Faltou Nadal!

A Masters Cup 2008 tinha tudo para ser uma das mais sensacionais dos últimos anos. Pelo último ranking divulgado antes da competição, teríamos em Xangai: Rafael Nadal, Roger Federer, Novak Djokovic, Andy Murray, Nikolay Davydenko, Andy Roddick, Juan Martin del Potro e Jo Wilfried Tsonga, com oito nações representadas (Espanha, Suíça, Sérvia, Grã-Bretanha, Rússia, Estados Unidos, Argentina e França). Mas não foi bem assim.

Acusando a dura temporada para alcançar o número um, o joelho de Nadal novamente pediu água e ele precisou encerrar a temporada mais cedo. Assim, Gilles Simon garantiu vaga. No meio da competição, Roddick teve um problema no tornozelo e desistiu antes de encarar Federer. Em seu lugar entrou o reserva Radek Stepanek, 27º no ranking, quem nem raquetes levou para a China. O jovem del Potro, desgastado, parecia estar jogando com a cabeça na final da Davis, na semana seguinte. E, por fim, Federer, com problemas estomacais e lombares, teve desempenho comprometido.

Com esse quadro, Djokovic e Murray tornaram-se favoritos. O sérvio, que começou o ano extremamente bem, com o título do Australian Open, caiu de produção no meio da temporada e não inspirava muita confiança. Mesmo assim, determinado a finalizar 2008 com um título, passou às semifinais com apenas uma derrota, para Tsonga. Este revés impediu que ele roubasse o número dois de Federer. Davydenko ficou em segundo no grupo.

Na outra chave, Murray fez questão de mostrar que vai entrar na briga pelas primeiras posições com Nadal, Federer e Djokovic em 2009. Em Xangai, ele venceu Roddick, Simon e, por último, Federer. Mesmo classificado (pois o suíço havia perdido para Simon na estréia), o escocês não entregou o jogo. Lutou bravamente contra um combalido Federer, que jogava suas últimas fichas nesta partida para poder passar à semifinal. Murray virou um espetacular jogo de três horas. Depois afirmou: "Vencer Federer é quase como ganhar a Masters Cup".

E parece que o britânico acreditou mesmo nisso, pois o esforço que fez para bater o suíço deixou-o à mercê de Davydenko no dia seguinte e o russo passou à final com tranqüilidade. Na outra semi, Djokovic precisou se aplicar e virar o placar diante do incansável Simon, uma das grandes surpresas deste segundo semestre. Se antes Espanha e Argentina costumavam despontar com dois top 10 ao fim da temporada, agora é a França que coloca Tsonga e Simon, dois tenistas com estilos completamente distintos, neste patamar. O primeiro joga agressivamente todos os pontos, com relances de saque-e-voleio. O segundo possui sua principal arma no mortal contra-ataque.

Na decisão, Djokovic - determinado e com mais jogo e carisma do que o adversário - derrotou Davydenko sem grandes problemas, conquistou a Masters Cup e encerrou o ano como havia começado, ganhando. O sérvio ficou a dez pontos de Federer no ranking e pode passá-lo logo no começo de 2009. Contudo, ele defende o título do Aberto australiano.

Feminino

No Masters de Doha, a ausência mais sentida entre as top 8 foi de Maria Sharapova, contundida desde agosto. Na vaga da russa, entrou sua compatriota Vera Zvonareva, que fez um 2008 apenas regular, com campanhas fracas nos Grand Slams. Com o torneio em andamento, Ana Ivanovic - que decepcionou no segundo semestre após ganhar Roland Garros e assumir a liderança do ranking - abandonou com uma virose e Serena Williams também deixou a competição devido a uma lesão. Assumiram seus lugares, a polonesa Agnieszka Radwanska e a russa Nadia Petrova.

No fim, melhor para a experiente Venus Williams que venceu o Masters pela primeira vez. Na semifinal, ela eliminou a número um, Jelena Jankovic - que tinha a posição assegurada independentemente dos resultados no Catar. Na decisão, a norteamericana superou a Zvonareva, que surpreendeu ao chegar tão longe.

Duplas

Nos Masters de duplas, o canadense Daniel Nestor, a zimbabuana Cara Black e a norte-americana Liezel Huber conquistaram o bicampeonato. Nestor, desta vez, fez parceria com o sérvio Nenad Zimonjic. No ano passado, ele ainda jogava com o bahamense Mark Knowles. Já Black e Huber confirmaram a liderança do ranking. Os brasileiros Marcelo Melo e André Sá ficaram na reserva e não tiveram oportunidade de jogar.