Enqvist elogia Lindell e revela vontade de carioca em defender a Suécia na Davis

Ex-top10, capitão sueco comentou sobre potencial de jovem atleta e da possibilidade de jogar confronto diante da Sérvia, em julho

Da redação em 2 de Junho de 2011 às 15:12

Ex-tenista Thomas Enqvist é capitão da Suécia na Davis e faz questão de ter Lindell na equipe
O sueco Thomas Enqvist, ex-top 10 e atual capitão da equipe de seu país na Copa Davis, disputou a etapa de São Paulo do Circuito de Veteranos da ATP na semana passada. Em sua passagem pela cidade, ele contrariou Jorge Lacerda, presidente da CBT e apostou na permanência Christian Lindell na seleção da Suécia, que tem dupla nacionalidade.

"No último contato que tivemos, o Christian disse que realmente quer jogar pela Suécia. Ele, inclusive, fez isso na Copa do Mundo de Dusseldorf. O Christian tem feito parte do nosso programa de desenvolvimento há muito tempo e acho que, esportivamente, ele sente que pertence à Suécia. Mas é só ele que pode decidir", afirmou Enqvist.

Filho de pai sueco e mãe brasileira, Christian Lindell, nascido no Rio de Janeiro, foi passar férias no país europeu aos 16 anos e resolveu disputar um torneio. Após se destacar, acabou convidado a mudar de nacionalidade pela federação local, que arcou com os custos de seu desenvolvimento.

Carioca Lindell é disputado por brasileiros e suecos para a Copa Davis

Em 2010, após alcançar a semifinal da etapa de São Paulo da Copa Petrobras, ele chamou a atenção da CBT e passou a negociar com a entidade a possibilidade de defender o Brasil. Como a Copa do Mundo é organizada pela ATP e não pela ITF ter atuado pela Suécia em Dusseldorf não impede o tenista de mudar novamente.

Atual quinto colocado no ranking mundial, Robin Soderling formou a equipe sueca na Copa do Mundo e convocou Lindell. O top10, inclusive, costuma brincar com o sotaque do garoto. Ainda em transição dos futures e challengers para os qualis de torneios da ATP, ele foi derrotado pelo americano John Isner, pelo argentino Juan Ignacio Chela e pelo cazaque Mikhail Kukushkin, todos bem mais experientes.

Questionado se consideraria injusta uma mudança de posição de Lindell, Enqvist foi cauteloso. "Eu prefiro não comentar isso. Obviamente, investimos muito no Christian e vamos ficar desapontados se ele escolher não jogar pela Suécia. Eu gosto do Christian, é um garoto fantástico", disse o capitão.

Com 19 anos, Lindell é o 321º colocado no ranking mundial, sua melhor posição na carreira. Ele estaria no 14º lugar entre os brasileiros, mas é mais jovem que os 13 melhores do país. Na Suécia, além de Soderling, apenas Michael Ryderstedt, 26 anos e 306º da lista da ATP, está na frente do jovem nascido no Rio de Janeiro.

Lindell ocupa atualmente o 321º posto no ranking da ATP e é o terceiro melhor "sueco" da atualidade
"Acho que o Christian é um jogador muito talentoso. Ele tem um bom futuro, mas ainda precisa evoluir. Existem alguns passos que ele tem que completar. Ele está trabalhando duro nisso e temos que dar tempo a ele. O Christian é metade brasileiro e metade sueco. Eu desejo o melhor a ele e espero que continue jogando pela Suécia", reiterou Enqvist.

Pelas quartas de final do Grupo Mundial da Copa Davis, a Suécia recebe a Sérvia entre os dias 8 e 11 de julho. Se defender o país europeu no torneio organizado pela ITF, Lindell precisaria ficar três anos afastado de competições por nações para poder mudar de nacionalidade.

Joachim Johansson, titular na última série, anunciou sua aposentadoria recentemente, o que implica em um ganho de terreno para o brasileiro. Em Dusseldorf, ele atuou ao lado de Soderling e dos duplistas Simon Aspelin e Robert Lindstedt, todos titulares no confronto anterior da Suécia na Davis.

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ESPECIAL:Cheio de ginga, com nome de gringo - Um dos destaques da etapa paulista da Copa Petrobras, Christian Lindell foi, durante todo o torneio, uma verdadeira incógnita para os torcedores. Das arquibancadas, todo tipo de teoria sobre o jogador sueco com sotaque de carioca podia ser ouvida  (Confira!)

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