Instrução preparo físico

Dias quentes virão!

Previna-se para enfrentar o sol e o calor do verão


fotos: Ron C. Angle/TPLFINAL DE ANO NO BRASIL é sinônimo de muito sol e calor. O sol é essencial para o equilíbrio humano, uma de suas principais funções é estimular a produção de vitamina D na pele, vitamina básica para a saúde dos ossos e para prevenção do raquitismo e da osteoporose. Entretanto, os seus efeitos cumulativos são nocivos à saúde.

Num dia de sol de verão as temperaturas giram em torno de 40 graus e muitos jogadores não se preocupam com o simples detalhe de passar um protetor solar. O fator de protetor solar (FPS) indica quanto tempo uma pessoa pode se expor ao sol sem sofrer queimaduras. Um fator 30, por exemplo, permite que se exponha ao sol sem se queimar por um período 30 vezes maior do que se não estivesse usando o produto. Supondo que sem proteção a pele comece a queimar em cinco minutos, com um FPS 30, a pele vai resistir cerca de 150 minutos. O ideal, durante o jogo ou treino num dia quente, é passar o protetor a cada meia hora.

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DESIDRATAÇÃO, O QUE É ISSO?
A desidratação resulta da perda de água corporal, que é carregada até a superfície da pele pelo sangue, mais especificamente pelo plasma sanguíneo.

Durante o jogo ou treino são eliminados, através do suor, sais minerais, especialmente sódio e cloro, e em menor proporção magnésio, potássio, cálcio e ferro (suor é a água do plasma que é perdida para o meio ambiente na forma de vapor).

Quando a temperatura do corpo se eleva, o sistema de resfriamento corporal inicia a troca de calor do centro do corpo com o meio ambiente por meio do suor. Entretanto, se o jogador não repuser a água perdida pelo corpo, o sangue se torna mais denso, induzindo o coração a bater mais rápido para fazer a troca de calor. Sabe-se que essas reações são comuns durante o exercício e em condições ambientais adversas. Porém, elas também podem ocorrer em condições ideais.

Uma deficiência de cerca de 700 ml de água (aproximadamente 1% do peso corporal) provoca sede. Quando a perda é de 5% do peso corporal, ocorre letargia, apatia e desconforto. Perdas acima de 7% são extremamente perigosas. A salivação é diminuída, ocorre dificuldade na deglutição e a coordenação motora é afetada.

Com a perda de água e especificamente do sódio, a queda de pressão arterial pode comprometer ainda mais a condição física. Para que o pior não aconteça, é preciso ingerir água. O melhor é uma bebida isotônica (mesma concentração de sais minerais que a água do corpo) ou uma bebida energética, rica em sódio, cloro e carboidratos. A presença do carboidrato proporciona sabor à bebida, o que a torna mais agradável. Já os minerais, especificamente o sódio, fazem com que a água seja absorvida pelos rins e auxilia também na absorção do carboidrato.

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fotos: Ron C. Angle/TPLCOMO MANTER O CORPO HIDRATADO
Duas horas antes de jogar ou treinar, tome 500 ml de água gelada em pequenos goles ou misture com água de coco. Esse período de antecedência é suficiente para que se urine sem interromper o processo de hidratação. Vinte minutos antes da atividade você poderá utilizar uma bebida isotônica na seguinte proporção: 50 gramas de carboidrato (malto dextrina, carb up, sport drink, gatorade em pó) dissolvidas em 250 ml de água gelada.

Durante a partida tome somente água em pequenos goles e se o jogo se estender por mais de duas horas, beba também alguma bebida isotônica. Evite bebidas hipertônicas, tipo refrigerantes ou sucos adoçados, que dificultam a reidratação.

Após a atividade é recomendável beber 500 a 750 ml para cada quilo de peso perdido e para isso é necessário pesar-se antes de começar a treinar ou jogar. Nesse momento, além da água, você poderá ingerir suco de fruta e água de coco à vontade.

fotos: Ron C. Angle/TPLCOMO ENTRAR EM FORMA
Primeiro, procure um médico de sua confiança e realize testes para avaliar o seu estágio de condicionamento físico. Os testes são imprescindíveis para você, homem ou mulher de 30 anos ou mais que não mexe o corpo a mais de seis meses e apresenta algumas destas características: Pressão alta, algum parente próximo que sofreu algum comprometimento cardiovascular, está acima do peso, vive cansado, está estressado e sente palpitações, não mantém uma freqüência na sua atividade e, quando se mexe, sempre sente uma dor nova, sofre de ansiedade e dorme mal.

O exame ergométrico possibilita observar o comportamento do seu coração no momento do esforço. Testes de força física e testes laboratoriais, como sangue, urina, triglicérides e acido úrico são muito importantes para se ter uma noção geral do seu estado físico.

Todos que praticam atividades esportivas, principalmente em dias quentes, correm riscos de desidratação, cujos sintomas são: Fadiga muscular e sensação de fraqueza, palidez e visão turva, dificuldade para correr, náuseas, vômitos e desmaios, pele seca e quente, batimento cardíaco rápido e alterações da pressão arterial. Ao ter algum destes sintomas, interrompa imediatamente a atividade, tome água ou bebida esportiva em abundância e fique na sombra e em lugar ventilado até se sentir melhor.

O TÊNIS NOS EM DIAS QUENTES
Jogue no início ou no final do dia, em que a temperatura é mais branda; passe sempre protetor solar fator 30 ou mais; use boné (pode molhá-lo); use o mínimo de roupa possível; hidrate-se corretamente; nunca jogue de estômago vazio, coma algo leve 45 minutos antes; faça um aquecimento ligeiro, com alongamento suave e bate-bola leve; não beba cerveja ou qualquer bebida alcoólica antes e durante a atividade física; evite refrigerantes, principalmente os que têm cafeína, pois são diuréticos e estimulam a eliminação de água e sais minerais, que devem para compensar a desidratação; complemente o treino semanal com trabalho aeróbico e musculação, sempre com a orientação de um professor de Educação Física. No caso de cãibras, pare a atividade imediatamente e alongue o local afetado (ver artigo a respeito na TÊNIS nº 40). Bom tênis e bom ano para todos!

O professor Eduardo Faria prepara tenistas e atletas profissionais e atente a todos que querem entrar em forma. edfaria@uol.com.br
Edu Faria

Publicado em 15 de Janeiro de 2007 às 13:12


Preparação Física/Fisioterapia

Artigo publicado nesta revista