Brasil bem na fita

Três Challengers em território nacional, dois campeões, um vice. Belo aproveitamento para comprovar que o tênis do Brasil pode ter esperança de crescimento em todos os níveis. Os já experientes Ricardo Mello, Júlio Silva e Thiago Alves foram os que se deram melhor na série de torneios que começou em Belo Horizonte, passou por Campos do Jordão e terminou, brilhantemente, em Brasília.

Se nossos jovens, especialmente aqueles que buscam seus primeiros pontos no ranking da ATP, estão aproveitando bem a oportunidade de atuar dentro do País - que conta com mais de 30 Futures programados para 2009 -, os que tentam atingir as posições mais altas também se beneficiaram da sequência de Challengers.

Na última semana de julho, na capital mineira, Júlio Silva foi quem se deu bem. O paulista de 30 anos chegou à final contra o habilidoso argentino Eduardo Schwank e, na raça, conseguiu vencer de virada. Na mesma competição, Caio Zampieri fez semi, perdendo para Schwank, e Ricardo Hocevar e Alves pararam nas quartas. Depois, em Campos, Alves atingiu a final, mas foi derrotado pelo argentino Horacio Zeballos.

Outros brasileiros, porém, também fizeram boas campanhas, como o jovem Marcelo Demoliner, semifinalista, e Mello que parou nas quartas. Por fim, no Aberto de Brasília, para finalizar a sequência de competições, os tenistas brasileiros novamente foram destaque, com Mello alcançando a final contra o experiente argentino Juan Ignacio Chela - que na semifinal tinha passado pelo chileno Nicolas Massú. Chela, ex-top 15, que depois de enfrentar uma hérnia de disco tenta voltar aos melhores dias, e Massú, ex-top 10, foram as grandes estrelas do torneio, e fizeram um belo duelo na capital federal, vencido pelo primeiro, por 6/3, 3/6 e 6/4.

Outra batalha empolgante em Brasília aconteceu entre duas promessas do nosso tênis. João Souza e Caio Zampieri se enfrentaram nas oitavas e fizeram uma partida emocionante.

Com chance de fechar o jogo no terceiro set, Souza torceu o pé quando tinha dois match-points no saque de Zampieri, em 5/6. Mesmo machucado, ele continuou e conseguiu vencer no tiebreak, por 5/7, 7/6(5) e 7/6(5). No dia seguinte, porém, não resistiu às dores e desistiu do torneio, facilitando a vida de Mello, que passou à semi sem precisar entrar em quadra.

Terminada a série de Challengers no Brasil, Mello voltou ao top 200 do ranking, assim como Júlio Silva também está próximo de reingressar no grupo. Já Alves mantém-se perto do top 100 e tem boa chance de terminar a temporada dentro desta faixa, em que também se encontram Thomaz Bellucci e Marcos Daniel. Já o gaúcho Marcelo Demoliner, de 20 anos, aproxima-se a passos largos dos 200 primeiros do mundo. Olho nele!

Feminino

Campos do Jordão também sediou um Challenger feminino e novamente o Brasil ficou com o vice. Maria Fernanda Alves, duas vezes campeã do torneio (em 2004 e 2005), atingiu a final, mas perdeu para a xará boliviana Maria Fernanda Alvarez Teran, por duplo 6/3. Além de Nanda, outras duas brasileiras tiveram boa participação.

Ana Clara Duarte e Gabriela Barbosa (que saiu do qualifying) perderam nas semifinais. O resultado fez com que Nanda reassumisse a primeira posição entre as brasileiras no ranking da WTA, sendo a única no top 300. Ana Clara se tornou a segunda do Brasil na lista, entre as 400. Já a promissora Gabriela, de apenas 18 anos, teve uma boa subida, parando entre as top 700.