Nas graças do povo brasileiro, Almagro despista sobre chance de casa no país

"Rei" do Brasil Open, Almagro caiu nas graças da torcida ao exibir camiseta com homenagem ao país

Ao longo de sete dias, Nicolás Almagro não pareceu nem de perto aquele tenista marrento, que discutia e protagonizava lances polêmicos com a torcida, como aconteceu em diversos momentos durante o Brasil Open na Costa do Sauípe. Ainda assim com tal "fama", ele chegou a São Paulo empatado com Gustavo Kuerten em número de títulos no ATP brasileiro, porém nunca escondeu que comparações com o ex-número 1 do mundo e tricampeão de Roland Garros não tinham parâmetro.

No entanto, em 2012, o espanhol, número 11 do mundo, integrante titular da Copa Davis, comprometido, mais experiente, mostrou uma cara que surpreendeu os fãs e até a imprensa que se instalou na última semana no Ginásio do Ibirapuera. Mostrando humildade, assim como a maioria de seus compatriotas, respondeu a todas as perguntas esbanjando bom humor.

"Nico" (como é conhecido no circuito) demonstrou o carinho pela torcida brasileira ao exibir uma camisa com a frase "Eu amo o Brasil" após o último ponto da partida contra o italiano Filippo Volandri. O gesto lembrou o ato de Guga em Roland Garros, no ano de 2001, quando conquistou o Major francês pela terceira vez e pintou um coração na camiseta expressando o amor ao torneio.

Questionado quando havia escrito a homenagem, Almagro novamente arrancou risos da plateia na coletiva. "Eu não escrevi na noite anterior, escrevi nesta manhã", declarou. "É realmente o que sinto. Quando entrei na quadra, o público estava todo comigo. Quando ganhei, também. Foi uma maneira de poder demonstrar de alguma maneira a todo povo do Brasil que sei da importância deste torneio aqui. Sou tricampeão, estou encantado, feliz e, como diz a camisa, adoro estar no Brasil", revelou o jogador, que alcançou seu 11º caneco da carreira.

Almagro repetiu o que Guga fez em 2001, quando retribuiu o amor aos franceses após o tri de Roland Garros

Com o título, Almagro também confirma a supremacia espanhola no torneio brasileiro, que de 12 vencedores, seis foram  jogadores da nação ibérica, entre eles Rafael Nadal (em 2005), número 2 do mundo e hexacampeão de Roland Garros, e Juan Carlos Ferrero (2010), ex-líder do ranking e grande amigo de Almagro.

Ferrero, inclusive, manteve uma relação tão próxima com o país que comprou uma casa de praia na Bahia, para passar os dias do torneio que era disputado até a última temporada na Costa do Sauípe. Será que Almagro seguirá os passos do compatriota? Na entrevista, pelo menos, o tenista de 26 anos admitiu conhecer vários locais do país caso venha a querer se instalar por aqui.

"Esperava que me dessem uma casa de presente (risos)... Tomara que quando eu me aposente possa ter muito dinheiro para comprar uma casa aqui no Brasil. Hoje, acho difícil. Realmente gosto do Brasil, mas se vier passar alguns dias aqui, virei a hotéis e tentarei conhecer muitas cidades daqui, que são muito bonitas - Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife. Viu? Estudei esta manhã (domingo)", concluiu o bem-humorado Almagro.

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