As vantagens da prática vão além do aspecto físico e da chance de se tornar profissional
Roberta Menezes De Carvalho em 5 de Janeiro de 2016 às 11:01
Aprender a jogar tênis bem em nível competitivo - sem necessariamente ter que se tornar um profissional - é uma grande "escola de vida", pois são inúmeros os ganhos pessoais que se adquire com anos de dedicação ao esporte e ao seu ambiente. A seguir, vamos listar alguns:
Saúde
O primeiro grande ganho da prática esportiva diz respeito à saúde. Ter uma vida saudável é fundamental para qualquer pessoa. Praticar um esporte com regularidade é manter-se bem física e emocionalmente. É criar condições para ter disposição de trabalhar, desfrutar do lazer e desejar fazer o que quer que seja.
Disciplina
O segundo tópico, e nem por isso menos importante, é a questão da disciplina e da organização do tempo. O tenista que quer realmente progredir tem que ter compromisso com os horários e com os objetivos que almeja alcançar. Sabendo planejar, vai dar tempo de fazer tudo, de conciliar os treinos com os estudos e futuramente com o trabalho. A disciplina será uma qualidade adquirida para a vida inteira.
Educação e respeito
O tênis é um esporte que educa. O tenista, além da educação que recebeu dos pais, acaba sendo educado para se comportar dentro de uma norma que é estabelecida. Existe uma regra do jogo e um regulamento do local onde o tênis é praticado. A regra não varia, mas o regulamento pode variar de acordo com o lugar (clube, academia ou parque) e com o objetivo (se é um campeonato, um simples treino ou um bate-bola com um amigo). Os valores éticos embutidos em estar em quadra e a conduta ou o comportamento social são básicos no desenvolvimento de uma pessoa no esporte. O saber jogar com ética, o respeito aos adversários, ao juiz e à plateia vão passar a fazer parte daquela pessoa que joga tênis. Sem isso, com certeza, esse tenista estaria marcado ou estigmatizado no grupo e também ficaria sem parceiro para seus treinos. O comportamento durante o jogo fala muito sobre a personalidade do tenista. A forma de se colocar, de lutar para chegar a um resultado positivo varia de pessoa para pessoa e, isso, claramente, aparece na vida.
Perder não é sinal de aceitação do fracasso |
Aprender a ganhar e a perder
Saber ganhar e aprender a perder também é uma grande conquista. Nem sempre vencer é tudo, ou melhor, vencer uma partida ou um campeonato de tênis não é tudo. O difícil é ter consciência disso. Uma vitória deve ser comemorada, sim, mas, deve ser pensada e não se pode deixar de perder o foco. Deve-se ter muito cuidado com o sucesso. Cuidado com a vaidade e a falsa sensação de que ninguém é melhor que você. É importante saber ganhar sem deixar a autoestima transbordar. Ganhou, parabéns, porque naquele momento você foi superior. Isso não quer dizer que você ganhará sempre. Mesmo ganhando, valorize o adversário. Lembre-se que a humildade é uma das qualidades de um vencedor. Ninguém é melhor que ninguém, porque cada um é bom em alguma coisa. Então, o importante é sempre fortalecer aquilo que temos de bom e procurar melhorar aquilo que está faltando.
Da mesma forma, aprender a perder não é fácil. Mas, desde que nascemos já estamos perdendo aquela condição confortável e protetora do útero materno. Perder não é sinal de aceitação do fracasso. Não é só decepção. Pode ser frustrante se houver uma expectativa muito grande, mas pode ser muito enriquecedor se for visto como uma forma de crescimento, de se trabalhar as falhas e de se tornar melhor. Às vezes, perdemos para poder ganhar depois. Esse é o lado positivo da luta pelo crescimento. Só cresce quem tem a capacidade de reconhecer os erros e a vontade de superá-los.
A imagem que construímos de nós mesmos será a imagem que os outros terão de nós |
Autoestima e confiança
Outro ganho positivo diz respeito à autoestima do tenista, que deve ser trabalhada o tempo inteiro. Tem momentos que ela está em alta e outros em que está em baixa. O importante é fazer com que se ganhe confiança e isso só vem quando você sabe que fez de tudo para acertar. Se você fez e conseguiu melhorar um golpe, ou rendeu mais no treinamento, ou ganhou uma partida, ou um torneio, ótimo. Se você fez e não conseguiu por algum motivo, ótimo também. O importante é não perder de vista o valor da dedicação e do esforço, porque de alguma maneira o saldo positivo virá. Assim sendo, a imagem que construímos de nós mesmos será a imagem que os outros terão de nós. Procure mostrar realmente quem você é. Respeite-se.
O tênis também nos ensina a lidar com situações conflituosas e inesperadas. De repente, tem-se que mudar de tática, pois o adversário passou a jogar de outra maneira, ou porque hoje aquela jogada não está dando certo, ou porque está errando muito o primeiro saque. Enfim, a resposta tem que ser rápida, não dá para pensar muito no que fazer. Temos que nos colocar de outra forma, agir de outra maneira, seguir a intuição, o coração e acreditar que vai dar certo, sem perder o controle. Isso acontece demais em situações no trabalho, em que, de repente, o chefe diz não e muda tudo o que estava sendo feito, e diz que você tem que se virar. E aí?
Autocontrole é buscar a racionalidade dentro de uma situação em que você está emocionalmente envolvido |
Autocontrole
O autocontrole é fundamental. É buscar a racionalidade dentro de uma situação em que você está emocionalmente envolvido. Como segurar nas mãos aquilo que está tentando escapar de qualquer jeito? Temos que querer muito inverter a situação. E aí pesa a experiência individual adquirida com o tempo. "Como fiz naquela ocasião? Como fiz naquele jogo? Posso tentar fazer agora?" Devemos ter o pensamento positivo nessas horas, confiarmos naquilo que plantamos e sabermos que em algo vamos sair ganhando.
Temos a possibilidade de conhecer muitas pessoas e de fazer amigos em vários lugares do mundo |
Construção de bons relacionamentos e independência
O tênis também possibilita a construção de bons relacionamentos. Temos a possibilidade de conhecer muitas pessoas e de fazer amigos em vários lugares do mundo. Jogando torneios, sempre há o prazer de conhecer pessoas e, além disso, viajar e conhecer várias cidades e países, culturas e hábitos diferentes. Sem dúvida, isso gera independência. Aprendemos, desde cedo, a ser responsáveis pelas nossas atitudes e nós mesmos. Quando se viaja sozinho, tem-se que arcar com os compromissos. Sempre há uma meta a alcançar. E assim, é preciso escolher e abrir mão de coisas que não são compatíveis com o nível de tênis que nos propusemos a jogar.
Possibilidades profissionais
É muito importante se dedicar aos estudos e ao tênis. Não é fácil, mas vale a pena, porque abre a possibilidade de ter uma formação acadêmica que continue incluindo o tênis na vida em qualquer que seja a área escolhida. Além disso, o tênis bem jogado também pode dar a chance de estudar no exterior através de bolsas de estudo.