"Mamãe, estou no topo do mundo"

Arnaldo Grizzo em 17 de Outubro de 2007 às 10:08

Os norte-americanos possuem mania de grandeza e Nova York é o reflexo disso. Lá, tudo é megalomaníaco. E, como não podia deixar de ser, eles anunciam o US Open como o evento esportivo anual de maior público no mundo. São mais de 700 mil pessoas durante as duas semanas de torneio. É um mundaréu de gente sem fim.

O negócio é tão concorrido, tão gigantesco, tão badalado, que empresas “brigam” para patrocinar o torneio, estrelas de Hollywood surgem do nada, VIPs se esforçam para conseguir um convite. Estima-se que o impacto do evento na economia da cidade seja de US$ 425 milhões. Nada mal.

Obviamente, há fila para tudo, desde a compra do ingresso na porta até a pausa para ir ao banheiro. Mas o povo é tão determinado, mas tão determinado, que fica de pé durante horas no sol quente esperando que apareça um lugar na quadra 13, para um jogo que, na teoria, nem é dos mais importantes. Sim, o rapaz que está lá no fim da fila – atrás de, sei lá, cem pessoas – terá de esperar que cem cidadãos desistam de seus lugares, voluntariamente, para que ele possa entrar e ver a partida. Isso talvez só aconteça quando o jogo terminar, mas, mesmo assim, ele ficará lá, impassível, esperando por uma vaga. A procura por ingresso é tanta que, durante as finais, até mesmo os jornalistas precisam reservar seus assentos caso queiram ver os jogos. Se não, só pela tevê mesmo.

No entanto, ninguém quer perder esse show. Sim, os norte-americanos transformam o tênis, um esporte tradicionalmente silencioso, em um espetáculo de música e agitação. Há de tudo nos intervalos entre os games ímpares. O público dança, canta, concorre a sorteios etc. Aparecer nos telões do Arthur Ashe Stadium já é uma conquista. Tudo é festa, do começo ao fim. E para fazer jus ao “maior evento esportivo anual do mundo”, nada melhor do que a vitória do “maior tenista do mundo”. É verdade que os norte-americanos cultuam seus heróis, mas eles sabem reconhecer as façanhas de heróis que não são exatamente os seus. Foi assim com Federer e Henin. A “América” torceu por Roddick, Blake, Serena e Venus, mas acabou se curvando aos melhores do mundo e aplaudindo de pé em sinal de reconhecimento à superioridade deles.

O que mais há nesta edição especial sobre US Open, além de curiosidades e imagens do evento? Um perfil de Tim Henman, que anunciou sua aposentadoria durante o torneio; uma matéria de instrução com dicas para quem gosta do bom e velho saque-e-voleio; Suzana Silva encerra suas aulas para crianças falando sobre footwork; guia da Copa Petrobras; entre outros.

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