Da redação em 8 de Setembro de 2011 às 14:25
A equipe brasileira que busca vaga no Grupo Mundial da Copa Davis concedeu entrevista coletiva na manhã dessa quinta-feira no centro de São Paulo. Apesar de tentarem negar o favoritismo dos donos da casa, o capitão João Zwetsch juntamente com Thomaz Bellucci, Ricardo Mello e Marcelo Melo admitiram que vão para surpreender. A equipe brasileira embarca ainda na tarde dessa quinta para Kazan e vão encontrar Bruno Soares, ainda nos EUA, na Europa.
Em cerca de uma hora de coletiva, o capitão e os jogadores declararam que Mikhail Youzhny, número 1 da Rússia, e companhia não são imbatíveis, mas reconheceram a vantagem de jogar em casa e de ranking na ATP. "Foi um sorteio difícil, a Rússia é uma equipe que, normalmente, poderia até lutar pelo título, pelos jogadores que tem à disposição. Mas o favoritismo é muito relativo na Davis. Existem muitos casos de vitórias inesperadas que aconteceram e muitos casos de vitórias esperadas que não aconteceram. Temos que saber que os jogadores deles têm alto nível, mas os nossos também têm", garantiu Zwetsch.
O capitão brasileiro também comentou sobre as críticas da imprensa ao número 1 do país, Thomaz Bellucci. Com fracas campanhas na temporada de quadras rápidas da América do Norte, culminando com a eliminação precoce no US Open, o desempenho do pupilo de Larri Passos não assusta Zwetsch.
"Não me abala nenhum pouco. Esses resultados que não foram bons são normais na carreira de qualquer atleta, sempre tem altos e baixos. O importante é melhorar a cada dia e eu estou sempre tentando evoluir tanto na parte técnica quanto na mental", afirmou Bellucci.
De seus últimos oito jogos, todos no piso rápido, o mesmo que será usado no duelo diante dos russos, Bellucci ganhou apenas três. Em 2011, o melhor resultado na quadra dura foram as quartas de final nos ATP 250 de Auckland e Los Angeles.
"Esses últimos jogos acabaram escapando um pouco. Eu estava ganhando alguns e acabei levando a virada. Acho que isso é um pouco de ansiedade em pontos importantes e tem atrapalhado um pouco", disse Bellucci, sem perder o otimismo. "Contamos com um time competitivo em qualquer tipo de quadra e temos condições de voltar ao Grupo Mundial", disse.
Para Bellucci, o clima entre o time nacional pode contribuir no aspecto mental e fazer a diferença. "Vai estar a equipe toda fora da quadra me dando ânimo e isso é essencial", disse o jovem quando questionado sobre a parte emocional. "Nosso ranking é inferior, mas vamos com uma união muito grande e isso pode trazer resultados surpreendentes", completou.
No ano passado, o Brasil perdeu nos Playoffs pelo quinto ano seguido ao cair diante da Índia, em Chennai. Depois de sofrer com o forte calor e a intensa umidade em 2010, Zwetsch se preocupa com a adaptação a Kazan, sede do duelo entre os dias 16 e 18 de setembro.
"A dificuldade maior é sempre a adaptação, teremos sete horas de diferença no fuso horário e os primeiros dias serão difíceis. Por isso, estamos viajando com antecedência", disse Zwetsch, apostando no Brasil. "A Rússia é muito forte e poderia até lutar pelo título, mas hoje nossa equipe está num patamar em que pode enfrentar qualquer adversário", afirmou.
Os retornos de Marcelo Melo e Ricardo Mello nos lugares de João Souza, o Feijão, e Rogério Dutra da Silva são as mudanças promovidas pelo treinador em relação ao confronto anterior diante do Uruguai. Experiente, Mello vem embalado pelo recente confronto com o francês Gilles Simon, 12º do mundo, no US Open.
"Estou bastante contente por voltar à Copa Davis. A Rússia leva vantagem de jogar em casa, mas temos um time capaz de chegar lá e surpreender. Estou bastante motivado e venho de um bom jogo, que mostra que posso jogar de igual para igual com o Youzhny", declarou o tenista de Campinas, que perdeu para Simon apenas no quinto set.
Parceiro de Bruno Soares, Marcelo Melo aposta que Youzhny será escalado para formar a parceria russa. "Nossa dupla vem jogando muito bem. Nos Estados Unidos, vi vários treinos do Youzhny e acho que ele deve jogar. Temos que estar preparados para receber as bombas e jogar outras para eles", afirmou o duplista.
Além de Youzhny, herói na conquista do torneio em 2002, o time russo será formado também por Dmitry Tursunov (43º), Igor Kunitsyn (62º) e Igor Andreev (78º). A grande ausência será o ex-top3 e campeão da ATP Finals de 2009, Nikolay Davydenko.