Dez qualidades que você deve buscar em um parceiro de treinos

Além dos aspectos técnicos, o físico e o psicológico também são essenciais

Carlos Omaki em 7 de Abril de 2016 às 17:30

Existem várias características que transformam um companheiro de bate bolas em um bom, ótimo ou ideal parceiro de treino. Estas qualidades, muitas vezes, não estão nos drives, nos forehands e backhand, mas fora das quadras.

Quando pensar em um parceiro de treino, lembre-se que aspectos como físico, técnica e força mental são importantes, mas outras, como disposição, aplicação, comprometimento, simpatia e generosidade são tão ou mais importantes do que as virtudes ou qualidades técnicas e mecânicas.

Pensando nisso, criamos um pequeno guia de qualidades para um parceiro de treino ideal.

1. Empatia

O parceiro de treino poderá ser alguém com quem você irá conviver por bastante tempo, muitas horas e muitas situações. Este convívio e o próprio aproveitamento deste tempo serão muito mais agradáveis se você conseguir alguém com quem simpatize, uma pessoa agradável, educada e, principalmente, comprometida com a proposta de treinar.

2. Físico

Se um dos dois (ou mais) parceiros de treino tiverem um preparo físico muito abaixo, a duração, intensidade e frequência dos treinos podem se tornar desinteressantes para o outro, com excessos de intervalos, pausas, interrupções ou até dificultando a concentração da proposta prática do dia. A compatibilidade física é muito relevante e deve ser levada em consideração.

3. Disposição

Por mais que você e seu parceiro gostem de tênis, treinar ou praticar é desgastante e cansativo, aliás, estes são ou devem ser objetivos dos treinos como atividade física. A disposição e a pré-disposição em planejar ou seguir uma proposta de treino para enfrentar as prováveis adversidades e improvisar nas frequentes situações adversas podem ser as qualidades mais marcantes ao longo do tempo.

4. Seriedade

No aspecto seriedade, incluem-se os fatores assiduidade, pontualidade e responsabilidade, que estão associados ao respeito indispensável. O bom parceiro não deixa você “na mão”, mesmo quando está indisposto ou abaixo das condições ideais, chega no horário, demonstrando respeito ao parceiro e ao treino. Respeito – além do pessoal propriamente dito, com educação, cordialidade e cumprindo certas formalidades por mais íntimos que sejam – inclui a responsabilidade que engloba demais aspectos como o material de treino, os acessórios e os hábitos pessoais, estando bem disposto, alimentado adequadamente, bem descansado, com duas ou mais raquetes encordoadas e em boas condições, com a vestimenta adequada completa, bolinhas etc.


5. Técnica

Entramos agora na parte mecânica do jogo. O parceiro deve dominar uma boa técnica para que as sessões de treino não fiquem muito limitadas, possam ter variações e opções de exercícios, conseguindo dominar a velocidade da bola, a direção, profundidade, altura e os efeitos mesmo em movimento, ter bom saque e voleios. Com essas qualidades, seu parceiro proporcionará uma adaptação ergonômica diária mais fácil e prazerosa. O mesmo acontece com o aquecimento propriamente dito, que permitirá muitas variações nas sessões de treino, como os dois trocando voleios, prática de slices, saques e devoluções, movimentação etc.

6. Controle ou regularidade

Quando se fala em controle e regularidade, estão automaticamente implícitos aspectos como técnica, físico e emocional. Ter controle e regularidade, muitas vezes, é apenas um hábito a se adquirir por ser desgastante física e mentalmente. Se você tem como objetivo reduzir seus erros não forçados, ser mais regular e consistente, nada melhor do que escolher um “paredão” como parceiro.

7. Ritmo

Ritmo aborda vários temas ligados à potência e aceleração da bola. Sabe-se que algumas pessoas têm maior facilidade do que outras nesse quesito, principalmente por características genéticas, mas que um determinado grupo pode, sim, atingir resultados satisfatórios. Treinar o ritmo significa praticar também intervalos diferentes na movimentação, cobertura da quadra e reposicionamento para o próximo golpe. Para isso, nada melhor do que conseguir um parceiro com um bom “poder de fogo” ou com uma bola bem rápida, que lhe obrigue a se mover mais rapidamente e acelerar o braço para manter a bola no ponto ideal de batida.

8. Mental

Quando nos referimos aqui ao mental do parceiro, consideramos os aspectos do jogo em si, as decisões de jogadas, a estratégia usada no jogo, nos sets, nos games e nos pontos, a escolha dos golpes etc. Como estamos atribuindo qualidades ao parceiro e não ao treinamento, um parceiro com o mental forte é aquele que possui uma boa estratégia de jogo, variada com um ótimo controle emocional, o qual consiga ficar focado nos treinos e jogos por longos períodos e que jogue com boa intensidade e boas atitudes nos jogos-treino, tanto estando na frente quanto atrás no placar.

9. Cooperativo

Mesmo nas sessões de jogos “abertos” ou disputas de sets, o empenho do parceiro é a cooperação com a qualidade do treino ou jogo. Sob este ponto de vista, todos os treinos são cooperativos, porém, aqui nos referimos a um parceiro capaz de compreender, “topar” e se empenhar em cada treino mesmo quando aquela sessão for mais importante para você do que para ele. Ele precisa aceitar a proposta ou o tipo de trabalho e empenhar-se para obter o resultado desejado.

10. Generosidade

A generosidade é uma qualidade que abrange todos os aspectos do jogo e da vida, de dentro e fora das quadras. Nos treinos, o parceiro generoso é aquele que treina e contribui conscientemente para a evolução do outro, que compartilha suas qualidades, entende que se o parceiro melhora, as sessões de treino serão melhores e, por isso, ambos terão maior proveito e satisfação.

Conclusão

Todas estas qualidades podem e devem ser encontradas em uma pessoa, mas certamente não será uma busca fácil. Vale lembrar que mesmo encontrando a “mosca branca”, se você realmente está decidido a melhorar, treinar e jogar com pessoas de diferentes características será fundamental, principalmente jogadores contra os quais você também ganhe as partidas.

Essas observações devem ajudá-lo a mudar um pouco alguns conceitos como, por exemplo, o de treinar somente com tenistas melhores, principalmente porque o “melhor” é subjetivo e só fica estabelecido quando há desnível técnico, físico ou mental, que tornam o treino desinteressante para os dois lados – a menos que um esteja sendo pago para o treino, como professor ou “sparring” (rebatedor), mas isso não é “parceiro”.

Lembre-se, treinar com parceiros que você possa experimentar jogadas, golpes, táticas e vencer para adquirir confiança será tão importante quanto treinar com parceiros “melhores”, principalmente para crianças.

Finalmente, o lugar para encontrar os melhores parceiros de treino é dentro de você mesmo. Seja simpático, pontual, humilde, bondoso, generoso, aplicado, comprometido e inteligente e todos os parceiros serão, no mínimo, bons. Tire o melhor proveito de todos os treinos e, para os mais fortes e mais fracos, seja você o “parceiro ideal”.

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