Olho vivo

Quais são as jovens promessas do Brasil Open e do Rio Open que você deve ficar de olho?


É óbvio que o torcedor que pretende assistir aos dois principais eventos do tênis no Brasil neste primeiro semestre fica entusiasmado com a possibilidade de ver alguns dos maiores ídolos do esporte em ação. E, neste ano, novamente, não faltam grandes estrelas desfilando pelo Brasil Open e Rio Open, realizados na segunda e terceira semanas de fevereiro respectivamente.

Este será o terceiro ano seguido que Rafael Nadal vem atuar no país. Em sua volta triunfal depois de lesão em 2013, ele disputou o Brasil Open, em São Paulo, e, no ano passado, jogou o torneio do Rio. Mas, além dele, outros grandes nomes do tênis espanhol retornam às quadras brasileiras, como David Ferrer, Nicolas Almagro, Tommy Robredo, Fernando Verdasco; e, pela primeira vez, os fãs nacionais terão a oportunidade de ver de perto o belo e eclético jogo de Feliciano Lopez, que disputará o Brasil Open. O amante do tênis também poderá torcer com todo o seu ufanismo pelos brasileiros Thomaz Bellucci, João Souza, Bruno Soares e Marcelo Melo.

No entanto, o verdadeiro fã de tênis, mais do que acompanhar os ídolos, gosta mesmo é de apreciar boas partidas, observar um tênis de alto nível, com belas jogadas, a entrega em cada ponto, garra, técnica etc. Apesar de sabermos ser possível encontrar todos esses ingredientes nos jogos desses tenistas cujos nomes e fama já são decantados, muitas vezes, é em partidas em quadras “secundárias” de jogadores “desconhecidos”, que vivenciamos tudo isso em maior grau.

E não é só isso. O fã de tênis que se preza pode até tentar esconder, disfarçar, mas, no fundo, tem aquela terrível ânsia de observar o surgimento de um novo ídolo. Por isso, ele fica de olho naqueles jovens talentos que ainda não despontaram, para ver se há alguma fagulha em seus jogos que indique um futuro brilhante. Quem não sentiria orgulho de chegar em meio aos amigos do clube e dizer: “Vi o Nadal jogando quando ele nem havia ganhado Roland Garros. Jogava muito!” Os torcedores que estiveram no Brasil Open de 2005, por exemplo, podem se gabar disso.

Assim sendo, com a lista prévia de inscritos dos dois torneios na mão, apontamos aqui cinco jovens que merecem ser observados, cujos estilos trazem algo de notável e que vêm galgando posições no ranking nos últimos anos. Todos eles disputarão o Brasil Open e o Rio Open. Vale a pena dar uma olhada no jogo deles e imaginar se um dia eles serão grandes astros.

Jiri Vesely

Jiri Vesely

Idade: 21 (10.07.1993)
Local de nascimento: Pribran, República Tcheca
Altura: 1,98 m
Peso: 90 kg
Canhoto
Melhor ranking: 65° (05.01.2015)

É sempre bom ficar de olho nos tenistas mais jovens dentro do top 100 no final de uma temporada. Não à toa, a ATP resolveu criar o prêmio “Star of Tomorrow” (algo como “estrela do amanhã”), que condecora o caçula dos top 100 a cada final de ano. Em 2013, o agraciado foi o tcheco Jiri Vesely, na época com 20 anos e 87° do mundo. O jovem de quase 2 metros de altura segue a tradição dos tenistas de seu país, com um saque extremamente potente e eficaz, e um jogo de muita potência, que, no seu caso, combina com sutis toques habilidosos. Em 2011, como juvenil, ele foi campeão do Australian Open e vice do US Open, alcançando o número 1. Em menos de dois anos como profissional, já estava no top 100.

Federico Delbonis

Federico Delbonis

Idade: 24 (05.10.1990)
Local de nascimento: Azul, Argentina
Altura: 1,90 m
Peso: 88 kg
Canhoto
Melhor ranking: 34° (26.05.2014)

Para quem esteve no Brasil Open de 2014, o nome de Federico Delbonis não é novidade, ainda mais porque ele surpreendeu todo mundo e venceu o torneio. O canhoto argentino de jogo sem buracos e grande habilidade superou o estilo de potência de Nicolas Almagro e teve cabeça fria para contornar as intervenções da torcida na partida contra Thomaz Bellucci. Na final, diante do experiente Paolo Lorenzi, também manteve a frieza. Com apenas 24 anos, Delbonis é um prodígio do tênis argentino e já está entre os top 100 há duas temporadas.

Dusan Lajovic

Dusan Lajovic

Idade: 24 (30.06.1990)
Local de nascimento: Belgrado, Sérvia
Altura: 1,83 m
Peso: 79 kg
Destro
Melhor ranking: 57° (27.10.2014)

Atualmente, a Sérvia tem quatro homens no top 100. Depois de Novak Djokovic, surge o nome do jovem Dusan Lajovic. O garoto de 24 anos vem progredindo paulatinamente no ranking profissional tanto que 2014 foi sua primeira temporada efetiva dentro do top 100, disputando os principais torneios do mundo, com campanhas razoáveis. Seu melhor momento ocorreu em Roland Garros. Atuando pela primeira vez na chave principal, atingiu as oitavas-de-final, quando foi barrado por ninguém menos que Rafael Nadal. Um dos pontos altos de seu jogo é a fabulosa técnica de esquerda com uma só mão e a personalidade que demonstra em quadra.

Pablo Carreño Busta

Pablo Carreño Busta

Idade: 23 (12.07.1991)
Local de nascimento: Gijon, Espanha
Altura: 1,88 m
Peso: 74 kg
Destro

Melhor ranking: 49° (05.01.2015)
Ser o tenista mais jovem de seu país dentro do top 100 não é pouca coisa, ainda mais quando o ranking mostra que há 12 compatriotas nessa disputada lista. Mesmo jovem, Pablo Carreño Busta é um exemplo de determinação. Aos 20 anos, quando já estava beirando o top 100, ele precisou passar por uma cirurgia de hérnia de disco. Quem pensou que seu retorno seria lento, ficou impressionado. No ano seguinte, ele saltou incríveis 650 posições no ranking depois de vencer sete Futures, quatro Challengers e ir à semifinal do ATP de Portugal, entrando no top 100 e sendo considerado o tenista que mais cresceu em 2013 pela ATP. Legítimo representante da escola espanhola.

Diego Schwartzman

Diego Schwartzman

Idade: 22 (16.08.1992)
Local de nascimento: Buenos Aires, Argentina
Altura: 1,70 m
Peso: 64 kg
Destro
Melhor ranking: 60° (05.01.2015)

Você pode até estranhar a indicação de Diego Schwartzman nesta lista e questionar: “Que futuro tem um rapaz de 1,70 m no tênis?” Talvez seja melhor fazer essa pergunta diretamente para esse aguerrido argentino de 22 anos, que com certeza, aprendeu a lição de que “tamanho não é documento”. Um tenista “encardido”, como diriam os ratos de quadra, vencer um ponto seu é tarefa hercúlea. No ano passado, ele foi o tenista que mais ganhou partidas (48) e torneios (cinco) em Challengers. Também foi seu ano de estreia em Grand Slams, mas não deu sorte. Em Roland Garros, deu trabalho, mas perdeu para Roger Federer na segunda rodada. No US Open, encarou Novak Djokovic logo na estreia.

Por Arnaldo Grizzo

Publicado em 26 de Janeiro de 2015 às 00:00


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Artigo publicado nesta revista