Como chegar ao forehand ideal?

O golpe mais executado durante uma partida pode ser também o mais decisivo

Por Rodrigo Soares em 10 de Fevereiro de 2017 às 17:00

 
Para quem já praticou ou ainda pratica tênis, o forehand talvez seja o golpe que mais o atleta se exige de si mesmo. Poucas coisas irritam mais um tenista (amador ou profissional) que um golpe de forehand executado no meio da rede. Segundo a definição mais técnica, o forehand é um golpe em que a mão oposta do jogador fica à frente do corpo no momento da batida na bola. Em uma visão mais simplista, para o tenista destro é o golpe dado quando a bola está à sua direita, e para o canhoto é aquele dado à esquerda do seu corpo.
 
O forehand normalmente é o primeiro golpe ensinado a uma criança quando ela entra na escolinha para aprender o jogo. Por ser o primeiro golpe, o forehand é o golpe que a maioria dos tenistas tem como “o de sua confiança”. Cada tenista “interpreta” o golpe à sua maneira, de acordo com suas particularidades, usando mais ou menos potência e mais ou menos efeito. 
 

Movimento do golpe

Na teoria, as fases da execução do forehand são cinco: preparação, aceleração, contato, terminação e recuperação. Na fase de preparação, o tenista deverá sair da posição inicial, realizar uma rotação de tronco, assim que perceber que a bola virá do seu lado direito. Depois, o tenista realiza o giro dos ombros associado com o giro dos pés, em uma base sólida, a fim de conseguir um maior equilíbrio. O tenista deve fazer o pivô na perna direita, com o joelho flexionado, entrando na fase seguinte, a de aceleração.
 
Na fase de aceleração, o bom trabalho de pés é fundamental. É essa fase que precederá o contato propriamente dito da raquete na bola. Na mecânica correta, a rotação do quadril posiciona o executante de frente para a rede. Normalmente, o contato em todas as técnicas de golpe dá-se próximo à altura da cintura, e nessa altura a chance de o golpe ser eficiente é grande.
 
A terminação é a quarta fase do movimento, durante a qual o tenista continua o movimento do golpe após o contato com a bola. A terminação é muito importante, pois ela permite a desaceleração do golpe, fazendo com que o controle da bola seja melhor e catalisando a fase de recuperação. Na recuperação, é realizada a aterrissagem sobre o pé esquerdo (para os destros) e sobre o pé direito (para os canhotos).  
 

Diferentes empunhaduras 

As empunhaduras são outras variáveis do forehand. Existem basicamente quatro tipos de empunhaduras no golpe de direita: a Continental, a Eastern, a Semi-Western e a Western (existe ainda no tênis atual, a empunhadura Western Extrema). A empunhadura Continental é a mais neutra de todas. Os tenistas que a usam preferem as bolas mais baixas, pois suas batidas são mais planas na comparação com os outros tipos de forehands. Pela dificuldade em golpear as bolas altas, os tenistas que jogam com esse tipo de empunhadura batem muitas vezes na subida e usam bastante os slices. Pete Sampras era um atleta que tinha no seu jogo a empunhadura Continental.
 
A empunhadura Eastern produz golpes com mais top spin do que a Continental. Ela é muito usada por jogadores de quadras rápidas, já que seu ponto de contato ideal fica entre a altura da cintura e o ombro. Com ela, consegue-se um ótimo ajuste também para golpes mais chapados, favorecendo muito um estilo agressivo. Também é usada no fundo de quadra devido à sua proximidade da Continental (a melhor empunhadura para voleios), pois assim eles podem realizar as mudanças com facilidade. Roger Federer é o principal exemplo de empunhadura Eastern no Circuito.
 
 
A empunhadura Semi-Western é considerada por muitos a empunhadura moderna. Ela produz golpes ainda mais firmes que a Western, com praticamente a mesma regularidade. Um pouco menos "virada", ela tem melhor resultado em batidas definidoras - winners. Além de aumentar sua adaptação tanto para as quadras de saibro quanto as rápidas, pelo menos em teoria. O tenista norte-americano Andy Roddick batia o forehand dessa maneira. 
 
Já a Western permite um melhor rendimento nas bolas mais altas, ideal, portanto, para as quadras mais lentas. Este grip produz muito top spin, fazendo com que o jogador que opta por essa forma de empunhar a raquete tenha, na maioria das vezes, um jogo bastante regular. É ideal também para uma devolução de saque eficiente, pois seu ponto de contato é bem à frente ao corpo, permitindo ao atleta que a utiliza pegar a bola na subida. Rafa Nadal personifica essa empunhadura. 
 

Western Extrema

 
Como evolução (ou involução) da empunhadura Western, surgiu a Western Extrema. A iniciação das crianças cada vez mais cedo no jogo, com a subjacente necessidade dessas crianças de conseguir bater as bolas acima dos ombros (a maioria dos golpes, por conta da baixa estatura delas), formou uma geração de jogadores (amadores e profissionais) que utilizam essa foram de forehand. A principal dificuldade dessa empunhadura são as bolas mais baixas, mas em compensação a Western Extrema propicia uma grande regularidade nos golpes. O poder de decisão fica um pouco comprometido, a menos, é claro, que você seja Novak Djokovic, o mais famoso jogador Western Extremo.
 
Qualquer que seja a empunhadura, um bom forehand deve ter precisão e ser regular. Não adianta fazer um winer e depois fazer cinco erros não forçados. A técnica e o treinamento farão do golpe uma arma importante no jogo. Steffi Graf, por exemplo, foi quem foi sem um backhand digno, fazendo quase tudo em quadra com o seu poderoso forehand.                        
 
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