Um lugar ao sol

Jovens promessas, experientes jogadores tentando reencontrar as vitórias, rivalidades históricas, troca de experiências e de culturas. Esses e muitos outros ingredientes agitam a Copa Petrobras, que pelo sexto ano consecutivo figura no calendário de torneios Challengers do segundo semestre da ATP. Disputada pela primeira vez em 2004, a Copa é uma série de torneios Challengers pela América do Sul. Desde sempre, o grande objetivo e o marco da organização foi criar oportunidades para que os tenistas se aproximem ou atinjam o tão sonhado top 100 no ranking. Entre alguns nomes que comprovam e evidenciam esta tese estão os jovens Juan Martin del Potro, Fabio Fognini, Marcel Granollers, Pablo Cuevas e Boris Pashanski, além de experientes tenistas como Marcos Daniel, Sergio Roitman, Juan Pablo Guzman, Santiago Ventura, Nicolas Lapentti, Guillermo Cañas e Mariano Puerta.
Com etapas na Colômbia, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Brasil, a Copa Petrobras 2009 deverá reunir, mais uma vez, algumas das maiores promessas do tênis sul-americano em busca de seus primeiros grandes resultados como profissional. Seis etapas, seis países diferentes. Mas o mesmo sonho para todos.

Rumo ao top 100!
Durante os últimos cinco anos, os amantes de tênis sul-americanos viram surgir talentos até então desconhecidos, mas que hoje reinam nas quadras dos maiores torneios do planeta. Se o grande objetivo é colocar tenistas entre os 100 melhores do mundo, a Copa Petrobras está aí para atender as expectativas e cumprir a sua missão. Colocando todos os tipos de torneios realizados pela ATP em uma escala, os Challengers estão no quinto posto. Olhando pelos parâmetros da fria e velha matemática, poderíamos concluir que a importância dos Challengers no calendário mundial é irrisória, já que acima deles encontram-se quatro níveis de torneios. Porém, como ninguém começa por cima, e poucos que lá chegam conseguem se manter por muito tempo, este tipo de torneio ganha cada vez mais destaque e cresce de importância e relevância a cada ano.

Embora afastada dos grandes centros do tênis mundial (leia-se Europa e Estados Unidos), a Copa Petrobras vem se firmando como uma das mais importantes séries de Challengers do mundo, entre as poucas que existem no calendário da ATP. Se olharmos para os últimos anos, muita gente importante já esteve por esses lados e mais e mais tenistas "estrangeiros" vêm à América do Sul em busca de importantes pontos.

O ranking aponta, em média, cerca de 600 pontos para aqueles que aparecem perto da 100ª posição. Ou seja, desta vez usando o lado bom da matemática, o jogador que conseguisse a façanha de vencer as seis etapas da Petrobras já teria pontos suficientes para adentrar ao seleto grupo. Claro que a chance de alguém levar todos os torneios é remota, mas certamente boas campanhas em várias etapas podem render posições importantíssimas nessa luta. Foi este o caso de alguns nomes que hoje já se firmaram como grandes tenistas e que disputam torneios maiores por todo o mundo. Vale citar alguns destes exemplos.

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Guillermo Cañas

Em ascensão, o argentino teve um problema com doping que freou sua carreira. Após ficar quase um ano sem jogar, voltou às quadras no final de 2006 e viu na Copa Petrobras a chance para se reabilitar. Venceu três etapas (Montevidéu, Buenos Aires e Assunção) e terminou o ano perto do top 150. Na temporada seguinte, voltou a figurar entre os 20 melhores do mundo.

Marcos Daniel

Se tem alguém grato à Copa é Marcos Daniel. Após um tempo amargando posições intermediárias no ranking, foi justamente graças a esses torneios que o gaúcho conseguiu adentrar pela primeira vez ao tão sonhado grupo dos 100 melhores do mundo. Em 2005, com o título em Bogotá, estreou no top 100. Em 2007, então número 213 do mundo, venceu novamente na Colômbia e foi vice na Argentina, terminando a série em 118º e ganhando confiança para voltar ao top 100 no ano seguinte.

Thomaz Bellucci

Desde cedo, as esperanças do tênis nacional já estavam voltadas ao garoto de Tietê. Em 2007, aos 19 anos, fez quartas em Bogotá e semi em Buenos Aires, entrando pela primeira vez no top 200. Em 2008, já top 100 e se arriscando em torneios maiores, jogou apenas a etapa dos campeões e ficou com o vice.

Ano novo, novas esperanças

Em um momento de otimismo para o tênis brasileiro, em que nossa maior promessa quebrou jejum de cinco temporadas sem um título do País em um ATP, a Copa Petrobras 2009 chega em boa hora para encher de expectativas os aficionados por tênis no Brasil.
Nas seis etapas de 2009, certamente alguns brasileiros estarão brigando por vagas nas fases mais adiantadas e tentarão levar o nome do país ao lugar mais alto do pódio e, por que não, do ranking. Entre eles, Ricardo Hocevar, João Souza, Franco Ferreiro e Marcelo Demoliner buscarão na série a chance de entrar pela primeira vez no tão sonhado top 100. Já os experientes Ricardo Mello e Júlio Silva tentarão mostrar que ainda têm lenha para queimar e podem seguir vários exemplos de tenistas que voltaram aos melhores tempos com estes torneios.

Entre os "gringos", alguns bons nomes devem desfilar seus talentos por aqui. Entre eles, os argentinos Mariano Zalabela, Juan Ignacio Chela, Mariano Puerta e Gaston Gaudio, além do chileno Nicolas Massú e do equatoriano Nicolas Lapentti.

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Juan Martin del Potro

Del Potro está entre aqueles que realmente podem ser chamados de fenômeno no tênis. Em 2005, aos 16 anos, venceu a etapa de Montevidéu e saiu de mais de 200 do mundo para 157º ao final da série. No ano seguinte, já era top 100. Em 2008, deslanchou de vez, ganhou quatro ATPs seguidos no segundo semestre e chegou ao top 10.

Fernando Gonzalez buscou pontos preciosos na Copa Ericsson

Copa Ericsson, a precursora

Se hoje a Copa Petrobras é considerada a grande oportunidade para tenistas sul-americanos buscarem lugares mais altos no ranking mundial, entre 1997 e 2001 outra série de Challengers marcou época no tênis do continente. Considerada por muitos a precursora da Petrobras, a extinta Copa Ericsson representava esta mesma chance para os tenistas. Em 1997, quando a primeira edição foi realizada, apenas cinco jogadores latino-americanos apareciam no top 100. Três anos depois, em 2000, já eram oito apenas entre os 50 primeiros e 14, ao todo, entre os 100 melhores do mundo - mesmo número do início de agosto de 2009.

Diversos brasileiros, como Alexandre Simoni, se beneficiaram das etapas sul-americanas

Após cinco anos de disputa, a Copa Ericsson chegou ao fim e deixou uma lacuna no calendário do tênis sul-americano. Foram três anos sem grandes torneios Challengers no continente, salvo raras exceções. Porém, seu legado já estava marcado na história do esporte. Pelas etapas da competição passaram grandes figuras do tênis brasileiro como Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni, Jaime Oncins e André Sá. Além disso, os argentinos também foram bem representados, com um quadro respeitável que contava com Guillermo Coria, Guillermo Cañas, Franco Squillari, Gaston Gaudio, Mariano Puerta e David Nalbandian. Entre os chilenos, os campeões olímpicos Nicolas Massú e Fernando Gonzalez, além do ex-número um do mundo Marcelo Rios, também marcaram presença; assim como o equatoriano Lapentti e o paraguaio Ramon Delgado.

Porém, não eram só os sul-americanos que se destacavam. Os norteamericanos Taylor Dent e Vincent Spadea, o austríaco Stefan Koubek, o romeno Andrei Pavel, o marroquino Younes El Aynaoui e os espanhóis Alex Corretja, Feliciano Lopez e Alberto Berasategui também passaram por aqui. Ao todo, eram sete etapas e um Masters. No ano de estreia, em 1997, a primeira disputa aconteceu em São Paulo e foi vencida pelo argentino Lucas Arnold Ker.

Na penúltima temporada em que foi disputada, em 2000, a Copa Ericsson viu surgir um dos maiores talentos dos últimos tempos no tênis mundial. Conhecido como "Mago" na Argentina, Guillermo Coria venceu quatro das sete etapas, mostrando toda a sua habilidade nas quadras de saibro. Três anos depois, em 2004, chegou ao vice-campeonato em Roland Garros e à terceira posição no ranking mundial.

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