A disneylândia do tênis

O US Open pode não ser o mais charmoso, nemo mais tradicional dos quatro Grand Slams, mas,com certeza, é a maior festa do esporte


SE HÁ ALGO QUE OS norte-americanos sabem fazer é promover eventos grandiosos. O último Grand Slam do ano, o US Open, como todo acontecimento suntuoso na terra do Tio Sam, é uma festa. Tudo é feito para que as pessoas que estão lá se divirtam. É, sem dúvida, o que poderíamos chamar de Disneylândia do tênis. Além de bons jogos, há uma série de atrações para entreter o público, mais de 50 mil pessoas por dia.

Nova York, a Big Apple, é o palco ideal para celebrar o maior evento de tênis do planeta. A “cidade que nunca dorme” tem tudo o que se possa imaginar. Não é à toa que é uma das metrópoles mais aclamadas do mundo. São museus, lojas, parques, monumentos, vida noturna intensa, restaurantes etc. Uma infinidade de lugares para conhecer. Para que você possa curtir tudo isso e mais o torneio, listamos algumas dicas a seguir.

DICAS

Estátua da Liberdade
Broadway
Central Park

1- Escolha o lugar para ficar em Nova York dependendo do que você pretende fazer. Lembre-se de que esta época (de 27 de agosto até 9 de setembro) não é a mais cara, mesmo assim as diárias dos hotéis ainda estão elevadas, pois são os últimos dias de verão por lá. Os lugares mais badalados da cidade são Soho e Village, mas as opções de hotéis são poucas e geralmente caras. Lá há muita gente bonita, boas lojas, bons restaurantes. Alternativas de estadia nestas regiões são o luxuoso Mercer (diárias de US$ 500) e o Washington Square, um pouco mais modesto (diárias acima de US$ 200). Para quem gosta de visitar todas as atrações da cidade, um dos melhores lugares para se hospedar é no Grand Hyatt, em Midtown. Ele fica acima da Grand Central Station, ou seja, tem saída para qualquer lado de Nova York. Também é possível ficar na região do East Side, que é tão agitada quanto Soho e Village. Lá há a Bloomingdale’s, uma incrível loja de departamentos, e o Meatpacking Distric, uma antiga zona de mercados de carne que atualmente possui lojas maravilhosas e as melhores boates da cidade.

2- Mesmo se você não está acostumado ao transporte coletivo, sem dúvida, esta é a melhor maneira de chegar ao complexo. Apesar de ser fácil dirigir em uma cidade em que as ruas são numeradas e em ordem, esqueça carro. Use trem ou metrô. Fique esperto, retire uma lista de horários de partida (com intervalos de aproximadamente 30 minutos) e não conte com atrasos. Da Grand Central Station até o torneio você leva de 40 minutos a uma hora. Uma boa dica é ir à Penn Station, onde há uma linha que vai até Shea Stadium em 12 minutos.

3- Ao chegar ao US Open, você tem a nítida impressão de estar se dirigindo para um parque da Disney. Na rampa de acesso começa organização. O público vai sendo dividido em grupos de pessoas com sacolas e mochilas – para uma fila de revista (que não é nada demais) –; os sem sacolas; os que já têm ingresso; os que ainda não. Se possível, adquira as entradas com alguma antecedência no site da Ticket Master e deixe apenas para retirar no locar (will call). Assim você não pegará filas desnecessárias. Antes de entrar no complexo, já se pode ver algumas “estrelas emergentes” treinando. Com sorte, você conseguirá uma foto abraçado com seu ídolo, para fazer inveja aos amigos.

4- Tão logo se entra, já há uma fileira de lojinhas que vendem desde material de tênis (raquetes, bolas, roupas etc) até grelha de churrasco. Na entrada você encontra uma banca onde poderá comprar ótimos livros e DVDs, tanto da história da vida dos tenistas, como didáticos voltados ao tênis. É um material que não é fácil de encontrar por aí.

#Q#

5- Esteja sempre com a programação de jogos na mão. Muitas vezes acontecem boas partidas fora dos estádios (os três principais são Arthur Ashe, Louis Armstrong e Grandstand). Neles, os jogos são escolhidos principalmente pelo ranking dos tenistas. Então, enquanto você assiste a uma aula sem graça do Federer para o Yeu-Tzuoo Wang, pode estar perdendo uma batalha emocionante na quadra 16. Se a sua justificativa é ver o Federer, não se preocupe. Com certeza ele fará mais alguns jogos até o fim do torneio. Se você foi ver o Wang, perdão...

6- Não compre qualquer ingresso para o Arthur Ashe Stadium. O lugar é muito grande e as entradas mais baratas vão lhe dar a impressão de estar assistindo a uma peça de dança entre formigas. Assim, vai lhe restar apenas três opções: a- Desencanar e ver o jogo pelo telão. b- Desencanar e apreciar a vista de Nova York.

c- Desencanar e ter uma impressionante vista panorâmica do complexo. Compre menos ingressos de sessão noturna (mais caros), mas compre os bons.

Os bilhetes de ground (chão) também vão deixá-lo satisfeito, pois ainda dão direito a alguns lugares na Louis Armstrong e na Grandstand. No site oficial do US Open é possível encontrar boas dicas para adquirir entradas. Vale ressaltar: compre com antecedência. Se você mudar de idéia na última hora, vai vender os bilhetes com facilidade e sairá lucrando.

Ponte do Brooklin

7- Esteja preparado para gastar US$ 50 por dia em lanches e bobagens, que vão desde hambúrgueres à comida tailandesa. Tudo muito gorduroso, claro. Além de pegar fila para tudo. Tire a blusa da mochila. Isto será um ótimo pretexto para todas as noites comprar um moletom novo do US Open. Use o espaço vago na bolsa para trazer lanches de seu gosto. Isso evita filas, você não fica tão enjoado e a economia justifica o moletom que você compraria de qualquer jeito mesmo.

Se viajar acompanhado de pessoas menos fanáticas por tênis, organize programas, excursões e tours para eles, porque quando você chegar ao complexo, vai ver um jogo melhor que o outro e não conseguirá sair de lá antes da última partida, que pode acabar à 1h da manhã, como foi Agassi e Baghdatis em 2006. Você iria embora para jantar?

8- Nova York tem milhares de coisas para fazer. Os passeios, compras e jantares em Manhattam não serão menos interessantes que os jogos. Caminhar, correr, alugar uma bicicleta ou até jogar tênis no Central Park são ótimas opções para não sofrer demais os efeitos da junk food. Para tentar bater uma bolinha, tem de ser durante a semana e bem cedo, por volta das 7h da manhã e custa US$ 40 a hora. Durante a noite, as opções de shows, restaurantes e teatros são inúmeras. É possível arrumar ingressos para a Broadway, mas é sempre bom reservar antes. Se for visitar o Empire State Building, saiba que vai pegar uma fila de horas. Andar a pé pela ponte do Brooklin também lhe dará uma ótima vista da cidade. Programe-se e aproveite.

Site oficial do US Openwww.usopen.org

Arnaldo Grizzo E Fernando Sampaio

Publicado em 1 de Agosto de 2007 às 14:34


Torneio

Artigo publicado nesta revista