Equipamento

Onde testar?

Comprar uma raquete é um processo. É preciso pensar, analisar, estudar se todas as características batem com o que você espera. Porém, no fim das contas, nada melhor do que um "test drive" para garantir que a sua escolha é a certa, não?


VOCÊ VÊ AQUELE GRANDE ÍDOLO disparando golpes em quadra com sua inseparável raquete - a mesma desde que despontou no circuito. Parece que ele bateu o olho de primeira quando foi a uma loja e nunca mais mudou sua escolha. Você já deve ter se perguntado: "Será que ele nunca tentou trocar?" Provavelmente a resposta seja "sim", já que os grandes jogadores geralmente experimentam as principais linhas a fim de descobrir qual melhor encaixa no seu estilo de jogo. Assim como eles também ajudam as marcas a aprimorarem e ajustarem os modelos que eles mesmos usam.

Esse exemplo serve (ou deveria servir) para você, apaixonado pelo tênis e que tem dúvidas de qual raquete comprar. Assim como qualquer jogador profissional, você deve saber o quanto é importante testá-la previamente antes de gastar seu dinheiro a esmo apenas por querer a tal raquete do seu ídolo ou a mais bonita da loja.

De repente, ela se torna uma estranha do seu lado ao invés de sua aliada. Por isso, fazer o "reconhecimento" de várias raquetes permite a você conhecer as características de cada uma e provavelmente obter as respostas de por que aquela é a ideal ou não para o seu swing longo, ou para auxiliá-lo a gerar mais potência ou até lhe fornecer mais controle na hora decisiva.

Test Drive

Todo tenista que se preze deve conhecer a arma que tem em mãos e, portanto, testar e comparar raquetes é um exercício que acompanha tanto amadores quanto profissionais na formação do seu jogo, trazendo a segurança e o conforto necessários dentro de quadra. "É essencial que o cliente possa sentir na prática se há uma adaptação com a raquete, com o peso. Como o test drive de um automóvel, é de extrema importância testá-la antes da compra para evitar arrependimentos e escolher a ideal para o seu jogo", afirma Ronaldo Palhinha, gerente de vendas da marca austríaca Head.

Então, às vezes, você pode gostar daquela marca, porém sente que, ainda assim, falta alguma coisa no equipamento para deixar seu jogo mais afiado. Talvez a saída para os seus problemas seja apenas mudar o modelo. Ou, em outros casos, testar uma marca diferente pode aumentar seu horizonte de opções e ajudá-lo a tirar sua bolinha do meio da quadra.

Por isso, em ambos os casos, há soluções para que você venha comprovar empiricamente qual raquete deverá ser a sua próxima escolhida. Várias lojas espalhadas pelo Brasil fornecem o serviço de raquetes para testes com o objetivo de orientar o cliente a encontrar a sua preferida. "Dessa maneira, a loja oferece mais um serviço e, sem dúvida, venderá uma quantidade maior de raquetes, pois os clientes vão se sentir mais confiantes de que fizeram uma compra certa", enfatiza Eddie Wetzel, presidente da Winners Brasil, distribuidora da Wilson no País.

Como funciona?

Então, para ajudar quem quer fazer essa prova antes de comprar a próxima raquete, a Revista TÊNIS foi atrás das lojas onde cada marca disponibiliza sua gama de equipamentos em cada região do País e descobriu de que maneira o cliente poderá usufruir de uma raquete para teste.

Os locais são diversos, porém grande parte das lojas que trabalham com esse sistema se concentra no eixo Sudeste-Sul. As regiões Nordeste e Centro-Oeste também aparecem, com destaque para as capitais Salvador, Recife, Maceió, Goiânia e Brasília.

Em um país tão diversificado, cada loja possui sua própria política para as raquetes de teste. Por exemplo, se você for à Tenisport, em Salvador, poderá emprestar até duas para você experimentar e ver qual se adapta melhor ao seu estilo no prazo de três dias. Mas se estiver mais próximo da Tivolli Sports, em Barueri, terá que desembolsar um valor de R$ 20 por cada raquete com a vantagem de, caso comprá-la no período de 30 dias, poder abater esse preço do valor da compra.

Já em lojas como a Tennis Pro Shop, em São Paulo, e na Tênis Bard, em Balneário Camboriú, o lojista apenas pede um cheque caução no valor da raquete como garantia contra danos e a deixa com o cliente por até dois dias. E há casos até que a loja faz um acompanhamento com o jogador em quadra para analisar qual perfil de raquete se encaixa melhor na sua batida, como acontece com a Ponto de Contato, que está trabalhando dentro da academia Slice Tennis, em Santana de Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo.

À sua disposição

A fim de ajudá-lo a se planejar e procurar, o quanto antes, a loja mais próxima da sua casa para testar a raquete que tanto crê ser do seu gosto, preparamos uma lista com a localização dos estabelecimentos comerciais, com telefone, endereço, a política de empréstimos de cada loja e por quanto tempo você pode ficar com o equipamento.

É válido esclarecer que entramos em contato com a maioria das lojas repassadas por cada marca e, em algumas delas, constatamos que não disponibilizam mais o serviço de teste para raquetes. Portanto, aconselhamos a você, primeiramente, que ligue para o lojista e se certifique de que ainda trabalham com essa possibilidade. Então, vamos às opções.

CUIDADOS NA HORA DO TESTE!
Fui na loja, peguei a raquete emprestada, agora é só ir para a quadra. Calma lá! É preciso ter cuidado para não ser traído por pequenos detalhes que, às vezes, podem comprometer o seu teste, fazendo com que você descarte uma raquete que, se bem ajustada, poderia ser a ideal para o seu jogo. Como assim?

Uma raquete não é somente um aro. Portanto, é preciso estar atento às cordas e ao grip. De nada vai adiantar você testar uma raquete de última geração com uma corda "meia boca". A corda pode atrapalhar e muito o desempenho da raquete e, consequentemente, a sua avaliação. Então, assim que for escolher a raquete com o lojista, pergunte a respeito do encordoamento. Veja se eles fornecem o filamento sem custo ou se há a possibilidade de você mesmo (o mais aconselhável) definir com o vendedor qual corda irá colocar na raquete e com que tensão. O ideal é que você avalie a raquete com a corda com que está acostumado e com uma tensão semelhante a que usa regularmente. Sem isso, fica mais difícil avaliar.

Outro detalhe que pode prejudicar a sua avaliação é a espessura do cabo. Veja se o grip da raquete de teste se equivale com a sua. Se for mais fino, por exemplo, tente colocar um overgrip para compensar. Aliás, procure sempre usar um overgrip novo para que sua mão não fique escorregando e prejudique o seu teste. Quanto mais "realista" o teste, melhor.


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Matheus Martins Fontes

Publicado em 25 de Junho de 2013 às 12:26


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Artigo publicado nesta revista