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Aberto de São Paulo completa 10 anos e tricampeonato de Ricardo Mello reforça a tese de que é sempre um bom começo para os brasileiros

Arnaldo Grizzo em 27 de Janeiro de 2010 às 07:40

Ricardo Mello

Sete conquistas brasileiras em 10 anos. Três de Flávio Saretta (2001, 2003 e 2006) e agora três de Ricardo Mello (2005, 2009 e 2010). Uma de Thiago Alves (2008) para completar a lista do Brasil. Os títulos estrangeiros ficaram com Frederic Niemeyer (2002), Juan Monaco (2004) e Guillermo Cañas (2007). Poucos torneios nacionais parecem trazer tanta sorte aos tenistas do País e nada melhor do que começar o ano com o pé direito para ganhar ânimo.

É assim desde 2001, ano de estreia do Aberto de São Paulo. Os tenistas que conseguem boas campanhas costumam embalar na sequência da temporada e, por ser um Challenger, alguns dos protagonistas sequer aparecem de volta nos anos seguintes por alcançarem posições de maior destaque no circuito. Isso, contudo, não é algo para se lamentar, mas deve ser motivo de alegria ver aquele tenista promissor dar seus primeiros passos rumo ao estrelato em um torneio nacional.

Aliás, este sempre foi um dos grandes atrativos do Aberto de São Paulo, acompanhar jovens promessas do tênis que, a cada ano que passa, resolvem vir em peso para São Paulo logo na primeira semana do ano para disputar um torneio que pode significar muito para suas carreiras. Logo no primeiro torneio realizado no parque Villa-Lobos em 2001 há um exemplo clássico: Guillermo Coria. O argentino foi vice-campeão e pouco tempo depois já estava entre os principais tenistas do mundo. O campeão de 2004, Juan Monaco também se alçaria entre os melhores do ranking.

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Em 2010, sabe-se que a vitória deu novo fôlego para Ricardo Mello. Em 2005, quando conquistou o primeiro título no Villa-Lobos, o campineiro seguiu firme, fez semifinal no Brasil Open e alcançou o top 50 da AT P. Agora, com a conquista do tri, já avisou que vai mudar o calendário e lutar pelos torneios maiores. O vice, o argentino Eduardo Schwank também deve se animar. Este talentoso jovem de 23 anos tem tudo para retornar ao top 100.

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Mas, além do campeão e do vice, o Aberto de São Paulo dá chance a tantos outros para se destacarem mesmo não alcançando as rodadas finais. Um deles é o lituano Ricardas Berankis, que furou o qualifying e parou nas quartas-de-final. Há três anos, este garoto, 19, foi número um do ranking juvenil, com títulos do US Open júnior e do tradicionalíssimo Orange Bowl. Aos poucos ele vem galgando posições no ranking profissional e já está no top 300. Outro que chamou a atenção em São Paulo foi o norte-americano Michael McClune. Com um saque devastador, ele também passou o quali, parou nas quartas e entrou no top 300.

Ricardas Berankis, do juvenil para o profissional Michael McClune, saque impressionou

Eduardo Schwank, talento e displicência

Presenças curiosas

Além de o público poder acompanhar novos nomes do tênis mundial, o Aberto de São Paulo ainda costuma atrair participantes que chamam a atenção. Em 2009, os irmãos Battistone, Dann e Brian, que vieram para jogar duplas. Os norte-americanos - globetrotters do tênis - sequer conseguiram entrar na chave, mas mostraram suas peripécias para os paulistanos, jogando com suas raquetes de dois cabos e executando seus "saques viagem".

Em 2010, apareceu por aqui Jamie Murray, irmão mais velho de Andy Murray. Especialista em duplas, o escocês veio ao Brasil para voltar a engrenar no circuito. Mesmo sem o mesmo brilho que o irmão caçula, Jamie foi atração para fãs e imprensa. Simpático, distribuiu autógrafos, conversou com os jornalistas e parou na semifinal da competição.

Aos 23 anos, o britânico é da mesma geração de Rafael Nadal e Richard Gasquet, que costumavam ser seus adversários nas categorias de base. Jamie, contudo, não seguiu carreira em simples e preferiu as duplas, modalidade em que alcançou sucesso, atingindo o 27o lugar do ranking no ano passado e o título de duplas mistas de Wimbledon 2007 ao lado da sérvia Jelena Jankovic. Assim, a sombra do irmão - que ainda não conquistou um Grand Slam - parece não lhe incomodar.

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Grandes nomes

Torneios como o Aberto de São Paulo geralmente também atraem tenistas que buscam reencontrar seus melhores dias. Em 2007, o argentino Guillermo Cañas disputou a competição após ter sido suspenso por doping no ano anterior e sagrou-se campeão com facilidade. No decorrer da temporada, ele provou que sua forma estava melhor do que nunca, conquistando o Brasil Open em seguida e ingressando no top 15.

Neste ano, duas grandes figuras do tênis vieram a São Paulo em suas tentativas de recomeço. Gaston Gaudio, campeão de Roland Garros 2004, e Nicolas Massú, campeão olímpico na mesma temporada, vêm tentando voltar à boa fase. O argentino é sempre uma grande atração. Sua técnica ainda é espetacular, mas sua motivação está cada dia menor. Tanto que perdeu fácil na primeira rodada. Massú continua um lutador, mas já não possui as mesmas pernas e também foi derrotado na estreia.

Enfim, isso é o Aberto de São Paulo. São 10 anos de todo tipo de atrações que se pode ter em torno de um torneio de tênis.

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