Fisioterapia

Bandagem elástica estilo ou terapia?

Você já deve ter visto aquelas faixas longas e coloridas nas pernas, braços, costas etc dos atletas ultimamente. O que é isso? Para que serve?


HOJE EM DIA, durante uma partida de tênis, percebemos diversos jogadores com fitas ou esparadrapos coloridos colados em seu corpo. Será só um estilo, uma moda lançada? Nada disso, apesar das cores chamativas, tais fitas apresentam um recurso terapêutico.

Ron C. Angle/TPL

A bandagem elástica teve sua origem no Japão, na década de 1970, pelo quiropraxista japonês Kenso Kase, que a idealizou pensando nas diversas funções dos músculos, como contração, controle da circulação sanguínea e da temperatura corporal. Nos jogos Olímpicos de Seul, em 1988, a delegação japonesa utilizou essas bandagens pela primeira vez oficialmente, ou seja, a "moda" não é tão nova assim.

Constituída apenas de algodão, filamentos elásticos especiais e uma cola adesiva de acrílico, a técnica pode fornecer alívio à dor, redução do inchaço, auxílio e amenização da contração muscular e estabilização articular de acordo com a tensão da fita e sua posição aplicada.

FUNÇÕES
A bandagem elástica funciona como um método de alívio à dor. Ao entrar em contato com o corpo, a fita provoca um estímulo na pele - que chega ao cérebro em uma velocidade mais rápida que o estímulo de dor, inibindo a sensação dolorosa. Usando um exemplo extremo, quando o atleta bate a sua raquete na perna, irritado, instintivamente ele esfrega a região. A função da fita é semelhante, porém seu efeito é mais duradouro. Ao sofrer uma lesão, o corpo responde com um processo inflamatório. A bandagem, então, além da sua participação no alívio à dor, colabora na redução do inchaço caracteristicamente causado pelo processo inflamatório. Esse inchaço pode causar dor e limitação na articulação, portanto a drenagem do excesso desse líquido é facilitada pela bandagem por meio da reabsorção pelo corpo.

Outra função é o auxílio e a amenização da contração muscular quando aplicada na superfície correspondente à musculatura. O que dita a ação desejada é o sentido da aplicação da bandagem.

O método de auxílio na contração muscular favorece um maior desempenho do movimento esportivo. Já a técnica de redução da ação muscular ajuda a relaxar a musculatura durante a atividade física.

Então, vejamos outro exemplo: durante o saque, é realizada uma grande extensão da coluna. No caso de um tenista com lesão do músculo abdominal, o movimento do saque provoca um aumento dessa lesão. Nesse caso, a bandagem elástica é posicionada para auxiliar a contração do músculo do abdome, antecipando o retorno do movimento de extensão, permitindo que o saque seja executado.

Com a bandagem também é possível trabalhar a estabilização das estruturas articulares, normalizando o seu movimento e reposicionando estruturas que se encontram encurtadas.

Quando comparada com a bandagem rígida, a elástica proporciona uma menor sensação de estabilidade, pois não provoca nenhum tipo de limitação de movimento, permitindo ao atleta um maior conforto. O tempo de eficácia também é maior, podendo durar de três a quatro dias.

O PROPÓSITO DAS CORES
As diferentes cores influenciam diretamente nos benefícios da bandagem por associação da técnica da cromoterapia, alcançado pelas diferentes propriedades terapêuticas provenientes da vibração de cada cor, podendo ser física e/ou emocional:
Vermelho: motivação e persistência da força física;
Verde: melhora o raciocínio e promove relaxamento;
Azul: confiança e relaxamento;
Violeta: auxilia no equilíbrio hormonal;
Amarelo: auxilia nas escolhas e ativa o sistema linfático;
Laranja: encorajadora, favorece o sistema circulatório.

Pelo fato de a técnica de bandagem elástica modificar algumas mecânicas motoras básicas do nosso corpo, se faz sempre necessário uma avaliação fisioterápica para evitar o mau uso e a predisposição a lesões. É importante entender que a técnica da bandagem elástica é apenas mais uma ferramenta no tratamento e na prevenção de lesões, e não é uma modalidade terapêutica por si só.

Ricardo Takahashi E Equipe

Publicado em 21 de Março de 2011 às 14:33


Preparação Física/Fisioterapia

Artigo publicado nesta revista