Elas lotam as quadras. No masculino, só Federer e Nadal é pouco
Fernando Sampaio em 15 de Janeiro de 2007 às 15:30
ROGER FEDERER e Rafael Nadal dominaram a temporada 2006. E a ATP sabe que com apenas duas estrelas, não dá para tocar o circo. A aposta para 2007 está na nova geração formada por Andy Murray, a esperança dos britânicos em Wimbledon; o tcheco Thomas Berdych com sua direita poderosa; o exótico cipriota Marcos Baghdatis; o sérvio Novak Djokovic; os franceses Gaels Monfils com seu look rastafari, e a eterna promessa Richard Gasguet; além, é claro, das futuras revelações. Porém, Federer jogou uma ducha de água fria nos "new balls". Durante o Nasdaq, em Miami, o suíço falou no microfone da Jovem Pan que de todos, apenas Nadal, Baghdatis e Berdych mostraram resultado e que os outros ainda têm muito que provar. Aproveitando a escassez de jogadores carismáticos, o tênis feminino andou de vento em popa.
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As meninas lotaram as quadras. Não conheço ninguém que optaria por uma partida do Davydenko tendo Sharapova, Hingis, Ivanovic ou Vaidisova na quadra ao lado. E não foram só as gatas que fizeram sucesso. Mauresmo, Clisters, Justine, Serena e outras tenistas atraíram muito mais público e mídia do que a maioria dos marmanjos.
Outro fator fundamental para o sucesso da WTA foi a evolução das chinesas e japonesas. Graças a elas o tênis feminino conquistou a Ásia, o mercado mais cobiçado do planeta.
TÉCNICO PRECISA SER JOGADOR?
Saindo do primeiro mundo e voltando à nossa realidade, adorei ver o Guga de novo com Larri Passos, um técnico que sofreu muito com o preconceito. Em 97, após a primeira vitória de Guga em Roland Garros, ouvi de muitos atletas e exatletas que Larri não tinha capacidade para ser técnico do Guga. Quebraram a cara. E ainda não aprenderam. Muitos destes críticos ajudaram a criar na CBT o ranking dos técnicos. É um corporativismo enrustido que costumo chamar de "panela". Dentre os critérios, quem foi tenista profissional é mais conceituado. Isso é ridículo. Imagine no futebol. O campeão Carlos Alberto Parreira nunca jogou bola. O italiano Vittorio Pozzo, único bicampeão da Copa, era jornalista, assim como João Saldanha e o atual vice-campeão mundial, o francês Raymond Domenec. Grandes craques raramente viram grandes técnicos. Técnico é uma vocação, portanto cada macaco no seu galho.
Outra bobagem defendida por tenistas e ex-tenistas profissionais é dizer que a CBT deveria ser dos atletas profissionais. Ora, a maioria dos jogadores não tem capacidade nem para gerir a própria carreira. Não consegue administrar nem a sua conta bancária. Além disso, a CBT não é Copa Davis. Pelo contrário, a maioria dos afiliados não é, não será ou foi tenista profissional. O objetivo da CBT é desenvolver o tênis no Brasil; aumentar o número de praticantes; reduzir custos; beneficiar afiliados; buscar investimentos e fazer do tênis uma ferramenta de inclusão social. O que falta na CBT é competência.
O presidente Jorge Rosa usou a imprensa para atacar a Koch Tavares, depois atacou o Banco do Brasil e agora acusa o governo Aécio Neves de calote. Ou seja, já garantiu problemas para o futuro. A CBT precisa de uma equipe profissional, pessoas com perfil empresarial, com credibilidade para buscar parceiros e investimentos. Caso contrário, o navio vai continuar afundando.
E não esqueça, em março tem Nasdaq. Garanta seus ingressos no site do torneio porque na próxima coluna eu vou passar dicas para quem quer curtir a semana em Miami. Até lá.
Fernando de Sampaio Barros produz programas para a tevê e boletins para a Rádio Jovem Pan AM. fernandosampaio@jovempan.com.br |