Maior ídolo do tênis espanhol não vê seu posto ameaçado por Nadal

Manuel Santana ainda se considera o melhor espanhol da história

Luiz Pires em 16 de Maio de 2007 às 07:58

Mesmo com as recentes conquistas de Rafael Nadal, Manuel Martinez Santana, de 69 anos, ainda é considerado o maior tenista espanhol de todos os tempos. Com dois títulos em Roland Garros, Manolo, poderia ser facilmente superado pela jovem revelação espanhola, mas suas conquistas em Wimbledon e no U.S. Open são os diferenciais que farão Nadal suar muito para tentar ocupar seu posto.

Santana em ação na década de 60
Manolo Santana, um dos maiores heróis do esporte espanhol durante a década de 60, utiliza suas conquistas para afirmar que ainda é o melhor da história. "Nadal ainda não alcançou meus resultados. Para que ele seja o melhor de todos os tempos, precisa ganhar em Wimbledon e no U.S. Open, como eu fiz. Creio que ele conseguirá esse feito, mas, por enquanto, me considero o melhor da história", afirmou Santana, deixando a modéstia de lado.

Ao comentar sobre a invencibilidade de Nadal no saibro, Santana reconhece que seu compatriota é um fenômeno inédito no país. "Com certeza ele é o melhor da história do tênis espanhol no saibro. Não só pela sua energia ou seu jogo. Psicologicamente ele também é imbatível. Nadal está criando uma rivalidade com Federer comparável às disputas entre Edberg e Becker ou McEnroe e Borg", revelou o primeiro espanhol a conquistar o título em Wimbledon, em 1966.

No auge de sua carreira,a imagem de Manolo era frequentemente utilizada para promover a ditadura do General Franco. O tenista fazia aparições ao lado do ditador e era chamado de "Super Manuel", mas não concordava com a política do país. "Não gostava deste papel, mas compreendia que, naquele momento, a Espanha necessitava de ídolos".

Nadal e Santana, duas gerações do tênis espanhol
Durante a campanha no Aberto dos Estados Unidos em 1965, Manolo teve a oportunidade de conversar com o presidente norte-americano Robert Kennedy. "Ele me disse não entender como os espanhóis podiam aceitar a ditadura de Franco e insistiu que não visitaria a Espanha enquanto ele governasse", disse Santana, que na ocasião conquistou seu terceiro Grand Slam, mais um dos 46 títulos da sua carreira. "Pensei muito nele quando foi assassinado em 1968", completou.
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