante a década de 1990 - pareciam predestinados a entrar para a história apenas como especialistas nesta superfície. Diante desse quadro, dificilmente um deles seria número um do mundo algum dia, pois o circuito possui muito mais torneios em quadras rápidas do que na famosa "terra batida".
Faltava, então, a todos eles, um estilo de jogo que se encaixasse com as quadras de cimento para que pudessem sonhar com o primeiro posto do ranking mundial. Foi quando Juan Carlos Ferrero quebrou este estigma - que dizia que os espanhóis só sabiam jogar no saibro - e abriu a porta para outros compatriotas.
O jogo do "Mosquito" - seu porte magro e sua velocidade lhe valeram o apelido - foi moldado nas quadras lentas. Mais um garoto prodígio da escola espanhola, ele logo se destacou atuando neste tipo de piso. O estilo hispânico era claro, com suas pernas velozes, esquerda consistente, direita poderosa, contra-ataque fulminante. Contudo, ele diferia de seus antecessores por sua bola não ter tanto spin - especialmente quando atuava em quadras rápidas - e por tentar ser mais agressivo e definir os pontos, não esperando tanto os erros dos rivais, como rezava a cartilha da escola de tênis de seu país.
Em 2003, talvez o último ano em que o circuito masculino ainda parecia passar por uma transição e não havia encontrado uma nova força dominante, Ferrero teve seu grande momento. Ele venceu Roland Garros - após bater na trave no ano anterior - e fez a final do US Open. Além disso, ganhou os Masters 1000 de Monte Carlo e Madrid (torneio disputado sobre carpete) e provou sua versatilidade. Tudo isso fez com que ele se tornasse o segundo espanhol a atingir o topo do ranking na ATP (lugar que ocupou por oito semanas), após Carlos Moya. Nesta época, Ferrero também foi um dos tenistas mais requisitados fora das quadras por sua beleza atlética combinada com seus cabelos loiros e olhos castanho-esverdeados. Desde então, ele foi um dos jogadores mais constantes entre os top 100.