Competição teria alguns dos maiores tenistas da história
Por Guilherme Souza em 23 de Setembro de 2018 às 19:57
Foto: Divulgação/LaverCup
Pelo segundo ano consecutivo, a Laver Cup trouxe grandes momentos para os fãs de tênis. Se a dupla Fedal foi o ponto alto da edição 2017, nesta temporada foi a vez do suíço Roger Federer fazer parceria com outra lenda do esporte, o sérvio Novak Djokovic. Com outros nomes de peso na disputa, como o alemão Alexander Zverev e o australiano Nick Kyrgios, a competição foi novamente um sucesso de público, tanto na sede, em Chicago, quanto na TV.
Mas e se a competição fosse disputada em outras temporadas? Quais seriam os tenistas que a jogariam? E o local da disputa? Pensando nisso, a Revista Tênis preparou um texto para você, nosso leitor, imaginar como seria uma eventual Laver Cup 2001. Ligue a suspensão de descrença e leia mais:
Foto: Arquivo
Quem leu a biografia de Gustavo Kuerten (Guga, Um Brasileiro) deve recordar que houve a possibilidade de que a Masters Cup (como era chamado o ATP Finals na época) fosse realizada no Brasil, em 2001. Vale reler o trecho, para contextualizar:
"Como um brasileiro tinha se tornado número 1, o português João Lagos, realizador do evento no ano anterior em Lisboa, teve a ideia de trazer a competição para o Brasil, apostando que seria um sucesso. Mas não foi o que ocorreu. São Paulo desistiu na última hora e deixou escapar a oportunidade de ouro por não ter um local adequado para receber o torneio. Não houve, mesmo em outras cidades, quem se arriscasse a construir um complexo somente para o Masters Cup no Brasil"
Para esse exercício imaginativo, vamos pensar em uma realidade paralela na qual São Paulo tivesse recebido o convite para sediar não a Masters Cup, mas sim esse torneio inaugural chamado Laver Cup, e apresentasse condições para recebê-la.
Pensando nos tenistas que poderiam vir a São Paulo para a disputa do torneio, é preciso primeiro entender os critérios utilizados para a seleção nas duas edições já realizadas da competição que homenageia Rod Laver:
1) Quatro dos seis jogadores de cada time se qualificarão baseados no ranking divulgado no ranking da semana seguinte a Wimbledon.
2) Os outros dois jogadores são escolhas dos capitães, a serem anunciadas na semana seguinte ao US Open.
Pelo Ranking, pós Wimbledon 2001, precisamente na lista do dia 16/07/2001, seriam convocados:
Time Mundo: Gustavo Kuerten (#1), Andre Agassi (#3), Lleyton Hewitt (#5), Patrick Rafter (#10)
Time Europa: Marat Safin (#2), Juan Carlos Ferrero (#4), Yevgeny Kafelnikov (#6), Sebastien Grosjean (#6)
Os dois nomes restantes de cada equipe são definidos através de escolhas dos capitães, o sueco Bjorn Borg (Time Europa) e John McEnroe (Time Mundo). Os convites parecem seguir alguns motivadores essenciais. Tanto Borg quanto McEnroe chamaram estrelas da #NextGen em 2017 (Alexander Zverev e Denis Shapovalov, respectivamente), e repetiram a receita com bons jogadores de até 23 anos em 2018 (Kyle Edmund e Nick Kyrgios).
Além deles, os capitães optaram pela convocação de tenistas locais bem ranqueados (o tcheco Tomas Berdych para a disputa em Praga/2017 e o americano Jack Sock em Chicago/2018) e campeões de Grand Slam que voltavam a vencer após sofrer com lesões (Del Potro, #24, escolhido em 2017, que precisou se retirar da disputa, e Novak Djokovic, convocado em junho 2018, quando ainda ocupava a 17ª colocação).
Os alternates também seguem padrões: Borg escolheu tenistas experientes (Fernando Verdasco em 2017 e Jeremy Chardy em 2018), enquanto McEnroe optou pela juventude do australiano Thanasi Kokkinakis em 2017 e do chileno Nicolas Jarry em 2018.
Neste exercício imaginativo, busquei seguir a linha de pensamentos das lendas do tênis. Para a Laver Cup 2001, seriam escolhidos por Borg dois norte-americanos, Pete Sampras, décimo do mundo e recém vice-campeão no Aberto dos Estados Unidos, e um ainda jovem tenista Andy Roddick, que ocupava a 15ª colocação aos 19 anos. Borg, por sua vez, escolheria um tenista promissor oriundo da Basileia, o suíço Roger Federer, número #12 do mundo aos 20 anos, e o sólido Tim Henman, oitavo melhor tenista do ranking pós-US Open aos 27 anos.
Um fato interessante é a escolha dos alternates. Para manter o padrão de chamar um jovem tenista sub-23 para o Time Mundo uma boa escolha seria o argentino Mariano Zabaleta, que subiu 42 lugares após ser quadrifinalista no US Open. O Time Mundo, com tradição em trazer experientes tenistas, poderia optar pelo espanhol Sergi Bruguera, então 86º aos 30 anos e com o histórico de ser um dos adversários de Guga em Roland Garros.
Da esquerda para a direita, em cima: Gustavo Kuerten, Andre Agassi, Lleyton Hewitt e Patrick Rafter. Em baixo: Pete Sampras, Andy Roddick, Mariano Zabaleta e John McEnroe
Da esquerda para a direita, em cima: Marat Safin, Juan Carlos Ferrero, Yevgeny Kafelnikov, Sebastien Grosjean. Em baixo: Roger Federer, Tim Henman, Sergi Bruguera, Bjorn Borg