Para ex-número 1 do mundo, evento não traz nenhum fator positivo a longo prazo e soltou o verbo contra promessas não cumpridas pelas autoridades
Da redação em 20 de Fevereiro de 2014 às 12:14
Rio de Janeiro (Brasil) - A visita de Gustavo Kuerten ao Rio Open não foi apenas para dar sorrisos, tirar fotos e só fazer elogios a tudo e a todos. Assim como disse que a organização do torneio deve ouvir as críticas dos jogadores para melhorar ainda mais o espetáculo, o catarinense não poupou paralvras para falar de outra competição grandiosa para os planos do Brasil em 2014 - a Copa do Mundo de futebol.
Guga soltou o verbo contra a Copa do Mundo: "Vai aparecer toda a realidade que é o país ainda"
Para Guga, o evento não irá ajudar a esconder as dificuldades que o país realmente vive no dia a dia. "Vergonha não vai ser. O que pode acontecer é aparecer toda a realidade que é o país ainda. A gente sofre de dificuldades desde o básico. A Copa vai ser em dois meses, tem um potencial de contagiar as pessoas, e vai terminar. É claro que os estrangeiros vão adorar. Mas, para nós, será ruim. Vai ficar aquela promessa de mudança, os benefícios... Mas, na prática, não é assim", comentou Guga, tricampeão de Roland Garros (1997, 2000 e 2001).
Nos últimos dias, Jérome Valcke, secretário-geral da FIFA, manteve Curitiba como uma das 12 sedes para a Copa do Mundo, que começa em junho, mesmo com todos os problemas de atraso na conclusão da Arena da Baixada. E o dirigente ainda não deixou de lembrar que a cidade e o Governo do estado do Paraná só agilizaram os planos da obra após o "empurrão da entidade".
Guga se apoiou no ocorrido para lembrar a incompetência dos políticos em priorizar grandes eventos ao invés dos problemas mais importantes que atingem a população brasileira. Isso, sem contar as promessas dos dirigentes que raramente são cumpridas à risca. "O governo, de certa forma, assume compromisso com todos, com o povo, e infelizmente não cumpre essas promessas. E vemos um esforço sobre-humano para cumprir os compromissos com a FIFA. Isso causa um transtorno, um grau de insatisfação popular muito grande", encerrou Kuerten.