Materiais para o Play and Stay

É, sim, possível encontrar material apropriado no Brasil para pôr o sistema Play and Stay em prática. Saiba como arrumar a quadra, a rede, as bolas e as raquetes


Se o leitor tem acompanhando esta série sobre formação de tenistas, já sabe sobre a filosofia mundial e como funciona o programa Play and Stay - algo como "Jogue e Fique!". Também recebeu noções básicas de como organizar atividades de prática com as três velocidades de bola. Por fim, verificou que, mesmo com turmas de bola vermelha, é possível organizar competições. Nesta última matéria da série, vamos orientar sobre os recursos materiais necessários para colocar o sistema em prática. Essa informação é importante para pais e professores já que, em 2012, as competições oficiais para crianças até 10 anos serão com as bolas mais lentas, nas quadras vermelha, laranja e verde.

BOLAS

Já existem disponíveis para compra no Brasil os três tipos de bola:

1. Vermelha: 75% mais lenta do que a bola normal utilizada em torneios oficiais adultos;
2. Laranja: 50% mais lenta do que a bola normal;
3. Verde: 25% mais lenta do que a bola normal.

A correta utilização das bolas desde o início do aprendizado - mesmo por alunos adultos - favorece a troca de bolas desde a primeira aula. Trocando mais bolas, o aluno compreende mais rapidamente como funciona a estratégia básica do jogo. Ele devolve mais, ou erra menos, e consegue explorar os espaços vazios da quadra e os pontos fracos do adversário.

A bola correta também ajuda no desenvolvimento do gesto esportivo eficiente e harmonioso para o biótipo dos alunos, já que quica numa altura próxima à cintura para ser rebatida.

Há pelo menos cinco marcas de bola no mercado nacional: Spin, Babolat, Head, Artengo e Dunlop. A Revista TÊNIS testou quatro delas:

1. Spin: possui as cores laranja e verde. As antigas bolas Spin de duas cores, que chamávamos de bolas soft, de várias combinações de cores diferentes, corresponderiam aproximadamente à velocidade de bola vermelha. Comparadas às bolas Play and Stay originais, apresentam ainda um quique irregular, mas estão em constante aperfeiçoamento e devem logo chegar ao padrão das bolas importadas.

2. Babolat: possui a bola de espuma, que representa a bola vermelha em termos de velocidade (75% mais lenta), e as bolas de feltro laranja e verde. A de espuma é muito útil para trabalhar com iniciantes e, principalmente, com as crianças bem pequenas, a partir dos cinco anos. É uma bola com diâmetro um pouco maior que a oficial, perfeita para os pequenos, e menos sujeita à ação do vento - que era um problema das bolas de espuma mais antigas com diâmetro igual ao das oficiais. As bolas laranja e verde são melhores do que as nacionais, mas ainda com quique ligeiramente irregular.

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fotos: divulgação
As bolas coloridas já são facilmente encontradas no Brasil

3. Dunlop: possui a melhor qualidade das bolas testadas no que diz respeito à uniformidade do quique. As três velocidades vêm em bolas de feltro.

4. Artengo: a linha de artigos para tênis das lojas Decathlon também vende as três velocidades de bola, sendo que a vermelha vem no material de espuma. É um pouco mais lenta que as Dunlop e Babolat, o que a deixa em última opção para ser usada em competições oficiais. Atenção: toda a indústria está em constante processo de aperfeiçoamento, portanto, esse panorama pode mudar a qualquer momento. O importante é que essas bolas sejam usadas.

REDES E MARCADORE S DE QUADRA

As redes do programa Play and Stay podem ser compradas prontas, principalmente as redinhas com altura de 80 cm e comprimento de 6 m, usadas nas quadrinhas vermelhas - que medem 11m de comprimento por 5,5 m de largura. Essas redes prontas possuem vários tipos de sustentação, sendo as mais modernas feitas de metal articulado, fáceis de montar.

Quem mora longe dos grandes centros, ou possui um orçamento mais apertado, pode improvisar com fitas marcadoras de trânsito (isso mesmo, aquelas amarelas e pretas) ou com elásticos de costura que possam ser presos nas grades do fundo de quadra e estendidos no comprimento de uma quadra normal.

O problema de se usar o elástico branco é que a visibilidade fica um pouco prejudicada e podem ocorrer dúvidas se a bola passou por cima ou por baixo. No programa de tênis escolar francês, os professores amarram lenços coloridos ao longo das faixas elásticas brancas - como as bandeirinhas de festas juninas - para melhorar a visualização por parte dos jogadores. Para as quadras laranja, a própria rede oficial pode ser abaixada à altura de 80 cm. A verde já usa a altura oficial de 91 cm.

Para marcar a quadra, já existem fitas com velcro para serem presas ao piso na Europa e nos Estados Unidos. Por aqui, temos disponíveis as faixas de borracha amarelas - que podem ser confeccionadas com retalhos de borracha cortados em 35 cm por 7 cm - e fita crepe - que pode ser encontrada em supermercados e papelarias.

O único inconveniente da fita crepe é deixar cola no piso de cimento e marcálo para sempre, o que pode enfurecer o dono da quadra. Portanto, se utilizá-la em aulas ou competições, é importante retirá-la logo em seguida.

As faixas são práticas e podem ser montadas e desmontadas rapidamente. o professor pode deixar marcas de giz ou caneta piloto como referência dos quatro cantos das quadras laranja ou vermelha para acelerar a montagem. outra vantagem de se usar as faixas é a possibilidade de marcar quadras rápidas ou de saibro. A desvantagem é que os tenistas podem pisar nelas e ser preciso reposicioná-las a todo momento que isso acontecer.

Nas ilustrações abaixo, você tem idéia de quantas faixas precisará para marcar quadras vermelhas e laranjas para treinos. As crianças adoram ajudar a marcar a quadra e em poucos minutos estarão jogando e amando.

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É simples montar as quadrinhas vermelhas com faixas

RAQUETES

As raquetes de 17, 19, 21 (para crianças de 4 a 7 anos), 23 (crianças de 8 e 9 anos), 25 e 26 (crianças de 9 e 10 anos) polegadas estão disponíveis no Brasil já há algum tempo e há opções de todas as marcas e preços.

É muito importante começar com o comprimento adequado de raquete para a altura da criança, porque a boa técnica (biomecânica) está relacionada à capacidade do jogador de empunhar a raquete sem esforço e de ter as cordas da raquete bem próximas à mão para facilitar o controle.

Muitas crianças aprendem a realizar o backhand e o voleio backhand com uma mão quando são iniciadas com a raquete adequada. Uma boa referência é perceber se a criança consegue manusear a raquete com uma mão em brincadeiras e jogos pré-desportivos - esse é o comprimento de raquete adequado para ela.

APRENDA A DEMARCAR AS QUADRAS VERMELHA E LARANJA

Suzana Silva

Publicado em 18 de Maio de 2010 às 06:20


Juvenil/Capacitação

Artigo publicado nesta revista