A história por testemunha

Em sua 100ª edição, a Revista TÊNIS fez uma seleção do que ela considera os 100 melhores tenistas de todos os tempos


O TÊNIS MODERNO NASCEU em fins do século XIX, quando o Major Walter Clopton Wingfield, oficial do exército britânico, resolveu patentear as primeiras regras e equipamentos do que se tornaria a modalidade. O esporte tênis, contudo, já vinha "evoluindo" desde muito tempo antes, com o "Jeu de Paume", atividade que remete ao longínquo século XIII. De rebater bolas com as mãos até as primeiras raquetes (de madeira) seguiram-se eras.

Um dos marcos de surgimento do tênis é o primeiro torneio de Wimbledon, em 1877, vencido por Spencer William Gore, que jogou críquete por um clube inglês antes de se tornar campeão de tênis. Os outros Grand Slam tomariam lugar alguns anos depois, com o US Open (1881), Roland Garros (1891) e Australian Open (1905).

Até hoje, 2012, já são 135 anos da realização do primeiro Major da história. Portanto, elencar os 100 melhores tenistas dessa longuíssima história não é tarefa simples e certamente resulta em algumas pequenas injustiças. Mesmo assim, a Revista TÊNIS decidiu encarar esse desafio e selecionar seus preferidos entre homens e mulheres para comemorar este número especial em que completamos 100 edições.

Primeiramente, atentamo-nos às épocas e seus principais expoentes, pinçando os grandes nomes de cada era do tênis desde 1880 até os nossos dias. No fim, apontamos 55 homens e 45 mulheres como os tenistas mais representativos da história e apresentamo-los aqui, apontando os feitos que zeram com que eles fossem selecionados.

Esperamos que você goste dessa "pequena aula de história" e, caso algum dos seus jogadores favoritos não esteja nessa lista, por favor, escreva para a gente e defenda a inclusão dele entre os 100 melhores de todos os tempos. Para facilitar o entendimento, separamos os tenistas por décadas. Sabemos, contudo, que alguns fizeram sucesso em mais de uma dezena de anos. Nesses casos, optamos por deixá-los na década em que suas vitórias foram mais constantes.

PRIMÓRDIOS ATÉ 1920

Nos primeiros tempos do tênis, os torneios de Grand Slam ainda estavam se estabelecendo e, por vezes, não passavam de competições entre tenistas de um mesmo clube. Foi somente na virada do século que eles se tornaram internacionais, contando com a presença de tenistas de diferentes nacionalidades. Uma curiosidade é que dos primeiros anos até cerca de 1920 o campeão estava garantido na final do ano seguinte, tendo apenas que "defender seu título" em uma partida contra o "campeão" entre todos outros participantes. Nessa época de extremo amadorismo, alguns nomes se imortalizaram com recordes que talvez nunca sejam batidos. Além dos citados aqui, vale ressaltar o domínio dos irmãos ingleses Doherty, Laurie e Reggie, com Laurie sendo o primeiro a vencer um Major fora de seu país (o US Open de 1903), e Richard Sears, que venceu os sete primeiros Abertos dos Estados Unidos.

BILL JOHNSTON
Estados Unidos
(1894 - 1946)

Destro
De aparência frágil, "Pequeno Bill" é lembrado por seu forehand de empunhadura Western e aterrorizava os rivais por sair do chão para interceptar a bola na altura do ombro. O smash angulado também foi um marco naquele tempo e o ajudou a vencer a Copa Davis por sete vezes seguidas (1920-1926) ao lado de Bill Tilden - que também foi seu grande rival nos Grand Slams.

 

DOROTHEA CHAMBERS
Reino Unido
(1878 - 1960)

Destra
Uma das principais tenistas do início amador do esporte, Dorothea Chambers dominou Wimbledon nas duas primeiras décadas do século XX. Foram sete conquistas, quatro delas, depois de tornar-se mãe. Seu domínio sobre a grama do All England Club só foi quebrado em 1919, quando Chambers, aos 40 anos, caiu diante de Suzanne Lenglen, com a metade de sua idade.

 

HAZEL WIGHTMAN
Estados Unidos
(1886-1974)
Destra

Conhecida como a "Rainha Mãe" do tênis norte-americano, esta tetracampeã do US Open lutou pela promover o esporte entre as mulheres. Uma das iniciativas foi a criação da Wightman Cup, um desafio por equipes de Estados Unidos e Reino Unido, disputado entre 1923 e 1989.

 

MOLLA MALLORY
Noruega / Estados Unidos
(1884-1959)

Destra
Nascida na Noruega, Mallory é a maior campeã da chave de simples do US Open, com oito conquistas, além de ser a mais velha a erguer o troféu, aos 42 anos e cinco meses (em 1926). Ao contrário de outras tenistas de sua época, Molla acredita que o jogo de fundo e não o de rede era essencial e assim vencia suas adversárias por meio do duros golpes de base e extrema resistência na troca de bolas.

 

WILLIAM RENSHAW
Inglaterra
(1861 - 1904)

Destro
Em pleno século XIX, "Willie" fincou uma das primeiras hegemonias do esporte graças ao poderoso forehand aliado ao excelente preparo físico. Seus recordes absolutos em Wimbledon ainda impressionam - é o maior vencedor (ao lado de Sampras) nas simples, com sete troféus, e também com a maior sequência no All England Club (de 1881 a 1886).

ANOS 20

Considerado os anos dourados do tênis, foi a época em que o esporte se tornou verdadeiramente internacional - depois da I Guerra Mundial -, atraindo multidões e formando ídolos eternos, alguns deles considerados os melhores de todos os tempos até hoje, como Bill Tilden, Suzanne Lenglen e Hellen Wills, por exemplo. Foi a fase dos Mosqueteiros franceses também com Lacoste, Cochet, Borotra e Jacques Brugnon (que não está retratado aqui).

HELEN WILLS MOODY
Estados Unidos
(1905 - 1998)

Destra
Quieta, reservada e sempre com a mesma expressão, Helen Wills Moody treinou com homens na costa oeste norte-americana e, com isso, desenvolveu grande potência para seus forehands da linha de base. Entre seus feitos mais notáveis está o octacampeonato em Wimbledon, entre 1927 e 1938 (não participou do evento em três oportunidades).

 

HENRI COCHET
França
(1901 - 1987)

Destro
Junto com Jean Borotra, René Lacoste e Jacques Brugnon, formou os quatro Mosqueteiros franceses dos anos 20. Segundo Lacoste, "Cochet podia bater qualquer um quando suas jogadas entravam". Os 15 Majors comprovam isso à risca. Porém, "podia ser batido quando não eram certeiras", motivo o qual é o único a falhar na defesa dos seus oito títulos de Major em simples.

* Cochet foi campeão de simples em Roland Garros em 1922. Mas como evento não era internacional, não é considerado um Slam.

 

JEAN BOROTRA
França
(1898 - 1994)

Destro
"Quando você luta em duas guerras junto com tropas, há certas memórias que lhe marcam", disse certa vez o inesquecível Jean Borotra, o "Saltador Basco" dos Mosqueteiros franceses, que chegou a ser preso pela Gestapo. Ele marcou época com seus voleios desconcertantes e o jogo heterodoxo do fundo da quadra. A boina azul foi outra marca registrada, que ajudou o país nos títulos de 1927 a 1932 na Copa Davis.

 

RENÉ LACOSTE
França
(1904 - 1996)

Destro
Metódico, o Mosqueteiro francês fez o que ninguém alcançou nos primórdios do esporte. Lacoste, talvez, tenha dado vida à estratégia no tênis, já que analisava virtudes e fraquezas dos rivais através dos livros. A tenacidade sugeriu o apelido de "O Crocodilo", que transpôs os limites das quadras para a moda em 1933, quando lançou sua própria grife.

 

 

 

SUZANNE LENGLEN
França
(1899-1938)

Destra
Esta mulher que hoje dá nome à segunda maior quadra de Roland Garros chocou Wimbledon em 1919 - o primeiro depois da I Guerra Mundial. Não só por derrotar a então heptacampeã Dorothea Chambers, mas também por usar um vestido que cobria até a região da panturrilha, considerado indecente para a época. Dita "A Divina", jogava um tênis como nenhuma outra em sua época, com uma combinação de graça e força que, para muitos, nunca foi igualada. Assim como Bill Tilden, ela é considerada a maior tenista de todos os tempos.

 

BILL TILDEN
Estados Unidos
(1893 - 1953)

Destro
Com um leque incrível de jogadas, Tilden foi maior do que o jogo pelo qual competiu. Um mentor que, através dos livros, deu sentido à estratégia. O primeiro norte-americano a vencer em Wimbledon reinou com o saque imponente e o estilo eficiente da base. Foi considerado número um do mundo por sete anos seguidos, vencendo mais de 90% dos jogos que disputou na era amadora. Considerado por muitos até hoje o melhor da história.

 

ANOS 30

O tênis continuou seu momento sublime dos anos 20 durante essa nova década, que viu surgir o termo Grand Slam quando Don Budge foi o primeiro a vencer os quatro Majors em um único ano. Além dos nomes aqui citados, pode-se destacar mais dois alemães, Gottfried von Cramm e Hilde Krahwinkel Sperling, cujos títulos em Roland Garros foram exaltados pelos nazistas. A eclosão da II Guerra Mundial, contudo, freou a evolução do esporte e encerrou a carreira de muitos tenistas.

DON BUDGE
Estados Unidos
(1915 - 2000)

Destro
Cavalheiro dentro e fora das quadras, Budge tinha o toque sutil nas devoluções. O backhand com topspin era o terror dos adversários e é considerado o melhor da história do esporte. Budge foi o primeiro jogador a vencer os quatro Majors em uma única temporada, em 1938. Assim como Tilden, Budge deteve recordes e mais recordes também como profissional, mesmo depois de ter lesionado o ombro durante o serviço militar na II Guerra.

 

ADRIAN QUIST
Austrália
(1913 - 1991)
Destro

Pensar em Quist como referência nas duplas é inevitável. Com John Bromwich, formou uma das parcerias mais bem sucedidas, em que venceram 10 títulos do Australian Open, recorde até hoje. Além de ter sido um dos poucos que conseguiram o "Career Grand Slam" na modalidade, o australiano é o único a conquistar Majors antes e depois da II Guerra Mundial.

 

 

 

 

ALICE MARBLE
Estados Unidos
(1913 -1990)
Destra
A vitoriosa carreira de Alice Marble quase foi abreviada em 1933, quando sofreu um colapso em quadra em Paris. Depois do incidente, afastou-se do tênis até 1936, ano em que conquistou o US Open pela primeira vez. Além disso, possui a incrível marca de passar as temporadas de 1939 e 1940 invicta.

 

 

 

BOBBY RIGGS
Estados Unidos
(1918-1995)
Destro
Riggs marcou época com o hábito de apostar nos jogos - em sua autobiografia, disse que investiu para vencer Wimbledon nas três modalidades em 1939. Um episódio inusitado foi a "Batalha de Sexos" contra Billie Jean King em 1973. Após vencer Margaret Court e enfatizar a superioridade masculina, ele provou do próprio veneno e foi derrotado frente a 30 mil pessoas em um dos jogos mais lembrados até hoje.

 

 

VIV MCGRATH
Austrália
(1916 - 1978)
Destro

Conhecido como o "menino-prodígio" no juvenil quando venceu dois Majors, o australiano foi o responsável por introduzir o backhand com duas mãos, tão usado pela maioria dos jogadores modernos. Além disso, foi considerado o melhor tenista de seu país no período anterior à II Guerra Mundial.

 

 

JACK CRAWFORD
Austrália
(1908 - 1991)
Destro

Conhecido como "Cavalheiro Jack", Crawford foi uma figura exemplar e fez o tênis parecer fácil. Em 1933, esteve muito perto de completar o Grand Slam, mas, devido à asma, acabou derrotado na final do US Open (havia ganho os outros três Majors naquele ano). Quando o jogo apertava, ele tomava um copo de uísque entre os sets. Ao lado da mulher Marjorie Cox Crawford, Jack levou três títulos do Australian Open para casa.

 


HELEN JACOBS

Estados Unidos
(1908-1997)
Destra

Considerada um dos maiores nomes da década de 30, Jacobs defendeu a bandeira dos Estados Unidos não apenas dentro de quadra, mas também quando serviu à Marinha norte-americana durante a II Guerra Mundial. Teve contra a compatriota Helen Wills uma das maiores rivalidades da história do tênis feminino.

 

 

ELLSWORTH VINES
Estados Unidos
(1911 - 1994)
Destro

No começo dos anos 30, este californiano de 1,88m assombrou o mundo do tênis com seu saque - um dos melhores da história. Na final de Wimbledon de 1932 contra Henri Cochet, ele finalizou o jogo com um ace, totalizando 30, um fenômeno na época. Seus golpes quase sem efeito aniquilavam os adversários quando em um dia inspirado.

 

 


FRED PERRY

Reino Unido
(1909 - 1995)
Destro

Campeão mundial de tênis de mesa, Perry já dava sinais do futuro sucesso que teria com a raquete maior. Em 1935, ao vencer no saibro de Roland Garros, o inglês foi o primeiro a ter quatro Majors na coleção. O britânico, que começou com uso da munhequeira, é lembrado em Wimbledon como o último inglês a vencer o evento, em 1936. Na decisão daquele ano, Perry levou incríveis 40 minutos para ficar com a taça (final mais rápida do século XX).

 

 




ANOS 40

Com tudo normalizado depois da guerra, o tênis viu nascer uma geração que, mais do que atuar dentro de quadra, ajudaria o tênis a evoluir também fora delas, como Jack Kramer, Pancho Gonzales e Pancho Segura. Nessa fase, outro nome de destaque foi Frank Parker, bicampeão do US Open durante a guerra e bi em Roland Garros, depois dela.

 

 

JACK KRAMER
Estados Unidos
(1921 - 2009)
Destro

Primeiro presidente da ATP e que sempre lutou pelos interesses dos jogadores, liderando o famoso boicote à Wimbledon em 1973. Nada mais justo do que se referir a Kramer como o rei do tênis. Estrategista que não teve medo de ser agressivo dentro e fora das quadras. Ele deu nova dimensão ao tênis e foi modelo para milhões de apaixonados pelo esporte.

 

 

 

 

JOHN BROMWICH
Austrália
(1918 - 1999)
Ambidestro

Embora tido como canhoto, Bromwich sacava com a mão direita, batia o forehand com a esquerda e o backhand de duas mãos. Também se destacava por não ter medo de encarar os juízes, numa época em que as decisões não eram discutidas. Bromwich, com todo o estilo "heterodoxo", formou uma parceria de sucesso com Adrian Quist. Juntos, conquistaram 10 Majors e ajudaram a Austrália na Copa Davis.

 

 

LOUISE BROUGH
Estados Unidos
(1923)
Destra

Dona de seis Slams em simples, Louise Brough formou com Margaret duPont a mais vencedora parceria da história do tênis feminino. Juntas, venceram 20 Majors, com destaque para a marca de nove conquistas consecutivas do US Open.

 

 

 

 

MARGARET DUPONT
Estados Unidos
(1918)
Destra
Com um devastador forehand chapado, uma variedade de golpes para deixar a bola baixa e seu efetivo saque-e-voleio, duPont foi uma das principais tenistas dos anos 40 e 50. Embora seja a quinta maior campeã de Grand Slams na história, com 37, esta norteamericana nunca participou do Australian Open.

 

 

NANCYE BOLTON
Austrália
(1916)
Destra
Dona de 20 títulos no Australian Open, seis deles, em simples, Nancye Bolton é a segunda maior campeã do primeiro Major do ano, com um troféu a menos que Margareth Court. Além disso, Bolton formou com Thelma Long a dupla mais vencedora da história do torneio, com 10 conquistas.

 

 

PAULINE BETZ
Estados Unidos
(1919-2011)
Destra

Por conta da II Guerra Mundial, esta tenista notabilizada por sua velocidade e excelente movimentação em quadra só pôde disputar Wimbledon uma vez na carreira, em 1946. Mas não perdeu a oportunidade de fazer história, conquistando o título sem perder um único set.

 

 

 

 

PANCHO SEGURA
Equador / Estados Unidos
(1921)
Destro

De infância pobre no Equador, "Pequeno Pancho" foi para os Estados Unidos ainda na década de 30, onde brilhou no tênis universitário. O forehand de duas mãos o destacou dos demais, fazendo com que os maiores nomes de sua época reconhecessem seu talento e o considerassem um gênio. Após a carreira, levou seus conhecimentos táticos à nova promessa norte-americana que se formava - Jimmy Connors. Nunca ganhou um título de Slam, mas certamente figura entre os maiores de todos os tempos.

 

 

PANCHO GONZÁLES
Estados Unidos
(1928 - 1995)
Destro

Com 1,91m, "Pancho" dominou o circuito profissional na época em que muitos preferiam o amadorismo para jogar os Slams. Versátil e preciso, ele rivalizou por muitos anos com Laver, Ashe, Smith, Rosewall, entre outros. A idade não foi problema - em 1973, Gonzáles venceu em Des Moines e segue como o mais velho campeão de um torneio na Era Aberta (com 44 anos).

 

 

ANOS 50
O verdadeiro tênis do pós-guerra. Uma década em que as transformações do esporte começaram a tomar forma. Com o surgimento de diversos prodígios no tênis, que logo eram arregimentados para jogar pro ssionalmente (lembrando que tenistas profissionais não podiam disputar os Grand Slams, que ainda eram torneios amadores), os questionamentos aumentavam.

 

 

ALTHEA GIBSON
Estados Unidos
(1927 - 2003)
Destra
Primeira negra a vencer em Wimbledon e no US Open, Gibson viveu infância e juventude no Harlen. Conhecida pela potência de seu saque, muito comparado ao dos homens, ela passou por uma série de questionamentos e humilhações no início de carreira. Entretanto suas conquistas abriram as portas para nomes como o de Arthur Ashe e das irmãs Williams brilharem décadas mais tarde.

 

 

ALEX OLMEDO
Peru / Estados Unidos
(1936)
Destro
Natural dos andes peruanos, Olmedo logo foi à Carolina do Sul a pedido de Perry T. James, futuro capitão dos Estados Unidos na Davis. O passaporte para o time era certo e, em 1958, o "Chefe" marcou o ponto decisivo na final contra a Austrália. No mesmo ano, bateu Rod Laver na decisão de Wimbledon e, ali mesmo, foi vice nas duplas mistas com Maria Esther Bueno.

 

 

ANGELA MORTIMER
Reino Unido
(1932)
Destra
"Quando ouço um tenista dizer que necessita ouvir a bola, eu sorrio. Não preciso disso", comentou a forte e esbelta britânica que, aos 29 anos, conquistou um inesperado título em Wimbledon (em 1961), na final "caseira" contra Christine Truman quando já estava parcialmente surda.

 

 

FRANK SEDGMAN
Austrália
(1927)
Destro
Um dos poucos a usar a empunhadura Continental no forehand e backhand, Sedgman será lembrado também pelo jogo de saque-e-voleio. O australiano levou apenas quatro anos (1949-1952) para garantir os 22 troféus de Slam de sua carreira e, numa época que as duplas atraíam mais o público, Sedgman, junto com o compatriota Ken McGregor, se tornou o primeiro time a vencer todos os Majors da modalidade em 1951.

 

 

JAROSLAV DROBNY
Ex-Tchecoslováquia - naturalizado britânico
(1921 - 2001)
Canhoto

Pode-se dizer que "Drob" era um caso raro no esporte. Campeão mundial de hóquei no gelo em 1947 e prata nas Olimpíadas do ano seguinte, ele não se distingue por ser o único campeão de óculos em Wimbledon (1954). Ele foi o primeiro a jogar em Londres sob quatro nacionalidades diferentes (Tchecoslováquia, Protetorado da Boêmia e Moldávia, Alemanha Oriental e Egito).

 

 

 

DORIS HART
Estados Unidos
(1925)
Destra
O início de Doris Hart no tênis foi aos seis anos, por indicação médica para o tratamento de uma infecção no joelho - na época, diagnosticada como poliomielite. O resultado foi uma das carreiras mais vitoriosas da história do esporte, com títulos em simples, duplas e duplasmistas nos quatro Majors - apenas a terceira na história a completar o Grand Slam nas três modalidades durante a carreira.

 

 

BUDGE PATTY
Estados Unidos
(1924)
Destro

O garoto que serviu na II Guerra Mundial preferiu permanecer na Europa a fim de aprimorar seu jogo. Logo vieram títulos de Roland Garros e Wimbledon, em 1950. O jogo de Patt y era tão vistoso e adaptável tanto ao saibro quanto à grama que suas partidas eram sempre repletas de espectadores.

 

 

LEW HOAD
Austrália
(1934 - 1994)
Destro

"Quando o jogo de Lew estava no auge, ninguém podia tocá-lo." A declaração de Pancho Gonzales explica como Hoad - um tenista de extrema força e habilidade - foi um ícone nos anos 50. O australiano impressionou não apenas pela beleza dos olhos azuis, mas pela precisão e da relação curiosa com o compatriota Ken Rosewall. Adversários nas simples, foram chamados de "gêmeos de Sydney" por atuarem juntos nas duplas e ficarem próximos de vencerem os quatro Majors em 1953.

 

 

ASHLEY COOPER
Austrália
(1936)
Destro

Pupilo de Harry Hopman, Cooper viveu a época áurea em 1958 ao faturar três Majors - Austrália, Wimbledon e US Open - um dos 10 na história a obter tal façanha. No All England Club, disputou 322 games nos sete jogos, recorde entre os campeões ali. Numa época em que a Austrália dominava o tênis, Cooper era considerado o que de melhor seu país já produziu.

 

 

KEN ROSEWALL
Austrália
(1934)
Destro
Por influência do pai, o "interminável" Ken foi ensinado a bater como um destro (ele era canhoto), tendo destacado o poderoso backhand. Não demorou para que, com 18 anos, Rosewall se tornasse o campeão mais jovem na Austrália (1953). O país natal foi palco de mais feitos - em 1971, se tornou o primeiro tenista a vencer um Major sem perder sets e, no ano seguinte, foi o mais velho a triunfar em Melbourne, com 37 anos.

 

MAUREEN CONNOLLY
Estados Unidos
(1934 -1969)
Destra

Nascida em San Diego e apelidada "Little Mo" - em referência ao navio Missouri da II Guerra -, Connolly foi a primeira mulher a conquistar os quatro Grand Slam na mesma temporada, em 1953. Quando com apenas 18 anos venceu 22 partidas perdendo apenas um set. O maior prodígio que o tênis já viu teve sua carreira encerrada no ano seguinte, quando sofreu um acidente que machucou seriamente suas pernas.

 

NEALE FRASER
Austrália
(1933)
Canhoto
Com 1,85m, Fraser era temido pelo saque devastador. Especialista nas duplas, é um dos poucos a ter todos os Majors na modalidade e comandou o time australiano na Copa Davis por 24 anos, sendo tetracampeão no período. Ele carrega o recorde de ter vencido simples, duplas e mistas no US Open/1959 e ter defendido todos com sucesso na temporada seguinte.

 

 

NICOLA PIETRANGELI
Itália
(1933)
Destro

Integrante da equipe italiana por 18 anos, "Nicky" é o jogador que mais disputou partidas na Copa Davis - 164 jogos. Como capitão, levou o time à conquista inédita em 1976. Pietrangeli também sorriu nos Majors e foi bicampeão de Roland Garros. Considerado o maior jogador da Itália de todos os tempos.

 

 

SHIRLEY FRY-IRVIN
Estados Unidos
(1927)
Destra

Dona do Career-Slam em simples e duplas, Shirley Fry tinha um formidável jogo de fundo de quadra, aliado a um bom desempenho na rede. Entretanto, construiu sua reputação pautada em simpatia, jogo limpo e senso de estratégia.

 

 

TONY TRABERT
Estados Unidos
(1930)
Destro

Atlético, adaptava-se à qualquer superfície com o estilo junto à rede e começou a fazer sucesso nas quadras de Cincinnati. O norte-americano despontou em 1955, quando fez uma das temporadas mais brilhantes do esporte - abocanhou 18 títulos (três Majors) e finalizou o ano com um invejável recorde de 106 vitórias e apenas sete derrotas.

 

 

 

VIC SEIXAS
Estados Unidos
(1923)
Destro
O judeu da Filadélfia estava destinado a fazer no tênis o que não fez no beisebol (considerava-se um frustrado). Depois do serviço na II Guerra Mundial, o norte-americano foi um dos fenômenos da década de 50 nos Majors e na Copa Davis. No US Open, conseguiu o feito inédito de jogar por 28 anos em Forrest Hills, com a última aparição acontecendo quando tinha 46 anos.

 

 

ANOS 60
Mais uma era de tenistas brilhantes (foi a década em que Rod Laver e Margareth Smith Court ganharam seus Grand Slams) e que acabaram sendo responsáveis pela Era Aberta, que começou em 1968, com o primeiro Major aberto à participação de tenistas amadores e profissionais sendo Roland Garros. Isso mudaria completamente o esporte. Além dos nomes aqui citados vale ressaltar a australiana Lesley Turner.

 

 

MARIA ESTHER BUENO
Brasil
(1939)
Destra

"A artística e elegante rainha do tênis brasileiro era a poesia em movimento, combinando a graça de uma bailarina e o controle de uma ginasta", assim Maria Esther Bueno foi descrita por John Barrett na obra "100 Wimbledon Championships: A Celebration". Em 1960, ano em que conquistou o título de simples em Wimbledon pela segunda vez, Maria conseguiu o Grand Slam em duplas, ao lado de duas parceiras: Christine Truman (na Austrália) e Darlene Hard (nos outros).

 

 

ANN HAYDON JONES
Reino Unido
(1938)
Canhota

Para se tornar a primeira canhota a campeã de Wimbledon (em 1969), esta britânica - exímia mesa-tenista - teve muita persistência, já que o troféu só chegou às suas mãos em sua 14ª participação no torneio.

 

 

BILLIE JEAN KING
Estados Unidos
(1943)
Destra

Billie Jean King foi um dos maiores expoentes para a criação da "Era Aberta" do tênis, além de liderar a criação da WTA. Billie se tornou uma referência na luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres dentro e fora do esporte. Dentro de quadra, uma competidora natural. Ágil, agressiva e especialista no jogo de saque-e-voleio. Encerrou sua carreira com o total de 39 Slams, 12 deles em simples.

 

 

DARLENE HARD
Estados Unidos
(1936)
Destra

Eis uma tenista que não tem problemas para se entrosar nas duplas - foi uma das principais parceiras de Maria Esther Bueno. Foram 13 títulos de Slam na modalidade, ao lado de nove parceiras diferentes. Mais do que isso, venceu três Grand Slam em uma era de extrema competividade entre as mulheres.

 

 

NANCY RICHEY
Estados Unidos
(1942)
Destra

Ninguém batia tão forte nos tempos da raquete de madeira como Nancy Richey. Esta jogadora que preferia o jogo de fundo de quadra, embora fosse exímia voleadora, fez história ao lado do irmão, Cliff (quatro anos mais velho) como o primeiro caso de irmão e irmã no topo do tênis norteamericano ao mesmo tempo.

 

 

FRED STOLLE
Austrália
(1938)
Destro

Stolle se revelou um expert do saque-e-voleio que definiu sua era. Talentoso jogador na grama, o australiano mostrou versatilidade também no saibro de Roland Garros (que conquistou em 1965). Mas foi nas duplas que o estrategista se mostrou imponente, fazendo parcerias históricas com os compatriotas Bob Hewitt , Roy Emerson e Ken Rosewall para totalizar 16 títulos.

 

 

MANOLO SANTANA
Espanha
(1938)
Destro
Saibrista, era pouco provável que Santana teria sorte em Wimbledon. "A grama é apenas para vacas", dizia. Mas, em 1966, o boleiro que virou jogador, o Manuel que passou a Manolo ensinou como é vencer no "jardim inglês". Um ano antes, Santana havia provado seu valor ao receber os cumprimentos do General Franco pela vitória heroica sobre os Estados Unidos na Copa Davis.

 

 

ROY EMERSON
Austrália
(1936)
Destro

A marca de "Emmo" pode ser resumida nos números: maior vencedor de Majors, 28 no total. Emerson ainda se sagrou o terceiro na história a fechar os quatro Slams de simples (após Budge e Laver) e permanece o único a vencer em simples e duplas em todos os Grand Slams. Em parceria, levou a melhor nos quatro Majors por, pelo menos, três vezes e levou a Austrália a ser octacampeã na Copa Davis entre 1959 e 1967.

 

 

TONY ROCHE
Austrália
(1945)
Canhoto
Nas décadas de 60 e 70, o talentoso canhoto trouxe flexibilidade para a quadra e fez "estrago" com seu voleio de backhand, considerado o melhor da história. Ao lado do compatriota John Newcombe, formou uma das duplas mais bem sucedidas de todos os tempos e a experiência junto à rede serviu de referência técnica a outras lendas como Ivan Lendl e Roger Federer.

 

 

MARGARET SMITH COURT
Austrália
(1942)
Destra

Recordista em títulos de Grand Slam de simples - com 24 conquistas -, Margaret Court é um curioso caso de tenista que começou canhota e terminou destra. Com a nova lateralidade, desenvolveu um sólido jogo de saque-e-voleio, que aliado à sua excelente condição atlética fez de Margaret Court uma tenista dominante em todos os tipos de quadra durante quase 15 anos e a primeira mulher da Era Aberta a vencer o Grand Slam de simples num mesmo ano, em 1970.

 

 

ROD LAVER
Austrália
(1938)
Canhoto
Um mês antes de Don Budge completar o primeiro Grand Slam da história, nascia Rod Laver, o segundo a alcançar tal feito e o primeiro e único a realizá-lo em duas oportunidades (1962 e 1969). 1969 foi um ano especial para o canhoto, com 17 títulos (recorde empatado com Vilas) e 106 vitórias em 122 partidas. Para muitos, a habilidade do australiano ruivo jamais foi igualada.

 

 

ANOS 70
Nessa década estabeleceu-se a ATP, a associação dos tenistas profissionais, que queriam proteger seus interesses ameaçados pelas vontades promotores, e também o ranking como o conhecemos hoje. Nessa era, além dos escolhidos aqui, vale citar os nomes de Andres Gimeno, Adriano Panatta e Vitas Gerulaitis, entre outros, que também brilharam durante a década.



BJORN BORG
Suécia
(1956)
Destro
O sueco - que instituiu a era do topspin no tênis - já mostrava talento aos 15 anos com vitória na Davis em 1972. O "Homem do Gelo" paralisou os fãs franceses quando se tornou o primeiro homem a vencer Roland Garros por seis vezes. Na Grã-Bretanha, o ele desfilou com a coroa de Wimbledon de 1976 a 1980. Entre 1978 e 1980, o atleta que imortalizou o backhand de duas mãos foi o único (até hoje) a vencer em Paris e Londres por três anos seguidos.

 

 

ARTHUR ASHE
Estados Unidos
(1943 - 1993)
Destro

Primeiro negro a vencer um Major entre os homens, Arthur foi um destaque também fora de quadra ao apoiar a criação da ATP em 1972. Todavia, sua militância política não se limitou apenas à defesa de interesses dos tenistas. Ashe foi um pilar também na luta contra o regime do Apartheid. Após sua morte em 1993, por Aids, a USTA resolveu homenageá-lo colocando seu nome na quadra central do US Open em 1997.

 

 

EVONNE GOOLAGONG
Austrália
(1951)
Destra

Apelidada "Sunshine Supergirl", Goolagong cativou Wimbledon com seu veloz e gracioso estilo de jogo marcado por reflexos rápidos e plásticos voleios. Em 1980, quando conquistou o torneio pela última vez, entrou para o grupo de mães campeãs de Grand Slam, 66 anos depois de Dorothea Chambers.

 

 

JOHN NEWCOMBE
Austrália
(1944)
Destro
Amante do esporte, Newcombe demorou para se dedicar ao tênis exclusivamente. Mas seus três títulos no Australian Open juvenil apontaram o caminho. Com o inseparável Tony Roche, Newcombe venceu 12 Majors nas duplas, algo que nenhuma outra dupla fez. O atleta de Sydney foi fundamental nos títulos de 1964 a 1967 na Davis como jogador; e coroou sua trajetória como capitão da equipe vencedora do torneio em 1999.

 

 

ROSIE CASALS
Estados Unidos
(1948)
Destra

Baixinha (1,57m), agressiva e com fama de "rebelde". Embora não tenha conquistado um Grand Slam em simples (foi vice em duas oportunidades), o nome de Rosie Casals é de grande importância para o tênis feminino. Parceira de Billie Jean King nas competições de duplas, Casals atuou ao lado dela também fora de quadra, ao lutar pela profissionalização e pela igualdade de premiações para homens e mulheres.

 

 

GUILLERMO VILAS
Argentina
(1952)
Canhoto

O cativante Vilas incomodou seus rivais com o topspin nos golpes da base, mas seu treinador, Ion Tiriac, o aperfeiçoou com o slice, tão importante na vitória contra Connors no US Open de 1977, ano que ficou gravado para o tenista, que conquistou 16 títulos e manteve a maior sequência vitoriosa da Era Aberta, com 56 triunfos. O argentino também foi o responsável por imortalizar o "Gran Willy", jogada em que rebatia a bola entre as pernas de costas para a quadra do adversário.

 

 

ILIE NASTASE
Romênia
(1946)
Destro

Controverso, o mesmo Nastase que arranjava confusão com árbitros era capaz de fazer mágica com a raquete - é considerado um dos tenistas mais habilidosos de todos os tempos. Quando "controlou seus demônios", o romeno foi capaz de tais façanhas - em 1973, foi o primeiro a levar Roland Garros sem perder sets; ao longo da carreira foram quatro Masters (atrás apenas de Federer, Sampras e Lendl), e soube como ninguém utilizar o lob ofensivo com topspin.

 

 

JAN KODES
Ex-Tchecoslováquia
(1946)
Destro

Em meio à transformação de dois regimes políticos, Kodes se recusou a seguir os "desertores" Lendl, Drobny e Navratilova e fez história pela ex- Tchecoslováquia. Maior vencedor e o que mais defendeu as cores da nação no torneio, o jogador de Praga viu o país com o troféu inédito da Davis em 1980. Como sucesso individual, conquistou o bi no saibro de Roland Garros (1970 e 1971).

 

 

VIRGINIA WADE
Reino Unido
(1945)
Destra

Dona de três Slams, a britânica Virginia Wade conquistou Wimbledon apenas uma vez. Mas o momento não poderia ser mais oportuno. O ano era 1977, centenário do torneio e com a presença da Rainha Elizabeth nas tribunas.

 

 

 

STAN SMITH
Estados Unidos
(1946)
Destro

Pupilo de Pancho Segura, Smith - um dos maiores sacadores de todos os tempos - logo se mostrou um atleta de fibra e convicto nos deveres para com seu país. Por isso, sua figura transpareceu tanto no time da Copa Davis. Durante 11 anos, o gigante de 1,93m disputou 24 confrontos, com 22 triunfos e, por 16 vezes, decidiu o duelo em favor dos Estados Unidos.

 

 

JIMMY CONNORS
Estados Unidos
(1952)
Canhoto

Até o fim da carreira, Connors procurou quebrar recordes que nem ele mesmo esperava. Desde 1973, é o único a vencer mais de 100 títulos em simples (107) e com maior número de vitórias (1.337). Número um do mundo entre 1974 e 78, ele venceu o US Open em três superfícies e quebrou os limites do tempo (em 1992, o atleta completou a última vitória em Majors no seu 40º aniversário diante de Jaime Oncins).

 

 

ANOS 80
Algumas das principais rivalidades do tênis ocorreram nessa época, como Navratilova e Evert e McEnroe e Lendl. Estes nomes também ajudaram a reescrever algumas páginas dos livros de recordes do tênis, tornando-se alguns dos maiores vencedores da história. Foi uma época de ouro para o esporte tcheco, que viu seus principais tenistas desertarem para os Estados Unidos durante a Guerra Fria. Junto com os tchecos, as escolas alemã, sueca e norte-americana dominavam o tênis. Além dos nomes aqui apontados, vale citar Michael Chang, Yannick Noah e Johan Kriek.



JOHN MCENROE
Estados Unidos
(1959)
Canhoto

"Você não pode estar falando sério". Final de Wimbledon/1981. Envolto pelo jogo de saque-evoleio aliado (ou não) ao temperamento volátil, Johnny Mac foi irreverente, de multas e suspensões até as séries inabaláveis no livro dos recordes. Em 1973, McEnroe construiu a série mais vitoriosa de uma temporada, com 82 vitórias em 85 jogos. De bônus, abocanhou 13 troféus, incluindo três Grand Slams.

BORIS BECKER
Alemanha
(1967)
Destro
Em 1985, Wimbledon conheceu alguém que não tinha medo de mergulhar sobre seus gramados. Com saque devastador e um pesado forehand, um alemão de 17 anos foi o mais jovem a vencer o Aberto inglês. Após levar o país a dois títulos na Davis e conquistar o ouro olímpico nas duplas em Barcelona/1992, Becker era dado como acabado. Porém, aos 28 anos, o ruivo surpreendeu na Austrália e abocanhou o último Major da carreira em 1996.

CHRIS EVERT
Estados Unidos
(1954)
Destra

A "namoradinha" do tênis nas décadas de 70 e 80 detém a incrível marca de ter conquistado pelo menos um Slam em simples por 13 temporadas consecutivas (1974-86). Bastante admirada por seu posicionamento, precisão e trabalho de pés, Evert também influenciou as gerações posteriores a usar o backhand de duas mãos.

 

 

HANA MANDLIKOVA
Tchecoslováquia / Austrália
(1962)
Destra

Aos 12 anos, Hana Mandlikova era boleira de Martina Navratilova, e sonhava poder derrotá-la um dia. E conseguiu! Embora tenha vencido apenas sete dos 37 confrontos entres as duas, quatro dessas vitórias vieram em Grand Slams. A última delas, na final do US Open de 1987, que encerrou uma invencibilidade de 58 partidas de Navratilova.

 

 

MATS WILANDER
Suécia
(1964)
Destro

Mal comemorava o sexto título de Borg em Roland Garros, em 1981, a Suécia viu outro campeão no saibro francês em seguida. Wilander - um tenista extremamente regular - se tornou o mais jovem campeão de Major, com 17 anos (ultrapassado depois por Chang em 89) e teve seu momento mágico em 88, quando faturou três Grand Slams. Contra McEnroe, em 82, ele disputou a partida mais longa da Copa Davis (derrota após 6h32min).

 

 

IVAN LENDL
Ex-Tchecoslováquia / Estados Unidos
(1960)
Destro
Os títulos juvenis de Roland Garros e Wimbledon já eram a prova do talento do menino de potentes golpes de base e cara de poucos amigos. As quatro primeiras finais de Major perdidas no adulto poderiam ser um tabu. Mas, em 1984, com 2 sets a 0 abaixo, Lendl virou contra McEnroe em Paris e seguiu para seus oito troféus da coleção. Na conta, mais 1279 vitórias (atrás apenas de Jimmy Connors) e 270 semanas como líder da ATP - recorde até o aparecimento de Sampras e Federer.

JANA NOVOTNA
República Tcheca
(1968)
Destra
Reconhecida como uma grande duplista em seus primeiros anos como profissional, Jana Novotna teve o curso de sua carreira alterado a partir do momento em que passou a trabalhar ao lado de Hana Mandlikova, no início da década de 90. O auge veio em 1998, quando conquistou Wimbledon, seu único Slam em simples, aos 29 anos.

 

 

MARTINA NAVRATILOVA
Tchecoslováquia / Estados Unidos
(1956)
Canhota
Em uma carreira que permeou quatro décadas (desde o início dos anos 1970 até suas aventuras já com quase 50 anos nos anos 2000 - quando ganhou mais três Grand Slams em duplas mistas e duas Fed Cups), Navratilova tornou-se uma das maiores vencedoras da história com a incrível marca de 59 conquistas de Grand Slam (perdendo apenas para Margareth Court com 62). A tcheca, que também ficou marcada também por admitir seu homossexualismo, ainda luta pelos diretos dos gays mundo afora.

STEFFI GRAF
Alemanha
(1969)
Destra

Steffi Graf foi a última tenista a vencer os quatro Grand Slams em simples na mesma temporada. O feito ocorreu em 1988, ano em que também conquistou o ouro olímpico em Seul. Graf também é a recordista em semanas no topo do ranking, com 377 no total.

 

 

PAM SHRIVER
Estados Unidos
(1962)
Destra
Formou ao lado de Martina Navratilova uma das duplas mais vencedoras da história, com 20 Majors - incluindo o Grand Slam de 1984 - 79 títulos juntas e uma invencibilidade de 109 partidas. Na carreira de simples, seu melhor resultado em Slams foi o vice no US Open de 1979.

 

 

STEFAN EDBERG
Suécia
(1966)
Destro

Ao contrário dos compatriotas Borg e Wilander, que basearam o jogo do fundo, Edberg tinha no voleio o seu ponto forte e ostentava um jogo extremamente plástico. O talento já veio no juvenil quando foi o único na história a faturar os quatro Majors na modalidade (1983). Quatro anos mais tarde, bateu Pat Cash na última final do Australian Open disputado na grama. Ele e John McEnroe são os dois únicos a liderar o ranking de simples e duplas.

 

 

TRACY AUSTIN
Estados Unidos
(1962)
Destra

Vinda de uma família de tenistas, a menina prodígio Tracy Austin é a mais jovem campeã do US Open (em 1979, aos 16 anos e oito meses). Além disso, quebrou o monopólio de Chris Evert e Martina Navratilova no topo do ranking mundial em 1980, ano em que liderou a lista por 21 semanas. Diversos problemas físicos, contudo, encurtaram sua carreira.

 

 

ANOS 90
O tênis se torna um esporte "de massa" com o forte investimento de grandes marcas esportivas em ídolos como Agassi e Sampras. Esta rivalidade, por sinal, foi usada para chamar a atenção do mundo para o esporte. Esta foi a última década que viu o domínio norte-americano e quando tenistas dos mais diversos cantos do mundo também perceberam que poderiam ter seu lugar ao sol. Então, além dos aqui relacionados, são diversos os que também merecem destaque, como Patrick Rafter, Sergi Bruguera, Thomas Muster, Iva Majoli, Mary Pierce, Conchita Martinez, Gabriela Sabatini, Yevgeny Kafelnikov, Michael Stich, Carlos Moyá, Marcelo Rios etc.

 

 

MONICA SELES
Ex-Iugoslávia / Estados Unidos
(1973)
Canhota
Aposentada em 2003, Monica Seles é lembrada até hoje por usar as duas mãos tanto para o forehand quanto para o backhand. E também por um infeliz incidente ocorrido em 1993, quando sofreu uma facada de um espectador - fã de Steffi Graf - durante uma troca de lados em Hamburgo, Alemanha. Na ocasião, ela havia destronado Graf do posto de número um do mundo com oito conquistas de Grand Slam em quatro anos (de 1990 a 93).

 

 

GUSTAVO KUERTEN
Brasil
(1976)
Destro
De Florianópolis para o mundo, Guga surgiu para o tênis em 1997, quando venceu Roland Garros como 66º do mundo. Três anos depois, levou a segunda coroa em Paris e tornou-se o primeiro brasileiro a ser número um após o título da Masters Cup. Em 2001, manteve-se à frente da ATP por 43 semanas e se igualou a Lendl e Wilander com o terceiro título no saibro francês (só Nadal e Borg têm mais, com seis cada).

 

 

ARANTXA SANCHEZ VICÁRIO
Espanha
(1971)
Destra

A tricampeã de Roland Garros, Arantxa Sanchez Vicário liderou a "Armada Espanhola" na conquista de cinco títulos da Fed Cup, além de cinco outras finais, em 16 anos disputando a competição. Venceu, ao todo, 14 Grand Slams, tornando-se número um do mundo em simples e duplas.

 

 

LINDSAY DAVENPORT
Estados Unidos
(1976)
Destra
Com três Grand Slams em simples, um ouro olímpico e dois anos no topo do ranking, Davenport resgatou as glórias do tênis feminino norte-americano, que vivia um período de "vacas magras" desde a aposentadoria da multi - campeã Chris Evert.

 

 

ANDRE AGASSI
Estados Unidos
(1970)
Destro
Com uma das devoluções mais eficientes da história, Agassi ganhou seu primeiro ATP na Bahia. Em Itaparica/1987, com 17 anos, venceu o primeiro dos seus 60 troféus e rumava para ser líder do ranking (deteve o posto por 101 semanas). Com o título de Roland Garros, em 1999, ele se juntou a Budge, Perry, Emerson e Laver (depois viriam Nadal e Federer) como os únicos que venceram os quatro Majors (Agassi foi o primeiro homem a vencer todos os Slams em três superfí cies diferentes).

 

 

MARTINA HINGIS
Suíça
(1980)
Destra

Tudo veio muito cedo para Martina Hingis. Afinal, a pressão para se tornar uma campeã já vem do nome (em homenagem à Navratilova). Hingis acumula recordes da série "A mais jovem tenista da Era Aberta a...", que inclui conquistar um Slam em simples, de duplas e a alcançar o número um do ranking. Em quadra, Hingis errava pouco, gostava de mudar a direção dos golpes para pegar as adversárias com a guarda aberta e tinha como assinatura a combinação drop-shot/lob para finalizar seus pontos.

 

 

JENNIFER CAPRIATI
Estados Unidos
(1976)
Destra

Garota-prodígio, Capriati chegou à final de primeiro nível com apenas 13 anos, em 1990. E bateu Steffi Graf na final Olímpica dois anos depois. A carreira quase foi encerrada em 1993, quando enfrentou problemas com a justiça (por roubo e porte de drogas), que a afastaram das quadras por três anos. Sua consagração veio em 2001, quando bateu Hingis na Austrália e conquistou seu primeiro Major. Voltaria a derrotar Hingis no ano seguinte depois de salvar quatro match-points (recorde em finais de Slams femininos).

 

 

JIM COURIER
Estados Unidos
(1970)
Destro

O norte-americano do forehand de dentro para fora e o backhand que mais parecia uma rebatida no beisebol mostrou que o tênis era seu lugar com 22 anos, quando se tornou o mais jovem a chegar à final de todos os Majors. Em 1992, conseguiu chegar ao topo da ATP e permaneceu por 58 semanas, conseguindo no final daquela temporada o título da Copa Davis.

 

 

PETE SAMPRAS
Estados Unidos
(1971)
Destro

"Pistol Pete", maior expoente do estilo saquee- voleio nos anos 90, é o recordista de semanas na liderança do ranking - 286 semanas (1993-1998) -, o segundo maior vencedor de Grand Slams em simples, com 14 no total (atrás apenas de Federer); e falar de Sampras é lembrar da sua supremacia em Wimbledon, onde conquistou sete taças entre 1993 e 2000.

 

 

ANOS 2000
O anos 90 enterraram os últimos representantes do tênis clássico. No início do novo milênio, o tênis parecia fadado ao estilo de força nos golpes de fundo e pouca variação tática, a não ser na forma de usar o contra-ataque. Isso tanto no circuito masculino quanto no feminino. No entanto, logo surgiram nomes que contestavam isso e dominaram o esporte jogando com classe, como Roger Federer e Justine Henin. Assim o tênis voltou a ter dicotomias e lutas pelas primeiras posições entre tenistas de estilos diferentes como nos áureos tempos. Nessa lista ainda poderíamos citar Ana Ivanovic, Juan Carlos Ferrero, Juan Martin del Potro e outros que têm conquistado grandes vitórias recentemente.

 

 

ROGER FEDERER
Suíça
(1981)
Destro

Com maestria, Federer une o estilo clássico junto à rede com o arsenal de jogadas e variações da base. Tão completo, as estatísticas não poderiam provar o contrário - é o recordista de Majors em simples, 16, e completou o Grand Slam em 2009, com o troféu em Roland Garros. Sua hegemonia na liderança se repetiu em 285 semanas, apenas uma atrás de Pete Sampras. É considerado o melhor de todos os tempos.

 

 

AMÉLIE MAURESMO
França
(1979)
Destra

Embora tenha alcançado a liderança do ranking em 2004, o primeiro Slam de Mauresmo - que possuía um tênis eclético, repleto de variações, algo pouco comum nos anos 2000 - veio na Austrália, em 2006, em uma controversa final contra Justine Henin. Seis meses depois, Mauresmo voltou a encontrar a belga em uma decisão. Desta vez, na grama de Wimbledon, que tornou-se a primeira francesa a vencer Wimbledon desde Suzanne Lenglen.

 

 

MARIA SHARAPOVA
Rússia
(1987)
Destra

Em 2004, Maria Sharapova, então com 17 anos, encantou o All England Club ao bater Serena Williams em sua primeira final de Slam. Dois anos depois, arrancou risos do público nova-iorquino, quando quase deixou cair o troféu do US Open. Já em 2008, ano em que conquistou a Austrália, uma grave lesão no ombro direito a fez perder uma de suas principais armas, o saque. Entretanto, guiada por seu jogo agressivo, Sharapova continua sendo decisiva e vai recuperando espaço entre as melhores da atualidade.

 

 

ESTHER VERGEER
Holanda
(1981)
Destra

Melhor tenista-cadeirante de todos os tempos, a holandesa Esther Vergeer lidera o ranking da categoria há 12 anos. Além disso, carrega uma série invicta de 434 jogos, iniciada em janeiro de 2003.

 

 

JUSTINE HENIN
Bélgica
(1982)
Destra

A "Pequena Notável", tetracampeã de Roland Garros, era adepta do clássico - e cada vez mais raro entre as mulheres - com revés de uma mão, apostando na variação de golpes para vencer sem necessidade de usar a pancadaria ou contar com erros de suas adversárias. Com menos de 1,70m, foi capaz de dominar o circuito diante de oponentes muito mais fortes como as irmãs Williams.

 

 

KIM CLIJSTERS
Bélgica
(1983)
Destra

A carreira de Kim Clijsters pode ser dividida entre antes e depois do nascimento da filha Jada, em 2008. Antes, Clijsters acumulou quatro derrotas em suas primeiras finais de Slam, até a conquista do US Open em 2005. Dois anos depois, deixou as quadras para se dedicar à família. Voltou em 2009 e conquistou Nova York logo em seu segundo torneio. De lá para cá, mais dois Majors para a belga.

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LLEYTON HEWITT
Austrália
(1981)
Destro
Na era de Patrick Rafter, um garoto raçudo de Adelaide despontou. Em 1998, Hewitt venceu seu primeiro ATP com apenas 16 anos. Em 2001, desbancou Guga na liderança da ATP, sendo o mais jovem a finalizar o ano como número um (20 anos e 8 meses). Seu jogo de contra-ataque se tornou referência no começo dos anos 2000.

 

 

MARAT SAFIN
Rússia
(1980)
Destro

Irreverente, Safin tinha tanto talento nato para bater os rivais mais temidos quanto para quebrar suas raquetes. O moscovita, no entanto, se orgulha de ter chegado à liderança do ranking em 2000, mesmo ano que calou o Arthur Ashe Stadium ao bater Sampras em sets diretos. Seu gosto pelas festas certamente impediu conquistas ainda maiores no esporte.

 

 

RAFAEL NADAL
Espanha
(1986)
Canhoto

Determinado como poucos, Nadal venceu seu primeiro jogo profissional ainda com 15 anos em 2002. Três temporadas depois, foi campeão em Roland Garros na primeira tentativa e reinou em Paris por mais cinco vezes, juntando-se a Borg como maiores vencedores. Completou os quatro Majors na carreira em 2010 após vencer o US Open, mas seu reinado é no saibro, onde teve a sequência mais vitoriosa no piso - 81 vitórias seguidas entre 2007 e 2009.

 

 

SERENA WILLIAMS
Estados Unidos
(1981)
Destra

A adversária mais temida na atualidade. Com uma estrutura física bastante superior à de suas oponentes, Serena já intimida em seu posicionamento para receber um saque, com dois ou três passos à frente da linha de base, pronta para um devastador winner na devolução. Além disso, destaca-se pela potência de seus saques, forehands e swing-volleys. Entre os feitos mais marcantes de sua carreira está o "Serena Slam" iniciado em Roland Garros 2002 e terminando no Australian Open do ano seguinte.

 

 

VENUS WILLIAMS
Estados Unidos
(1980)
Destra

A pentacampeã de Wimbledon tem o saque como uma de suas principais armas. E não por acaso, é dona do o serviço mais veloz já registrado em uma partida: 207,6 km/h (marca alcançada no US Open de 2007). Ao lado da irmã mais nova, Serena, ela possui 12 títulos de duplas. As oito finais de Slam entre elas iguala o número de Graf e Arantxa Sanchez e Hellen Wills e Hellen Jacobs, e só perdem para as 14 entre Navratilova e Evert.

 

 

SVETLANA KUZNETSOVA
Rússia
(1985)
Destra

A estilo de jogo da russa Svetlana Kuznetsova nunca foi dos mais vistosos, mas ainda assim ela é dona de dois Majors em simples, combinando sua potente direita com precisos slices e aproximações à rede.

 

 

NOVAK DJOKOVIC
Sérvia
(1987)
Destro

O carismático atleta de Belgrado acabou com a dicotomia Federer/Nadal e foi soberano em 2011 - série de 41 vitórias seguidas (atrás apenas de Vilas e Lendl). É o único a vencer cinco Masters 1000 no ano e se tornou o sexto na Era Aberta a vencer três Slams na temporada. Patriota, o atual número um do mundo ajudou seu país a conquistar a Copa Davis de forma inédita em 2010.

Arnaldo Grizzo, Mário S. Cruz E Matheus M. Fontes

Publicado em 31 de Janeiro de 2012 às 14:51


Especial

Artigo publicado nesta revista