Há 15 anos, Guga conquistava o tricampeonato em Roland Garros

Relembre estes três títulos do brasileiro com memórias do próprio tenista

Da redação em 10 de Junho de 2016 às 18:01

Em 2001, Guga desenhou um coração com sua raquete no saibro francês, em agradecimento à torcida local

Há exatos 15 anos, no dia 10 de junho de 2001, o brasileiro Gustavo Kuerten alcançava o tricampeonato em Roland Garros. Sob vento, chuva e gritos de “Allez Guga”, o catarinense de cabeleira loira e riso fácil derrotou de virada o espanhol Alex Corretja por parciais de 6/7 (3-7), 7/5, 6/2 e 6/0. Campeão também em 1997 e 2000, Guga fez naquele ano um dos gestos mais emblemáticos da história do tênis nacional e mundial. A terceira conquista no saibro francês permitiu que o “manezinho da ilha” fechasse com chave de ouro o ciclo iniciado no ano anterior, no qual também venceu o Masters Cup de Lisboa, tornando-se o primeiro tenista brasileiro a alcançar o topo do ranking ATP.

Abaixo, selecionamos três trechos da briografia "Guga, um brasileiro" para ilustrar o 15º aniversário do tricampeonato.

Confira:

1997 “De todas as mágicas que aconteceram comigo em Roland Garros, a conquista do título de 1997 foi a mais inacreditável de todas. A sensação que eu tenho é a de que, se jogasse o mesmo torneio milhões de vezes, jamais sairia campeão novamente. Minhas chances eram menores do que ganhar na Mega Sena com os mesmos números duas vezes consecutivas (...) Ao fazer o último ponto, encerrar o duelo e me tornar campeão, a primeira sensação foi de alívio. Num gesto de meio segundo, soltei o tronco e me abandonei, a cabeça batendo nos joelhos, pensando comigo mesmo: ‘Eu consegui!’”.

CAMPANHA

Primeira rodada x Slava Dosedel (TCH) 6/0, 7/5 e 6/1
Segunda rodada x Jonas Bjorkman (SUE) 6/4, 6/2, 4/6 e 7/5
Terceira rodada x Thomas Muster (AUT) 6/7 (3-7), 6/1, 6/3, 3/6 e 6/4
Oitavas de final x Andrei Madvedev (UCR) 5/7, 6/1, 6/2, 1/6 e 7/5
Quartas de final x Yevgeny Kalefnikov (RUS) 6/2, 5/7, 2/6, 6/0 e 6/4
Semifinal x Filip Dewulf (BEL) 6/1, 6/3, 6/1 e 7/6 (7-4)
Final x Sergi Bruguera (ESP) 6/3, 6/4 e 6/2

 

2000 “Finalmente, depois de uma epopeia de onze match points, eu tinha vencido a partida no tie-break (...) Num aspecto, esse talvez tenha sido o jogo mais importante da minha carreira, não só pelo resultado e o título, mas pelo fator moral. Aquilo tinha sido uma aula de superação. Tive que lidar com cansaço, guerra de nervos, enxurrada de emoções, frustração, desesperança, erro de juiz. Se eu tinha contornado tudo jogando só com duas raquetes, conseguiria qualquer coisa, fosse com adversário impossível, debaixo de chuva, neve, geada. Foi a primeira vez na vida que me convenci de que, sim, era possível, eu tinha mesmo chance de me tornar número 1 do mundo”.

CAMPANHA

Primeira rodada x Andreas Vinciguerra (SUE) 6/0, 6/0 e 6/3
Segunda rodada x Marcelo Charpentier (ARG) 7/6 (7-5), 6/2 e 6/2
Terceira rodada x Michael Chang (EUA) 6/3, 6/7 (11-13), 6/1 e 6/4
Oitavas de final x Nicolas Lapentti (EQU) 6/3, 6/4 e 7/6 (7-4)
Quartas de final x Yevgeny Kalefnikov (RUS) 6/3, 3/6, 4/6, 6/4 e 6/2
Semifinal x Juan Carlos (ESP) 7/5, 4/6, 2/6, 6/4 e 6/3
Final x Magnus Norman (SUE) 6/2, 6/3, 2/6 e 7/6 (8-6)

 

2001 “Como na partida contra Russell, desenhei no saibro o coração para reafirmar todo o meu amor e gratidão por Roland Garros. Naquele momento, isso também deixava explícito que eu tinha ganhado aquele torneio na base da garra, da entrega, da paixão. Fiquei ali estendido mais uma vez, me sentindo em comunhão com o universo, num mundo à parte, acariciado pelas manifestações e pelos aplausos da plateia. Por mim, estaria ali até hoje. Quando a comoção diminuiu, levantei, tirei a camisa suada do jogo e me dirigi ao banco. Peguei então a outra camisa na sacola (...) No momento em que a vesti, todo mundo pôde ver o que eu tinha feito com uma caneta Pilot de ponta grossa e tinta azul: ‘Je t’aime, Roland Garros', eu te amo, Roland Garros, sendo que o verbo tinha sido substituído pela imagem de um coração. Vestindo essa camiseta e enrolado na bandeira do Brasil, chorei de novo”.

CAMPANHA

Primeira rodada x Guillermo Coria (ARG) 6/1, 7/5 e 6/4
Segunda rodada x Agustin Calleri (ARG) triplo 6/4
Terceira rodada x Karim Alami (MAR) 6/3, 6/7 (3-7), 7/6 (7-5) e 6/2
Oitavas de final x Michael Russell (EUA) 3/6, 4/6, 7/6 (7-3), 6/3 e 6/1
Quartas de final x Yevgeny Kafelnikov (RUS) 6/1, 3/6, 7/6 (7-3) e 6/4
Semifinal x Juan Carlos Ferrero (ESP) 6/4, 6/4 e 6/3
Final x Alex Corretja (ESP) 6/7 (3-7), 6/2 e 6/0
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