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Aprenda como encordoar sua raquete

Quer economizar dinheiro ou tem sua própria máquina? Veja o passo a passo neste tutorial


Quantas vezes as cordas de sua raquete quebram por ano? Há quem não arrebente uma sequer, mas há aqueles – especialmente juvenis competitivos e profissionais – que podem estourar uma por treino. Para estes, essa conta costuma sair muito cara e é nessas horas que passam a procurar maneiras de economizar.

Alguns optam por usar filamentos mais grossos, outros tentam raquetes com padrão de cordas mais fechado. Mas há quem opte por uma saída diferente. Em vez de tentar mudanças que podem comprometer seu jogo, pensam em baixar os custos disso assumindo para si a mão de obra do encordoamento. Como?

Com uma máquina portátil (há diversos modelos no mercado), você pode encordoar sua própria raquete em casa, ou mesmo durante os torneios de que participa. O processo é relativamente simples, mas é preciso estar muito atento para não comprometer o seu equipamento. Sendo assim, confira a seguir algumas dicas para encordoar.

 

Preparação

A primeira coisa a ter em mãos é uma máquina. Esteja seguro de que ela está bem apoiada em uma superfície plana. Depois, você provavelmente precisará de um alicate, um cortador e uma chave de fenda fina para ajudá-lo a manusear as cordas pelos pequenos buracos do aro. Outro detalhe importante é a corda em si. Se você estiver trabalhando com um rolo, meça de 10 a 12 metros de comprimento (dependendo do tamanho da cabeça da raquete – uma de 95 polegadas quadradas costuma usar 11,5 m em média) e corte.

 

Prendendo a raquete na máquina

A maioria das máquinas de encordoar possui dois pontos de suporte. Um na base e outro no topo da cabeça da raquete. Basta alinhar o aro e prendê-lo com as braçadeiras. Comece pelo topo e depois vá para a base. Um detalhe: ao prender, verifique se nenhum grommet (furo) fica obstruído pela braçadeira. Assegure-se de travar as braçadeiras. Depois, ajuste a tensão das cordas.

 

Preparando as cordas

Se você for usar um único filamento vendido em rolo, meça cerca de 12 metros de comprimento e corte. Passe a corda por entre os dedos para sentir se não há falhas. Em alguns casos, elas podem arrebentar a corda enquanto ainda estão sendo encordoadas. Junte as duas pontas, verifique onde está o meio da corda e faça um novo corte – de preferência diagonalmente, pois isso facilitará manusear o filamento pelos furos.

Por onde começar?

Se sua raquete tem seis furos na base do aro, você começará pela base. Se ela tiver oito, você começará pelo topo da cabeça. Pegue uma das metades da corda. Encontre os dois grommets centrais e passe cada ponta do filamento por um desses furos indo na direção dos furos do outro lado na vertical (o que os encordoadores chamam de “main strings”). Atravesse-os, segure ambas as pontas com uma mão e puxe até o fim, para assegurar que as duas terão o mesmo comprimento. Feito isso, prenda um dos lados da corda com uma braçadeira móvel. Posicione-a no ponto de início da passada da corda e o mais próximo possível do grommet para evitar a perda de tensão. Em seguida, coloque essa ponta do filamento no tensionador e puxe para imprimir a tensão desejada (já ajustada anteriormente no equipamento). Corda tensionada, prenda a outra braçadeira móvel perto dessa extremidade. Só depois libere o tensionador.

Você pode continuar com esse mesmo padrão, indo de dentro para fora. No entanto, lembre-se de não colocar tensão apenas de um lado para não comprometer a estrutura da raquete. Vá alternando os lados e não tensione mais do que três de cada lado de uma só vez. Lembre-se também de que, para cada nova corda tensionada, é preciso realocar a braçadeira móvel – que sempre devem estar nas extremidades.

Você deve ficar atento a alguns grommets angulados, com formatos diferentes ou com alguma marcação no aro. Geralmente, eles são feitos para passar as cordas horizontais. Para não cometer erros, certifique-se de quantas cordas verticais (mains) e quantas horizontais (crosses) há em sua raquete.

Padrão de encordoamento

Há diferentes formas de encordoar uma raquete. Uma delas é usando a corda como um todo. No entanto, uma maneira mais prática e segura é dividindo o filamento ao meio e fazendo o serviço em duas etapas. Além disso, essa forma permite encordoar com dois tipos de filamentos diferentes – o que chamamos de cordas híbridas.

Para fazer o nó

Assim que terminar um do lados, você deve fazer um nó. Não solte as braçadeiras antes de fazer o nó, do contrário, perderá toda a tensão que acabou de colocar nas cordas. Para esse nó, descubra o grommet mais largo que estiver próximo do furo por onde saiu a última ponta da corda e insira-o. Ele deve ser um dos pontos anteriores pelo qual uma corda vertical já está passando, ou seja, ele receberá precisa ter espaço para duas cordas. Para realizar o nó, passe o filamento para baixo no lado oposto da corda que está saindo por esse buraco e puxe para cima pelo outro lado e por dentro do laço que você criou. Aperte bem e repita o processo para criar um nó duplo. Lembre-se que os dois lados devem estar amarrados da mesma forma, nas mesmas posições (opostas).

Horizontais

Nós feitos, você pode soltar as braçadeiras e reposicioná-las na horizontal (caso sua máquina precise desse ajuste). O processo das cordas horizontais (crosses) é similar, mas tem um início diferente. Antes de tudo, você precisa amarrar uma das pontas em uma das cordas verticais (mains) – em algumas raquetes, esse local está bem indicado. Pegue a ponta, passe-a em volta da corda presa três vezes, levante os dois laços criados e passe a ponta novamente por dentro deles. Aperte firme. Encontre o buraco mais próximo e atravesse a outra ponta da corda com ele. Diferentemente do processo com verticais, você não irá apena puxar as cordas até o outro lado, mas fazê-la passar por cima e por baixo dos filamentos que estão no caminho. Para facilitar o serviço, coloque uma mão por baixo e outra por cima da malha e vá fazendo um ziguezague de cima para baixo até chegar ao outro lado. Assegure-se de que não pulou nenhuma corda. Uma das maneiras de checar se está tudo certo é verificar o começo e o fim da carreira, ou seja, quando uma extremidade do filamento horizontal começar por cima do vertical, a outra tem que ser o contrário. Feito isso, atravesse a ponta pelo buraco e puxe a corda gentilmente e também movendo-a para não friccionar demais e criar vincos nas verticais.

Não tensione a corda ainda. Repita o procedimento mais duas vezes, passando pelos buracos seguintes. No fim da terceira corda, não puxe o filamento todo, apenas um pouco. Deixe um longo laço do outro lado do aro e, agora sim, tensione a corda. A tensão chegará às duas primeiras passadas. Coloque a braçadeira e solte o tensionador. Puxe o resto da corda no terceiro buraco e faça a passada pelo quarto, também puxando apenas um pouco da corda assim que atravessar o grommet do outro lado. Com o laço formado do outro lado, coloque tensão na corda. Siga assim, até o fim, colocando tensão no filamento anterior ao que você acabou de passar pelos buracos. Assim que chegar à última fileira, coloque tensão na corda como faria normalmente.

 

Para terminar, faça um nó como o realizado nas cordas verticais. Ache o buraco mais próximo em que caibam dois filamentos e faça o nó duplo. Pronto. Remova a raquete da máquina, verifique se a trama das cordas está correta e corte as sobras dos nós.

Arnaldo Grizzo

Publicado em 22 de Junho de 2016 às 09:04


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