Fingindo de morto e renascendo


Ron Angle/TPL
As irmãs Serena e Venus Williams

A INSPIRAÇÃO PARA A ABERTURA deste editorial vem do último texto do livro do meu amigo Odir Cunha, “Os Bichos Ensinam”. No trecho, ele dá exemplos de animais que hibernam durante um tempo para renascer quando as condições são propícias. Ele cita a rã canadense e o escorpião alpino, que congelam no inverno e só acordam quando o gelo derrete. No outro extremo, há os crocodilos e sapos africanos, que se enterram na lama para sobreviver ao período de seca, ressurgindo assim que as chuvas voltam. Assim parecem ser as irmãs Williams. Quando todos se esquecem delas, elas renascem.

No começo do ano, Serena, que estava quase saindo do top 100, venceu o Aberto da Austrália. Agora foi a vez de Venus mostrar que ainda está viva. Ela chegou a Wimbledon desacreditada. Apesar de ser tricampeã na grama inglesa, não constava da lista de favoritas. Como quem não quer nada, foi ganhando, ganhando, ganhando e levou seu quarto troféu. Será que a dinastia das Williams voltará a comandar o tênis feminino? Já que estamos falando de reinados, Roger Federer anotou mais um recorde para sua coleção ao vencer Wimbledon pela quinta vez seguida, igualando-se ao sueco Bjorn Borg – que vai estar no Brasil para um torneio exibição em novembro. O suíço manteve seu domínio sobre a grama, mas Rafael Nadal complicou as coisas. Mesmo na quadra rápida, o espanhol consegue incomodar Federer. O duelo pelo número um promete ser emocionante no segundo semestre. Aliás, para você que quer ver de perto esta disputa nos Masters Series de Montreal e Cincinnati e no US Open, confira as dicas de turismo desta edição.

E por que os jogos entre Nadal e Federer estão cada vez mais equilibrados? Porque um conhece bem o estilo do outro, sabe evitar os pontos fortes do adversário e explorar os fracos. Ter este tipo de consciência pode ser fundamental para vencer uma partida. Por isso, preparamos uma matéria especial analisando os diferentes estilos de tenistas, mostrando o que eles pensam, como jogam e o que deve ser feito para derrotá-los. Na parte de instrução ainda temos a professora Suzana Silva, que vai ensinar o saque; o drill, que faz um alerta de como os professores devem lançar bolas para seus alunos; e, por fim, a professora Maria Luisa Afonso de André faz sua estréia dizendo como evitar as dores causadas pelo tênis.

Para completar, trazemos uma matéria bem-humorada que retrata situações curiosas envolvendo pais de tenistas que, na ânsia de ajudar no desenvolvimento de seus filhos, acabam atrapalhando os garotos. Confira!

Arnaldo Grizzo

Publicado em 1 de Agosto de 2007 às 08:39


Editorial

Artigo publicado nesta revista