Inspiração contra o racismo, descendentes de africanos que brilharam (e ainda brilham) dentro e fora das quadras
Da redação em 19 de Novembro de 2015 às 21:53
Neste Dia da Consciência Negra, selecionamos oito tenistas que são inspiração no combate ao racismo. Sagraram-se campeões dentro e fora das quadras. E provam que o amor ao tênis não tem cor.
Serena Williams
Com 34 anos, é atual número um do mundo, com quase 4 mil pontos à frente de Simona Halep, segunda colocada. Serena se profissionalizou em 1995 e já soma um total de 91 títulos, com jogos tanto em duplas quanto em simples. No ano 2002, venceu os quatro torneios do Grand Slam e, com o mesmo feito este ano, tornou-se a tenista mais velha a conquistar um dos quatro principais torneios do mundo. Se já não fosse o bastante, a tenista norte-americana possui, ainda, quatro medalhas olímpicas. Apesar de ter encerrado a temporada sem disputar o WTA Finals por causa de lesões, ela finalizará o ano como líder do ranking. Ela já encerrou como melhor tenista mulher outras quatro vezes: 2002, 2009, 2013 e 2014. Neste ano, Serena venceu Wimbledon, Roland Garros e Australian Open.
Jo Wilfried Tsonga
Tenista francês de 30 anos de idade, tornou-se profissional em 2004. Em 2008, foi finalista do Australian Open e, neste ano, venceu o ATP 250 de Metz em seu país natal. Em outubro, foi o primeiro tenista a ser confirmado para o Rio Open 2016 que acontecerá em fevereiro próximo. No total, Tsonga conquistou 12 títulos e já figurou entre os top five do mundo, em 2012. No ano de 2011, ele recebeu o prêmio ATP Aces for Charity pelo trabalho de sua fundação Attrap La Balle que promove a crianças carentes do Congo acesso à atividades esportivas. É atualmente o segundo melhor tenista francês do mundo, ocupando a décima colocação no ranking geral.
Venus Williams
Irmã mais velha de Serena, Venus tem 35 anos. É a sétima melhor tenista do ano com 3.790 pontos. No retrospecto, já conquistou 69 títulos, muitos ao lado de sua irmã, com quem faz jogos de duplas. Norte-americana, tem 1,75m de altura e pesa 72kg. Apesar de ter sofrido com muitas lesões durante sua carreira, ela terminou 11 anos entre as top dez do mundo. É dona, também, de sete Grand Slams e fez neste ano sua melhor temporada desde 2007. Em novembro, a tenista conquistou o título em Zhuhai, na China.
Dustin Brown
Filho de pai jamaicano e mãe alemã, o tenista de quase 2 m completará 31 anos no começo de dezembro próximo. Atualmente, ocupa a 124ª posição do ranking ATP, mas já figurou entre os 100 melhores há alguns anos. E a jornada dele para alcançar esta façanha não foi nada fácil. Sua família nunca foi rica e o dinheiro que a carreira do filho demandava fez com que ela comprasse um motorhome. Dustin morou dentro dele por quase seis anos enquanto disputava torneios em países europeus. Em 2010, o tenista se naturalizou alemão, alegando a falta de apoio da Tennis Jamaica e passou a atuar pela Alemanha. Neste ano, ele venceu Rafael Nadal na segunda rodada de Wimbledon por 3 sets a 1. Hoje, ele é o sexto melhor tenista alemão do mundo.
Gael Monfils
O francês de 29 anos é o 22º tenista do ranking ATP e, também, já esteve em melhor posição: foi o sétimo melhor do mundo em 2011. Seu último título foi conquistado ano passado no ATP 250 de Montpellier, na França. No mundo do tênis ele também é conhecido como Lamonf ou Sliderman, por suas singulares deslizadas em jogo. O atual quinto melhor tenista francês foi, quando juvenil, campeão de Roland Garros, Wimbledon e Australian Open. Nos anos de 2009 e 2010 ele foi vice-campeão do Masters 1000 de Paris, perdendo para Robin Soderling e Novak Djokovic, respectivamente.
James Blake
Tornou-se profissional em 1999 e diz ter tido como principal inspiração um tenista emblemático: Arthur Ashe. Entre jogos de simples e de duplas, o norte-americano possui um total de 17 títulos e sua melhor colocação foi entre os top cinco de 2006, quando ocupou a quarta posição. James Riley Blake lançou, em 2007, sua biografia intitulada “Breaking Back: How I Lost Everything and Won Back My Life” (Devolvendo a quebra: como perdi tudo e ganhei minha vida de volta, em português). Com 35 anos, é fundador da Thomas Blake Sr. Memorial, fundo que tem como objetivo ajudar nas pesquisas sobre câncer – ato em homenagem a seu pai que faleceu por causa da doença, em 2004.
Yannick Noah
Em 1983, o tenista conquistou o Roland Garros e é, desde então, o último francês a conquistar um Grand Slam. Somando as conquistas individuais e em duplas, possui 39 títulos. Noah permaneceu entre os top dez durante seis anos consecutivos, de 1982 a 1987. Sua melhor colocação no ranking ATP foi em 1986 quando atingiu a terceira posição. Quatro anos depois, ele alcançou a semifinal do Australian Open. Na Copa Davis, liderando a equipe, levou seu país às finais em 1982 – a França havia conseguido o mesmo feito pela última vez em 1933. Em 2015, Yannick Noah foi nomeado técnico da equipe francesa na competição.
Arthur Ashe
Certamente, um dos maiores tenistas de todos os tempos. Foi o único negro campeão de Wimbledon (1975), US Open (1968) e Australian Open (1970). Em 1963, após obter uma bolsa universitária pelo seu belo desempenho no esporte, Ashe foi, também, o primeiro afrodescendente a ser convidado para defender os EUA na Copa Davis. E não contente com o convite, Ashe ainda liderou a equipe que conquistou o tricampeonato nos anos de 1968, 1969 e 1970. No ano seguinte, ao lado de seu compatriota Marty Riessen, também levantou o troféu de Roland Garros. Em 1975, ele conseguiu um dos maiores feitos de sua carreira: tornou-se número um do ranking mundial. O tenista norte-americano se aposentou em 1980 com, exatos, 33 títulos de simples conquistados. Cinco anos depois, passou a fazer parte do Hall da Fama do tênis. Ashe também foi presidente, em 1974, da Associação de Tenistas Profissionais - que ajudou a constituir. Neste ano, ele é homenageado no ATP Finals, servindo de nome para um dos grupos do torneio. Arthur Robert Ashe Jr. faleceu em 1993, com 50 anos incompletos
Atualização: Como bem observou nosso leitor Antonio Duarte, há uma tenista que também mereceria estar nesta lista. Ela é a norte-americana Athea Gibson, a primeira atleta negra a ganhar Roland Garros, em 1956, e também treinadora de Venus e Serena Willians.