Campeão de Roland Garros em 2004, Gaudio oficializa aposentadoria e dispara contra capitão da Davis

Da redação em 31 de Agosto de 2011 às 10:24

Gastón Gaudio decidiu oficialmente se aposentar das quadras. Afastado do circuito da ATP há cerca de um ano devido a lesões recorrentes, o argentino admitiu nesta quarta-feira que só não fez o anúncio antes com medo de se arrepender, mas que agora não possui mais condições físicas de seguir com a carreira profissional.

"Agora estou bem. Mas também é muito difícil. É um esporte que pratiquei durante toda a minha a vida, e me custa muito deixá-lo. Estou fora. Posso até jogar torneios de exibição, mas não volto mais ao circuito. Não queria dizer antes que largava tudo, depois me arrepender e tentar voltar uns quatros meses depois. O que senti com o tênis nunca mais sentirei com nada. Sensação de medo antes de entrar em quadra, de ganhar, de perder. É a única coisa de que sinto falta", disse, em entrevista à agência Argentina "Telam".

Campeão de Roland Garros em 2004 e ex-top5 (em 2005), o argentino de 32 anos conquistou oito títulos na carreira e entrou em quadra pelo circuito pela última vez em 2 de agosto de 2010. Na primeira rodada do ATP de Kitzbuhel, na Áustria, foi derrotado pelo espanhol Pablo Andujar.

Ele aproveitou a entrevista também para disparar contra o capitão da Argentina da Copa Davis, Modesto Tito Vazquez. Para o ex-jogador, a filosofia do treinador não se adequa aos atletas argentinos. "Tito Vazquez conhece bastante sobre tênis, mas não é compatível com os jogadores da atualidade. Você pode entender muito de tênis, mas se não tem química com os jogadores não tem sentido. Del Potro nem sabia quem era Tito Vazquez, nem o que ele fez. Deve-se começar a tratar a adequação da situação que passam os tenistas de hoje", disse Gaudio.

O polêmico argentino ainda deu algumas sugestões de nomes para uma possível troca de capitães e enfatizou que o país só vai bem se os principais jogadores tiveram uma relação sem atritos. "O único momento onde se joga por equipes é na Davis. Se o condutor não pode direcionar quatro jogadores para que fiquem bem, por mais que tenha sido tudo na carreira, não vai poder ganhar. Pode até trazer o Ion Tiriac de capitão (ex-técnico de Guillermo Vilas), mas se não fizer com que Nalbandian e Del Potro fiquem bem, não servirá. Martin Jaite poderia ser o próximo, pois está muito mais ciente do momento que passa a equipe, está no circuito. Mariano Zabaleta é uma boa possibilidade, é respeitado e pode unir o grupo". 

Gaudio está pessimista para o duelo contra a Sérvia dentro de duas semanas em Belgrado nas semifinais. "Em uma superfície bem rápida e com Djokovic como número 1 será bem duro. Del Potro ainda não alcançou seu bom nível. Ainda falta muito para ele. E Nalbandian vem de muitas lesões. Mas Copa Davis é diferente, e pode acontecer qualquer coisa. Tomara que ganhemos", concluiu o hermano.

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