Algoz de Ronaldo no tênis, zagueiro Paulo André investe em jovens atletas no interior de SP

Em entrevista ao portal GloboEsporte.com, jogador do Corinthians revela projeto de incentivo a garotos para ingressar na carreira profissional

Da redação em 20 de Junho de 2011 às 14:24

Depois de tentar carreira no tênis, Paulo André ingressou no futebol e hoje se encontra no Corinthians
Até os 14 anos de idade, o zagueiro do Corinthians, Paulo André, se arriscava em um esporte diferente do futebol. As chuteiras e a bola de capotão davam lugar às raquetes e às quadras de saibro, onde o camisa 13 do Timão chegou a ser o segundo colocado do ranking paulista de sua categoria.

A falta de dinheiro, no entanto, foi fundamental para a alteração de planos em sua carreira, porém, após o sucesso no futebol, ele resolveu investir no esporte da bolinha amarela e criou em janeiro deste ano um instituto que leva o seu nome e investe em jovens valores do tênis nacional.

Até os 14 anos, Paulo André queria jogar tênis e chegou a ser número 2 do ranking paulista de sua categoria
"Sou apaixonado por tênis, mas era um esporte caro e eu não tinha condições de viajar e de bancar tudo. Eu era bom, acho que poderia ter dado certo", declarou Paulo André ao Globoesporte.com. "Depois com o futebol é que eu aprendi a ser mais dedicado. No tênis eu era mais talentoso, no futebol eu sou mais esforçado", admitiu o atleta.

A paixão pelo tênis fez o zagueiro do Corinthians investir em um projeto que dará os subsídios que ele não teve em seu início com as raquetes. "A idéia do instituto é trabalhar em três setores: formação, educação e rendimento. Selecionamos oito atletas que já tem um bom nível em suas categorias, e a idéia é ajudar a captar dinheiro para que eles tenham treinador, preparador físico, nutricionista e toda a estrutura necessária para eles se tornarem profissionais", conta o zagueiro ao portal.

Atualmente, os pais dos atletas que treinam em uma escolinha em Valinhos, interior paulista, também ajudam na parte financeira. A idéia de Paulo André é que, a partir de 2012, o instituto arrecadar outras fontes de investimento. "Existe a lei federal de incentivo ao esporte, estamos tentando nos enquadrar a ela. E tem ainda a lei estadual, que isenta o imposto de renda de grandes empresas. Em vez de pagar para Brasília o imposto, as empresas poderiam direcionar os valores para o instituto", disse o zagueiro.

Enquanto não consegue patrocínios para o Instituto, Paulo André tira dinheiro do próprio bolso para investir em compras de raquetes e de matérias esportivos para os atletas, além da melhoria na estrutura da escola de tênis em Valinhos. "Esse projeto inicial é do coração, sempre acreditei no potencial dos atletas brasileiros. Se tivermos mais investimentos teremos mais jogadores entre os 10 do mundo. Meu sonho é ver um desses garotos disputando Roland Garros", revelou.

Jovem Henrique Tsukamoto é o principal nome do instituto de zagueiro do Corinthians
Um dos atletas beneficiados pelo Instituto Paulo André é Henrique Tsukamoto. O atleta de 18 anos é uma das promessas da escolinha do jogador do Corinthians. "Quando tinha 16 anos fui sexto da America do Sul e primeiro do ranking brasileiro. Treino aqui faz 10 anos e o que mudou com a chegada do Paulo André é que nos dá uma motivação maior, mais tranquilidade por sabermos que tem uma estrutura boa por trás. Assim só precisamos nos preocupar em jogar tênis", opinou o jovem tenista.

Sempre que tem um tempo livre, Paulo André viaja a Valinhos para acompanhar o treino dos atletas. Em suas visitas, o jogador aproveita para bater bola com os garotos e mostra habilidade no esporte. Habilidade que rendeu uma história curiosa com o fenômeno Ronaldo.

"A gente estava em Itu na pré-temporada e o Ronaldo vinha de férias e não podia fazer os mesmos exercícios que a gente. Pediram então para eu jogar tênis com ele, um exercício que não forçasse tanto o joelho. Os preparadores físicos do Corinthians colocaram um frequencímetro para medir os batimentos cardíacos. Depois de uns 15 minutos de bate bola, o preparador físico e o auxiliar vieram dando risada e disseram que os batimentos de Ronaldo nunca tinham chegado a 180 por minuto", contou o zagueiro, aos risos.

Ronaldo não teve o mesmo sucesso no tênis e tomou um "pneu" de Paulo André durante pré-temporada em Itu

Segundo Paulo André, os preparadores pediram para que ele jogasse outras vezes com Ronaldo. Em uma das partidas, os dois fizeram uma aposta. "Ele rouba para caramba, ele não sabe perder. Fizemos um trato que na minha quadra valia a de dupla e na dele só de simples. Apostamos que se ele fizesse um game eu pagaria o jantar. Como eu ganhei de 6 a 0, ele teve que pagar o jantar pra mim", concluiu o jogador alvinegro.

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