Templo da tradição

Templo da tradição

ACOMPANHAR WIMBLEDON IN LOCO é uma experiência inusitada. Diferentemente dos "parques temáticos" que são Australian Open e US Open e também do micro-espaço de Roland Garros, o Aberto inglês tem uma aura aristocrática singular, inconfundível e inabalável. Lá, manda a tradição. Se algo é feito do mesmo jeito há séculos, continuará a ser feito do mesmo jeito por séculos. Não há o que questionar.

Desde a quietude da quadra central, repleta de etiquetas quando algum membro da família real está presente, até a impecável organização da famosa "Queue" (fila) do lado de fora do complexo, que já está incorporada aos costumes do torneio, tudo representa uma tradição.

Ir ao torneio e não tomar uma tacinha de Champagne, assim como não comer uma tigelinha de morango com creme, seria o mesmo que passar por Londres e não pegar pelo menos um momento de céu cinza e garoa fina. Se isso acontecer, melhor duvidar e pedir reembolso, pois você provavelmente não está no lugar certo.

Da mesma forma, ir a Wimbledon e não ver pelo menos um jogo de Roger Federer certamente trará um sentimento de vazio. Vai ficar faltando algo. Aos 30 anos, o suíço gosta de relembrar os críticos, cada vez que vai para a quadra, de sua categoria. Agora com sete títulos, vê-lo vencer na grama inglesa é tão tradicional quanto ver o público se amontoando na Henman Hill para assistir aos jogos no telão. Federer se tornou uma instituição do torneio, assim como a fila, como o Champagne e os morangos com creme.

A Revista TÊNIS esteve no All England em 2012 e acompanhou o que de melhor ocorreu na grama sagrada. Mais do que isso, saímos com um título de lá. Assim, trazemos todas as curiosidades e personagens de Wimbledon, com as melhores imagens.

Nesta edição ainda listamos as 10 principais habilidades psicológicas para um tenista e também questionamos o porquê de, algumas (ou várias) vezes, treinamos muito bem, mas não conseguirmos desenvolver o mesmo tênis na hora do "vamos ver", no jogo. Na parte técnica, falamos sobre um dos golpes mais devastadores, o spin alto, que é capaz de minar a resistência de qualquer tenista, mesmo Roger Federer. Nick Bollettieri se rende às novidades e mostra como melhorar seu jogo usando a bola de espuma. Por fim, tratamos dos alimentos orgânicos e seus benefícios e questionamos o espírito esportivo dos atletas da atualidade.

Bom jogo!
Arnaldo Grizzo e Christian Burgos


Editorial

Artigo publicado nesta revista