Fininho é destaque em um dos maiores jornais europeus

Brasileiro deu entrevista ao jornal Marca, onde conta sobre a carreira, sobre Guga e elogia o atual momento do tênis espanhol

José Eduardo Aguiar em 10 de Março de 2009 às 08:00

Um dos maiores tenistas brasileiros de todos os tempos, Fernando Meligeni é destaque nesta semana no site de um dos principais jornais esportivos do mundo, o diário espanhol Marca. Em entrevista exclusiva, Fininho fala sobre sua carreira, sobre os momentos ao lado de Guga, sobre o futuro do tênis brasileiro e, claro, elogia o atual momento do tênis no país de Rafael Nadal.

Como não poderia deixar de ser, uma das primeiras perguntas foi sobre o fato do ex-tenista ter nascido na Argentina e jogar pelo Brasil. "Me nacionalizei brasileiro e me sinto brasileiro. É aqui que terei meus filhos e minha família", declarou Meligeni, natural de Buenos Aires.

O brasileiro chegou a figurar entre os 25 melhores do mundo
Em mais de 13 anos como profissional, um ano ficará marcado na memória de Fininho. "Meu melhor momento foi em 1999, quando cheguei às semifinais em Roland Garros e figurei entre os 25 do mundo", relembra o brasileiro. "Ainda consegui vitórias incríveis contra Pete Sampras, Alex Corretja e Patrick Rafter", completa.

Porém, se 1999 representou o melhor momento, também guarda uma das maiores decepções. "Aquela semifinal de Roland Garros contra o Andrei Medveded foi muito dolorosa. Perdi uma partida bastante disputada, e tinha certeza de que poderia ter vencido", lamenta o canhoto.

Outra grande decepção aconteceu três anos antes, também em uma semifinal. Nos Jogos Olímpicos de Atlanta, Estados Unidos, em 1996, o brasileiro chegou perto de conquistar uma medalha, mas caiu diante do espanhol Sergi Brugrera na semi. Na briga pelo bronze, caiu novamente, desta vez para o indiano Leander Paes. Se a derrota foi amarga para o povo brasileiro, Fininho foi vingado em grande estilo pelo compatriota Gustavo Kuerten, que venceu o espanhol na final de Roland Garros no ano seguinte.

E foi justamente ao lado de Guga que Meligeni viveu alguns de seus melhores momentos, em grandes participações na Copa Davis. "Durante seis ou sete anos, tivemos uma equipe muito forte que era capaz de ganhar de qualquer um", afirma Fininho. "Os tenistas são muito egoístas, jogam sempre por dinheiro, conquistas e fama. Quando joga competições como a Davis, tem que honrar o nome do país. Prevalece a união do grupo".

Fino colocava o "coração em quadra"
Se a medalha não veio em Atlanta, pelo menos nos Jogos Panamericanos de 2003 o brasileiro pode se redimir. Embora o título não tenha a mesma importância, a forma como foi conquistado emocionou todo o país. "Foi uma vitória que repercutiu muito. Após muitos anos jogando, sendo dez entre os 100 melhores, decidi me aposentar representando o país que amo", conta Meligeni. Depois de salvar quatro match-points, o brasileiro venceu o favorito chileno Marcelo Rios. "Foi uma demonstração do que foi a minha carreira: luta, jogar até o ultimo ponto e colocar o coração em quadra".

O ex-número 25 do mundo aproveitou para apontar o principal problema do tênis brasileiro: a base. Além de elogiar o atual momento da modalidade na Espanha. "É muito forte. Adoro ver Rafa Nadal jogar, além de gostar de Fernando Verdasco e David Ferrer", elogiou o ex-tenista, que definiu em três palavras o tênis espanhol: "Luta, união e vitória".

Atualmente escrevendo sobre tênis em seu blog, Fernando Meligeni conta ao diário Marca como é a experiência de escrever sobre o esporte que o consagrou. "É duro falar de tênis porque tenho muitos amigos dentro da quadra. É difícil criticar porque estive dentro delas e sei que não são todos os dias em que você joga seu melhor", completou.

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