Em bate-papo com revista, Guga nega seguir carreira política e sonha com filho

Tricampeão de Roland Garros falou sobre dificuldades da lesão que o tirou do tênis e aproveitou para contar sobre sua rotina na atualidade

Da redação em 12 de Abril de 2011 às 12:29

Aos 31 snos, Guga não suportou as constantes dores no quadril e se aposentou do tênis
A carreira acabou, mas a vida continua. O maior tenista da história do País, Gustavo Kuerten, falou à revista masculina ALFA sobre o seu recomeço. O tênis se tornou mais popular em terras brasileiras após a brilhante carreira do atleta que precocemente, aos 31 anos, teve de pendurar a raquete.

Uma lesão crônica no quadril lhe fez passar por duas cirurgias e impossibilitou a manutenção do grande nível que outrora encantou o mundo da bolinha amarela. "A dor começou em meados de 2001. Todo atleta de ponta é obrigado a lidar constantemente com a dor, pois somos submetidos a exigências sobre-humanas. Convivo com essa dor há quase dez anos e vou ter de continuar", conta Guga.

Tri em RG, catarinense sempre foi destaque para a torcida no Brasil e no mundo
Sobre propagar o seu talento a jovens aspirantes a tenista, ele se questiona. "Como posso incentivar as crianças a jogar tênis sabendo que o esporte de alto rendimento é tão agressivo com o corpo? Bateu um conflito moral. Mas esse é o preço para se destacar em qualquer esporte", explicou o tricampeão de Roland Garros.

Agora Guga se reinventa e conta à revista que quando abandonou a carreira, prestou vestibular para teatro, porque sempre desejou vivenciar a rotina de uma universidade. "Isso era quase uma obsessão para mim, que tive de largar os estudos por causa do tênis. Eu queria ter a sensação de estar aprendendo algo totalmente novo". 

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Ao contrário do que muita gente acha, a agenda do ex-esportista ainda continua apertada, inclusive, abandonou o curso de teatro depois de dois semestres. "As pessoas acham que só estou curtindo a vida, surfando o dia todo. Mas meu cotidiano é bem atribulado. Há fisioterapia, treinos, trabalho em prol do Instituto Gustavo Kuerten, contratos publicitários, nossos investimentos", acrescenta.

A política é o caminho por que muitos ilustres acabam optando em algum momento da vida, e com Guga não é diferente, pelo menos, convites não têm faltado. "Fui assediado várias vezes por políticos querendo o meu apoio ou que eu me candidatasse a algum cargo. Por enquanto, creio que o meu papel político está no Instituto Gustavo Kuerten", afirma, referindo-se ao trabalho que desenvolve há dez anos com 450 crianças carentes.

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Hoje, aos 34 anos, ele tem o mesmo objetivo que dedicou ao esporte, voltado aos seus novos projetos - que incluem um filho. "Em muitos sentidos, a minha vida está apenas começando, tenho tempo para desenvolver uma carreira que venha a ser tão significativa quanto a de tenista. Por isso, não concordei quando quiseram colocar uma estátua minha aqui em Floripa. Já pensou eu passando em frente à minha estátua? Deus me livre!", brincou o ex-número um do mundo.

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